Jantar A Là Fast Food

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Um suspiro aliviado se desprendeu de sua garganta enquanto assistia o professor dar a volta e acomodar-se ao seu lado. O silêncio reflexivo banhou todo o compartimento do veículo, os olhos acentuados aos movimentos aleatórios das pessoas nas estradas.

Elizabeth pôde ver Kimberly um pouco mais distante sendo dirigida para o interior de uma limousine com os cabelos empapatos de creme de Cheddar e a cara avermelhada e, bem à  sua atrás, seu primo sangrando pelo nariz.

Sempre achara rivalidade feminina uma porcaria, ainda mais por homem, mas lá estava ela,  com um ódio extremo por uma mulher que conhecera a menos de dois meses. Mas ao olhar para o loiro de olhos verdes carinhoso sentado ao seu lado, percebia que talvez não fosse problema algum ficar devendo um pouco ao seu lado feminista.

— Bom... — Carter suspirou, quebrando o silêncio — Perdemos os meus óculos, mas pelo menos temos as Ostras.

Elizabeth riu, virando-se para observar a sacola com o logotipo do restaurante.

—  Podemos voltar lá e procurar. — Opinou, observando a limousine da sua nêmesis arrancar.

— Duvido que sirva de alguma coisa, provavelmente eles estão destroçados agora. — Observou.

— E você não tem nenhuma reserva por aqui? — Perguntou.

— Não! — Ele respondeu — E receio que isso seja um problema, porque não posso dirigir com a minha miopia, ainda mais de noite.

— Ora, isso não é um problema — Elizabeth sorriu-lhe, um sorriso que fê-lo afinar os olhos em desconfiança — Posso dirigir; a distância é curta e eu sei o básico para que cheguemos vivos. E não tem policial algum aqui.

Carter a encarou pensativo, surpreendendo a si mesmo ao ver-se considerar uma ideia tão perigosa quanto aquela.

— Você sabe mesmo? — Perguntou incerto.

— Claro que sim! O Martín me ensinou e... — Ela se interrompeu, o entusiasmo morrendo lentamente ao proferir o nome do indivíduo — ele foi um...bom professor.

O loiro ergueu o cenho, curioso. Aquela era a segunda vez que ele ouvia o mesmo nome e todas as vezes havia uma certa negatividade imprensa na voz ou na fala da colombiana.

— Martín? — Ousou perguntar.

Elizabeth balançou a cabeça ligeiramente, no entanto, logo voltou ao seu entusiasmo anterior.

— Não é ninguém importante. — Sorriu — Então, você me deixa ou não?

O loiro encarou a estrada pouco movimentada, o volante e depois, a morena.

Então, suspirou, rendido.

— Mas é para dirigir devagar.

— Boa! — Saltitou em seu banco de carona, abrindo a porta e caminhando à ponta de um dos pés com uma pressa assustadora — Me dá licença? — Pediu ao professor assim que abriu a porta do mesmo.

Carter balançou a cabeça, saindo do seu assento à contragosto. Rezava para que não se arrependesse daquela decisão.

Depois de ter o professor devidamente acomodado, Elizabeth girou a chave, dando vida ao motor, e podia ser coisa da sua cabeça, mas loiro jurava que a vira soltar um sorriso diabólico.

— Devagar, Elisa.

Porém, já era tarde demais. Na primeira oportunidade de entrar para o tráfego, Carter sentiu seu corpo impulsionar para trás  à medida que a tatuada pisava no acelerador com tudo.

O vento batia tão fortemente contra seu rosto que precisou fechar rapidamente o vidro fumê. Seu coração palpitava histericamente e ele não sabia se aquele seria o dia da sua morte.

Colombiana - (EM ANDAMENTO) Onde histórias criam vida. Descubra agora