Capítulo 8

412 80 4
                                    

Dylan praticamente voou pela estrada. Tanto ele quanto eu sabíamos do quanto é assustador e, perigoso, aquela montanha à noite. O sol já estava nos dando seu adeus quando chegamos. Havia muitos carros da polícia no local, assim como uma ambulância e o corpo de bombeiros. Pessoas se aglomeravam em um canto mais atrás, junto alguns repórteres da cidade.

— Lucca! – Dylan chamou e o segui. Cumprimentei Lucca com um aceno e deixei que eles conversassem.

— Ainda não a encontramos – ele falou com pesar.

— Isso é preocupante. O tempo está esfriando cada vez mais e a neve só dificulta o resgate a noite.

— Todos estão fazendo o seu melhor – Lucca murmurou.

— Onde ela foi vista pela última vez? – Dylan perguntou sério. Seu semblante era duro, o franzir em sua testa não saía de jeito nenhum.

— Quando descemos do cume estávamos todos juntos, mas após quarenta minutos de caminhada, quando já estávamos quase chegando no início da trilha, resolvi fazer uma contagem e... Ela não estava – ele suspirou deixando os ombros caírem. — Como não percebi isso antes? – ele diz se culpando.

— Não foi culpa sua – Dylan diz apertando um de seus ombros.

— A última pessoa que a viu, disse que ela havia sentado em uma pedra grande e redonda para amarrar seu cadarço. Isso foi trinta minutos antes de eu fazer a contagem.

— Ela pode estar um pouco abaixo do meio da montanha – afirma Dylan. – Deve ter se perdido dos outros – falou pensativo e respirei aflita.

— Sei que o Sr. Noah não é de acordo com suas idas à montanha de noite, mas...

— Não tem que pedir Lucca. É claro que eu vou procurá-la.

— O quê? – indaguei fitando Dylan.

— Muito obrigado, Dylan. O nome dela é Tifany, tem apenas dezesseis anos.

— Vou trazê-la de volta.

— Eu sei que vai meu amigo.

Dylan deu um passo, mas o impedi segurando sua mão. Seus olhos cresceram surpresos com minha atitude.

— É perigoso – murmurei.

— Não é para mim. – Sua voz tinha a convicção que eu não tinha. — Fique com Lucca, voltarei em breve.

— Dylan – sussurrei seu nome observando-o sair correndo para entrar na montanha com mais quatro homens do corpo de bombeiro.

— Ele sabe o que está fazendo, Lisa. – informa Lucca. – A montanha, é como a segunda casa para ele.

— Todos dizem isso, mas mesmo sendo "a segunda casa" dele, não deixa de ser perigoso – murmurei preocupada.

Juntei minhas mãos apertando-as com força e pedi que meu coração aflito se acalmasse. Havia cerca de trinta homens na montanha fazendo as buscas, incluindo os pais de Tifany, a menina que havia se perdido, e agora, Dylan. Luzes de todos os tipos foram trazidas a fim de iluminar o local. Pitikin havia parado e todos estavam rezando para que a menina fosse encontrada.

Meia hora já havia se passado e o frio cada vez mais aumentava. O pai e a irmã de Dylan haviam se juntado a mim e Lucca, nesse meio tempo.

— Está demorando demais – falo recebendo o abraço de Alice.

— Vai ficar tudo bem. Dylan já deve tê-la encontrado e está voltando.

De repente, percebo uma movimentação na entrada da montanha e sinto meu coração aliviar quando vejo os quatro bombeiros que haviam entrado na montanha com Dylan, sair. No entanto, não vejo aquele por quem eu esperava. Meu coração se apertou novamente. Alice correu até eles e minutos depois voltou.

Até Que O Inverno AcabeOnde histórias criam vida. Descubra agora