Capítulo Catorze: Aulas Particulares

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NOTAS DA AUTORA

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O final de semana passou rápido demais na opinião de Sollaria, que não queria que segunda-feira chegasse tão cedo. O dia de sábado havia sido perdido, mas a incomum atitude de Draco fizera com que o resto da noite compensasse o dia inteiro. No domingo, o garoto convidou-a para caminhar ao redor do Lago Negro pois, de acordo com ele, precisavam conversar em particular, mas a ventania que fez no dia impediu-os de sair de dentro do Castelo. No fim, ele disse que não era nada e que poderia dizer o que queria em outro momento.

Na segunda-feira, Draco não a abordou no café da manhã; parecia ainda um pouco incerto de ser visto ao lado dela, ou pelo menos era o que ela pensava.

Nas aulas, ele já não mais a provocava, mas tampouco quisera conversar com ela, o que não era um grande incômodo para Sollaria, que tinha problemas de confiança e preferia que fossem se falando aos poucos.

A penúltima aula daquela manhã seria História da Magia, que, na opinião de Sollaria, era uma matéria fascinante, apesar de, ao mesmo tempo, ser extremamente monótona. A questão era que nunca estava animada para ela por ser mais uma daquelas aulas em que se sentava sozinha; tanto as garotas da Sonserina quanto as garotas da Corvinal já tinham suas duplas — menos ela, que ficava sempre sozinha. Precisava sempre se lembrar de que teria apenas mais três aulas, e não passaria por aquela situação de novo até o outro dia.

Com uma expressão aborrecida, seguira para mais uma aula do professor Binns, o único professor fantasma em toda Hogwarts. Esperou na fila com um livro em mãos, algo que ela aprendera com Hermione — "ande com um livro, e você jamais estará sozinha."

Chegando na sala de aula, Sollaria sentou-se na segunda fileira, solitária como sempre, esperando para ver quem seria o azarado que ficaria sozinho e teria de sentar-se com ela. Enquanto isso, resolveu mergulhar no universo da imaginação, imersa nas aventuras do livro de fantasia que estava lendo.

A cadeira ao seu lado se mexeu, mas ela não se deu o trabalho de erguer a cabeça para ver quem seria a pessoa aleatória que se sentaria com ela daquela vez. Desde o dia em que ouvira aquela conversa entre o professor Snape e o diretor, nada mais lhe importava. Nem mesmo a história fantástica que estava lendo. Mesmo assim, não conseguiu conter um pequeno sorriso e uma expressão de surpresa quando sentiu aquele aroma amadeirado que lhe era muito familiar. Não sabia por que havia sorrido, mas o fizera mesmo assim. Ergueu a cabeça, voltando à realidade, e sorriu fraco para Draco Malfoy quando seus olhos se encontraram.

— Oi. — Ele encolheu os ombros diante do sorriso dela. — Vi que estava sozinha...

— É. Obrigada por vir se sentar comigo — agradeceu, genuinamente contente por aquilo.

Desde o dia em que fizera as pazes com Draco, ele não mais a provocara de forma alguma; na verdade, agia de forma um pouco hesitante perto de Sollaria.

— Você parece meio distante — observou ele. — Está tudo bem?

Sollaria sorriu fraco.

— Não muito, mas vai ficar. — Ela abaixou os olhos para as mãos, as quais estavam sobre a mesa.

Ele fez menção de pegar em sua mão, mas então Binns atravessou a lousa e começou a reclamar que estavam muito, muito atrasados, interrompendo o que quer que Draco fosse fazer ou lhe dizer.

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