41- Não é confiável

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Era uma tarde de segunda-feira e as aulas de (S/n) terminaram naquele dia, ela milagrosamente conseguiu ficar longe de Harvey basicamente por estar na aula ou ao lado de Gabriel o dia todo.

Ela deu uma desculpa para seu mentor sobre algum trabalho que ela tinha que colocar em dia com alguém em outra casa, quando na verdade ela iria se encontrar com Wes.

Mesmo que nada tivesse dado explicitamente errado naquele dia (S/n) estava convencida de que alguém havia tirado um pouco de seu sangue ontem à noite e sabia demais.

E essa suposição estava completamente correta, mas ela não teve a percepção de saber que era Lloyd.

(S/n) ouviu um farfalhar nos arbustos atrás dela e pulou de surpresa, seu choque foi aliviado quando ela viu Wes emergir.

"Ei, há algo errado?"

"Quando não há?" (S/n) suspirou, ainda ontem ela pensou que Harvey confessar a ela era a pior coisa do mundo, mas parecia que sua má sorte continuaria se superando. Ela tirou o blazer de

ombros e puxou a manga da blusa para ver a pequena mancha vermelha em seu braço.

Wes franziu a testa e olhou por cima do braço dela em busca de um hematoma ou corte ou algo assim. "... O que estou olhando?"

Ela apontou urgentemente para o braço. "Alguém pegou meu sangue!" Ela exclamou, a ansiedade praticamente irradiando de seu corpo.

"Alguém... merda... merda!" Wes agarrou seu cabelo e deu um passo para trás bruscamente. "Quando foi isso??"

"Eu notei quando acordei esta manhã... Ninguém disse nada, mas..." Seus olhos freneticamente olharam ao redor para checar três vezes se eles estavam realmente sozinhos. "Mas eu estou meio que surtando!" (S/n) piscou várias vezes em rápida sucessão, fazendo com que lágrimas se formassem em seus olhos (c/o). "Eu não quero ir para uma instalação!"

Wes pegou os antebraços de (S/n) e a examinou. "Você não vai, ok? Eu não vou deixar isso acontecer... Eu-eu vou dizer que você é minh-"

"E então Gabriel vai me levar... Ou Lloyd ou Harvey o-ou meus pais ou- oh deus!Estou condenada!" (S/n) começou a chorar exatamente como tinha feito ontem. Ela desejou nunca ter vindo aqui, ela só queria ver Gerry novamente.

Wes estava achando cada vez mais difícil se controlar enquanto segurava (S/n) com mais força enquanto ela continuava chorando. Por mais que ele adorasse vê-la assim, ele apenas rezou para que ela parasse logo antes que ele fizesse algo de que se arrependeria.

"Você não está condenado. Não vou deixar nenhum deles fazer isso, você vai ficar bem..."

"Wes... Onde seus pais moravam? E-eu preciso sair daqui, preciso ir para algum lugar onde todos não estejam infectados. Preciso levar meu irmão para lá também." Ela perguntou, tentando impedir que mais lágrimas caíssem.

Alarmes dispararam na cabeça de Wes. (S/n) não podia sair. Ele nunca mais a veria se ela fosse embora. "E-eu... não acho que seja uma boa ideia."

"O quê? Wes, eu não posso ficar aqui!" ela exclamou.

"Eu não estou seguro!"

Seu domínio sobre ela mais uma vez aumentou e (S/n) estremeceu.

"Deixe ir, você está me machucando."

Wes hesitou, pois não tinha ideia se deveria se desculpar ou se manter firme. "Tudo bem. Vou deixar ir." Ele a soltou com força, empurrando (S/n) para o chão no processo.

Seu tornozelo enfraquecido sofreu o impacto da queda, fazendo-a gritar. "Wes! Que diabos??"

Ele pisou no tornozelo torcido dela e (S/n) gritou inutilmente, ninguém conseguia ouvi-la e mesmo que pudessem era improvável que interviessem.

"Desculpe, mas... Você não vai embora." Ele afirmou, uma certa escuridão ultrapassou seus olhos geralmente gentis.

"W-"

Ele pisou novamente, saboreando a forma como a dor e o medo contorceram o rosto de (S/n).

"Pare com isso!" Ela gritou.

Wes se ajoelhou para infligir mais dor nela, suas ações contrastavam com a careta desconfortável em seus lábios, mas de repente ele parou como se só então percebesse o que havia feito.

"O-oh meu Deus, (S/n), eu estou tão-"

"Que porra há de errado com você?!" Ela gritou.

"Sinto muito! Eu nem percebi, só fiquei impressionada quando pensei que você iria embora." Ele tentou fazer sua voz gentil para talvez acalmar os nervos de (S/n), mas a intensa culpa que ele sentia fez sua voz tremer e tremer.

"Eu estou saindo." Ela disse sem rodeios, fugindo quando Wes tentou se aproximar.

"Não, por favor, eu posso te ajudar a resolver isso! Eu te amo!"

A boca de (S/n) caiu aberta em seu último comentário, o choque dela foi prontamente substituído por traição. "Você... Você é como eles!"

"Não por favor!"

Ela se forçou a ficar de pé e mancou para longe dele. "Você ao menos ia me ajudar?! Ou era tudo mentira??"

"Eu nunca menti, eu só- eu quero te ajudar!"

"Parecia que você ia me matar!"

Wes choramingou, ele sabia que isso iria acontecer. Isso sempre aconteceria, não importa o quanto ele tentasse melhorar a si mesmo.

"Sinto muito..." Ele sussurrou, mas (S/n) não quis ouvir. "Eu não pude deixar de me apaixonar por você... você me viu por quem eu era e não pela minha estirpe, você era t-..tão doce," Wes sorriu ao pensar nas memórias no início dele e ( A amizade de S/n). "E então todos os... sentimentos vieram com aquele amor e eu sinto muito." Seu sorriso havia desaparecido e sua cabeça pendia em profunda vergonha.

Quer ele pudesse ajudar seus instintos ou não, estar perto dele era um perigo.

Ela achava que podia confiar nele, achava que tinha um amigo de verdade.

🥀

A perna de (S/n) chorava de dor enquanto ela caminhava pelo campus, ela estava dando desculpas do que poderia dizer a Gabriel para impedi-lo de ficar selvagem.

Uma terceiranista vestida com uniforme verde entrou na visão de (S/n), fazendo-a ofegar e chamar seu nome.

"Clementine! Ei!" (S/n) gritou.

Clementine sorriu para (S/n) e atravessou o pátio até ela. "Oi, (S/n)." Seus olhos laranja caíram para o tornozelo machucado de (S/n). "O que aconteceu?"

"Oh, eu, hum, eu torci na viagem e... Só agora-" (S/n) fez uma pausa para recuperar o fôlego. "Algo aconteceu com Wes."

Clementine se entristeceu ao entender o que (S/n) estava falando. "Ah... eu temia que algo assim acontecesse um dia, como você está se sentindo?"

"Tenho muita coisa acontecendo... Acho que preciso sair daqui." (S/n) disse. "Você sabe onde eu posso ir...?"

"Acho que conheço um lugar... Dê-me o seu número e eu te mando o endereço."

(S/n) balançou a cabeça rapidamente. "Meu mentor verifica meu telefone, não sei quando será seguro sair, mas se você me der o seu, avisarei se precisar."

Clementine assentiu afirmativamente. "Claro." Ela puxou (S/n) para um abraço delicado. "Vou mandar a casa dos meus pais também, se você não puder ir para a comunidade imediatamente, eles ficarão felizes em receber você."

(S/n) apertou a garota mais velha de volta. "Muito obrigado."

Infected || yanderes x leitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora