- Carter! - Elizabeth chamou ofegante depois de dois minutos correndo pela praia - Não aguento mais.
O loiro parou a alguns metros distantes de si, virou-se e não pôde deixar de rir daquela figura inclinada com as mãos nos joelhos e completamente sem fôlego. Quantos passos ela tinha corrido?
- Sério? - desmachou um sorriso irônico enquanto se aproximava.
Elizabeth ergueu o tronco e suspirou fortemente. Teria uma puta dor nos músculos no dia seguinte, nem queria imaginar.
- Me dê um desconto, sou sedentária. - Respondeu depois de puxar todo o ar que seus pulmões conseguiam absorver.
- Estou vendo. - Admitiu - Vamos caminhar um pouco.
A morena empertigou-se mais e começou a seguir os passos do professor. Ainda era bem cedo, mas o calor intenso fazia parecer que passava do meio dia.
Carter deu uma olhadela em Elizabeth pela esguelha, a vendo concentrada e quase magnetizada pela paisagem do mar à esquerda deles. Aquele era um bom momento para dar início a uma conversa casual.- Então... - Começou como quem não quer nada, chamando a atenção da morena que virou-se para encara-lo. - de que lugar exatamente você é da colômbia?
Embora aquele tópico não fosse o que mais a agradasse, Elizabeth sentiu-se levemente contente por ser o professor a dar início a uma conversa - coisa que ela podia contar com somente os dedos de uma das mãos quantas vezes isso aconteceu. -
- Bogotá, em Santa Inés. - Respondeu.
A garota sabia que havia uma grande possibilidade do professor estar informado sobre aquele bairro e teve a confirmação disso quando o viu arregalar os olhos em surpresa.
- Santa Inés? - Perguntou o loiro, a voz sumindo logo no fim da frase.
- Sim! - Deu de ombros.
Percebendo que talvez tivesse exagerado um pouco na sua reação, o mesmo encolheu os ombros, sentindo-se tolo.
- Desculpa, é que...
- Ho, eu sei exatamente o que pensam do meu antigo bairro, Carter. - Interrompeu - O Google faz questão de deixar tudo bem claro para qualquer um que pesquise sobre ele: denominado como uma "zona vermelha" pela criminalidade exagerada, pobreza e mais pobreza por todos os lados. - Suspirou.
Carter permaneceu em silêncio, não conseguia encontrar palavras para aquele momento.
- Posso garantir que não é nenhum eufemismo tudo que andam dizendo, mas a maioria de nós nasce e cresce rodeado daquele ambiente caótico e acaba levando a criminalidade na desportiva, sabe? Sem nenhuma oportunidade de escolher o caminho mais digno simplesmente porque ninguém deu o benefício da escolha.
Carter a encarou, ficando um pouco em alerta por causa daquelas palavras.
- E você fez parte de...dessa maioria? - Indagou.
Sabia que aquela questão podia soar indelicada, mas era sua segurança que estava em risco também.
- Ho, não - Riu-se - Não fiz parte de nenhuma gang criminosa ou coisa do tipo se é o que está temendo, o máximo que eu fazia era andar com um canivete toda vez que ia para o trabalho. Embora nunca tenha precisado usá-lo, para mim uma mulher prevenida vale por sete.
O professor concordou. Nisso ela tinha toda a razão! Sabia que as mulheres eram as que se encontravam mais propensas a ataques de assaltantes, estupradores, assediadores e entre outros, então também era adepto desse ponto de vista de que todas elas deviam andar sempre com um tipo de"prevencão". Mas estava habituado a ouvir sobre o casual spray de pimenta, não um canivete.
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Colombiana - (EM ANDAMENTO)
Roman d'amourDepois de ser atraiçoada pelas pessoas mais importantes da sua vida, Elizabeth decide parar de colocar a felicidade dos outros acima da sua e começar a correr atrás dos seus sonhos. Coagida pela dor da traição, a garota é levada a aceitar a oferta d...