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Kueng Morax fora uma mulher de valor intrínseco.

No auge dos seus 13 anos, sua mãe morreu de câncer e, ao virar dos seus 22, presenciou o assassinato do próprio pai ao sair de um restaurante depois de comemorarem o aniversário da jovem.

Muitos perguntariam como ela suportou. Bom, a verdade é que se não fosse pela gravidez descoberta no mês seguinte e o assassinato de seus dois melhores amigos que deixaria uma filha de 15 dias desamparada, ela não teria aguentado.

Tudo aconteceu em uma só noite. 

Enquanto Kueng estava sentada ao lado de sua cama segurando um exame com o inesperado resultado, um de seus seguranças bateu na porta. Rapidamente ela limpou as lágrimas, endireitou sua postura ao ficar em pé e liberou a entrada.

— Sinto muito por lhe perturbar uma hora dessas, senhorita. — O homem a reverenciou, como forma de respeito. — Mas isso não poderia esperar até amanhã.

Ela logo naturalizou a postura ao ver quem era.

— Acho que cê já passou da fase de me chamar de senhorita. — A menor disse, brincando.

Kueng manteve um sorriso fraco no rosto até perceber que o rapaz estava realmente sério.

— O que aconteceu, Chang? — A de cabelos castanhos perguntou.

O homem finalmente encarou os olhos preocupados de sua chefe.

— Feng e Mei.. — Ele começou.

— O que tem eles? — Morax perguntou sem entender. 

Ela havia falado com ambos duas horas atrás e estavam bem. Inclusive a chamaram para assistir um filme e passar a noite, mas Kueng preferiu recusar o convite.

— Feng e Mei foram encontrados ambos com um tiro na cabeça dentro da casa deles. Aparentemente eles estavam vendo algo na televisão e o assassino chegou sem eles verem.

Sem saber o que fazer, o silêncio se tornou seu melhor amigo. Morax deu um involuntário passo para trás e continuou olhando para Chang. A culpa era dela, certo? Se ela tivesse aceitado o convite, talvez pudesse fazer algo. Talvez pudesse salvar os dois últimos pilares que a restavam.

— E a bebê? — Essas foram as primeiras palavras que Kueng conseguiu pronunciar. — Onde está Ningguang?

— No hospital. — O segurança respondeu. — Ela está bem, só está fazendo exames de rotina pra comprovar isso.

Ignorando os chamados de Chang, Morax pegou sua bolsa e saiu à procura da recém nascida. A culpa a corroía e a vontade de chorar se tornava cada vez mais dilacerante, mas aquela criança estava sozinha sem seus pais.

Kueng segurava as insistentes lágrimas que ousavam em tentar cair enquanto dirigia bem acima do limite de velocidade e apenas se perguntava o motivo de tudo. Por que as três pessoas mais importantes de sua vida foram retiradas do mundo de forma tão cruel? O que elas fizeram para isso acontecer? Quem são elas verdadeiramente?

Não importava.
Nada disso, naquele momento, importava.

Estacionando de qualquer jeito, a mulher entrou correndo no hospital e se dirigiu imediatamente à recepção.

— Ningguang Tianquan. — Kueng repetia ofegante. — É uma bebê de 15 dias de vida.

— Você é parente dela? — A recepcionista perguntou.

— Sou.. Quer dizer, eu era a melhor amiga dos pais dela. Kueng Morax. — A moça de cabelos castanhos engoliu seco. — Por favor, onde ela está?

— Por ordem judicial, a visita só está liberada para..

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐑𝐃 𝐆𝐑𝐄𝐄𝐍𝐒, childe (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora