Capítulo 12

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Comecei minha caminhada com as duas lanternas iluminando tudo a minha frente. A temperatura estava cada vez caindo mais e um clarão no céu me assustou. Era só o que faltava.

— DYLAN! – gritei por ele. – DYLAAAN!

Continuei seguindo até ver a placa rabiscada que Alice disse e, virei à direita seguindo a trilha pouco usada que havia ali. As nuvens escuras daqui a pouco iriam cobrir a lua, trazendo consigo a chuva. Andei mais depressa e respirei aliviada quando vi a cabana.

A cabana parecia ter saído de um livro de contos de fadas. Em formato de quadrado, ela era feita de madeira na cor marrom-escuro. Havia luzes acesas e ao me aproximar mais, vi que a porta estava escancarada. Movi meus pés o mais rápido que pude entrando na casa. Vasculhei meus olhos pelo ambiente pequeno. Dylan não estava aqui.

— DYLAAAAAAAN! – gritei tão forte quanto pude.

Preocupada com o pior, saí da casa vendo uma nova trilha subir a montanha. Será que ele teria subido? O vento bate em meu rosto e tremo de frio. Decido seguir para trás da casa vasculhando o local.

— DYLAAN! Por favor, responde – peço.

Foco as luzes das lanternas nas árvores ao fundo e estreito meus olhos ao ver algo. Com cuidado me aproximo, adentrando as árvores. Era ele!

— Dylan! – seu nome sai como um sopro de meus lábios e corro em sua direção.

Ele estava caído no chão, encostado a uma árvore. Meu coração apertou por pensar no pior, mas minha mente estava feliz demais por tê-lo encontrado. Ajoelhei-me a sua frente tocando-o.

— Meu Deus!... Você está congelando.

Dylan usava apenas uma calça de moletom, com camisa de lã de mangas longas e um casaco de frio por cima. Nos pés usava apenas meias e chinelos.

— Dylan? – chamei por ele, mas ele não se mexeu. Eu o trouxe para perto de mim sacudindo-o. – Dylan!

— Hum... – ele resmungou e arfei por ele estar vivo.

— Por que está aqui, Dylan? Por favor, fale comigo! – Mexo nele e ele resmunga novamente. – O quê?

— Mãe... Você... Vo-voltou?

Sua respiração era pesada e ofegante. Tiro meu casaco cobrindo seus ombros e tento fazê-lo ficar de pé.

— Vamos, Dylan! Preciso que me ajude – falei para ele, que com um esforço tentou ficar de pé. – Precisamos voltar para a cabana, certo?

Deixei uma das lanternas que carregava no chão, sentindo o peso de Dylan em mim. Parecia que ele ia desmaiar a qualquer momento. Coloquei seu braço sobre meu ombro e rodeei sua cintura segurando-o forte. Enquanto andávamos para a cabana, ele murmurava algumas coisas que eu não entendia, mas a maioria das palavras que ele dizia era "mãe".

Com dificuldade o coloquei na única cama que havia ali e voltei para fechar a porta. Procurei por cobertores em um armário ali perto e quando encontrei peguei dois para cobri-lo. Tirei seu relógio, seu casaco que estava um pouco úmido e fiquei ao seu lado.

Dylan tremia muito e o medo de que alguma coisa acontecesse com ele pairava sobre mim. Lá fora os relâmpagos seguidos de trovões ficavam mais alto, apesar de não ter começado a chover ainda. Olhei para a lareira vendo que havia madeiras secas e rapidamente acendi. Eu precisava manter Dylan quente. No fogão a gás que tinha ali, coloquei água para esquentar e quando já estava quentinho, molhei em um pano colocando em sua testa.

Passei a mão por seus cabelos, angustiada. Por que ele insistia em colocar sua vida em perigo? Dylan ainda tremia muito e para tentar ajudá-lo, minha última opção era esquentar seu corpo com o meu. Tirei as botas que calçava, meus dois casacos ficando com a blusa de malha e adentrei debaixo dos lençóis. Meu corpo estremeceu com o toque de seus pés que estavam gelados e com suas mãos que deixei próximos a minha barriga. Deitada de frente para ele, o abracei. Puxei sua cabeça para o vão de meu pescoço e fiquei assim.

Até Que O Inverno AcabeOnde histórias criam vida. Descubra agora