𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 𝐎𝐅 𝐃𝐄𝐀𝐓𝐇 | 𝐅𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞

🎈Você já matou alguém?🎈

Millie Point Of View 

Los angeles, Califórnia
26 de dezembro de 2020 
13:29pm  

— O que você acha sobre o anjo da morte, senhor Cooper? — a mulher pergunta, que fez o homem sorrir gentil. 

— Para mim, essa pessoa não é amada e com certeza é alguém que não tem amor próprio — ri se ajeitando de forma elegante na cadeira — As pessoas hoje em dia desprezam a vida, e olhe só, esse assassino é tão humilhante que quer atenção apenas para ele. 

— Está dizendo, que o AD não ganhou ou ganha amor, por isso que faz essas atrocidades? — a loira pergunta, que o fez assentir — Então, diga, senhor Taylor Cooper. Diga algo para o serial killer que está matando essas pessoas inocentes. 

O homem de olhos escuros, que continuava com sua postura formal e um sorriso generoso, desvia seu olhar para a câmera. 

— Anjo da morte... Por que faz coisas tão horríveis? Pare um pouco, e pense no que está fazendo, há pessoas se ferindo — vejo seu sorriso crescer, e logo em seguida o som de palmas da plateia domina o áudio. 

O homem atrás de mim, parecia estar explodindo de ódio, e jogou uma garrafa de whisky em direção a tela, quebrando a TV que passava o programa. Dou um pequeno salto pelo susto, mas continuo sentada no sofá, observando o cacheado andar de um lado para o outro, bufando de raiva. 

— Ele se parece com você... — digo o encarando, tentando analisar os detalhes do seu corpo, já que sua máscara ainda estava me impedindo de vê-lo. 

— Ele não se parece comigo! — gritou descontrolado, me fazendo erguer as mãos em rendição. 

— Não está mais aqui quem falou. 

Ok, eu deveria parar de falar, mas não consigo! Trabalho de detetive, faço perguntas e desvendo casos, é impossível ficar em silêncio em uma situação dessas. Talvez não em silêncio total, já que o homem começou a derrubar tudo no chão enquanto tinha uma crise de raiva. Por eu estar concentrada de mais em meus pensamentos, nem percebi quando o Wolfhard destruiu cada canto da sua sala.

— Eu já entendi! Já entendi! — digo me levantando — Você não gosta dele e eu entendi isso! 

— Não, você não entendeu — rosna com ódio, porém, eu tento me aproximar — Esse filho da puta estragou com a minha vida!

 — Tente apenas se acalmar... — peço tentando me aproximar do homem, que estava com sua respiração ofegante. 

Nossos olhares se encontraram ao meio do ambiente destruído pelo palhaço, que estava estressado devido ao homem idêntico a si mesmo. Eu me lembro do rosto do psicopata, e mesmo que talvez o mesmo fez o máximo para esconder as cicatrizes que diz ter, eu consigo ver as suas semelhanças com o apresentador Taylor. Que é um famoso extremamente desejado por todos, com sua fama de sensato e honesto. 

Mesmo que eu não ache isso, não há como discordar que ele é conhecido por todos. Eu também não posso dizer que assisto suas entrevistas, muito menos tenho interesse. Não impressiono ninguém com isso, pois passei minha adolescência toda vendo casos de desaparecimentos, lendo jornais sobre Serial Killers,  passando com minha tia nos hospícios para ver pessoas que não temos costume de ver caminhando na rua. Para mim, isso era muito mais interessante que brincar de bonecas.
 
A curiosidade de tentar ver melhor o rosto do cacheado, e ter as conclusões certas do porquê dele viver com uma máscara de palhaço tampando seu rosto, estava me consumindo. E como se eu não tivesse mais o controle de mim mesma, lentamente levei minha mão até a máscara, tocando com calma para tentar tira-la. No entanto, antes que eu ganhasse o prazer de vê-lo novamente, o homem parece sair do transe que estava e segurou no meu pulso com força.
 
— Não faça isso — sussurra rouco, que me fez engolir o seco. O homem voltou a encarar a minha mão, antes de solta-la, se virando para sair.