Eight Weeks (5)

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Nota: Como prometido, aqui está o último capítulo.
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Acordei sem a presença de Hanma novamente, me pergunto porquê ele nunca fica. Levantei atordoado, tentando recuperar as memórias da noite passada. Não sei se aconteceu duas ou três vezes, mas Shuji conseguiu me fazer sentir igual um cliente de prostituição, gozando muitas vezes em uma noite.

Caminho pelo meu apartamento, verificando se ele realmente foi embora. Pego meu celular de cima da mesa, desbloqueio e olho a tela de notificações.

Não tem nenhuma mensagem dele.

Minha caixa de mensagens não passa de cinco, sendo quatro de Emma e uma de cobrança. Clico no nome de Shuji e logo paro de mexer meus dedos no aparelho.

O que estou pretendendo? Isso acabou, é claro que ele não mandaria mensagem e eu também não deveria.

Mas quero saber se ele chegou bem na sua casa, apenas isso.

Digitei e logo apaguei, queria poder ouvir sua voz. Como ela é quando ele desperta? Isso soou muito estranho, porra. Começo a pensar que sou uma mulher que se encantou por ter sido fodida por um cara.

"A mesma mania de sempre, indo embora sem se despedir."

A mensagem não chegou para ele. Espero alguns segundos até que se tornem minutos, três para ser exato. Incomum isso acontecer, a não ser que esteja trabalhando, mas hoje é domingo. Decidi ligar para ele e a chamada que estava sendo encaminhada acaba desligando de repente.

— Vai ver ele está dormindo e a bateria acabou — Tento me convencer.

Mal sabia eu que a chamada havia sido encaminhada para Hanma, mas ele estava ocupado demais para atender pois suas malas de viagem eram mais atrativas.

Completou seis horas após o envio daquela mensagem, e nem vista ela foi. Limpei meu apartamento e lavei o lençol da cama e nada de Shuji.

Tento ligar novamente para ele, mas a tela de ligação não permaneceu nem por dois segundos. Isso é estranho. Era até eu ver que sua foto de perfil havia sido tirada, e sua biografia deletada, ao menos para mim.

Ele me bloqueou.

Definitivamente estou errado.

Depois de um dia eu percebi que sim, havia sido bloqueado. A mensagem ainda não havia sido entregue e a foto de Shuji não apareceu novamente. Eu não deveria estar magoado, mas, infelizmente, estou.

— Senhor Tetta! — Levanto meu olhar para a recepcionista do hospital onde Yan reside — Desculpe, chamei o senhor umas três vezes…

— Não importa. O senhor Yan me apresentou à Hanma Shuji, quero saber onde o encontrar — Poderia ter ido para sua casa, mas quando cheguei lá, somente a sua avó e irmã estava presente. Nenhuma delas queriam me dizer onde ele está.

— O senhor Yan? Ele viajou para passar suas férias.

— Pergunto sobre Hanma Shuji — Vejo que seus olhos brilham.

— O filho do senhor Yan? Ele também viajou para fora do país, mas não sei onde ele está — Fico surpreso com essa notícia, não só por ele ter ido embora sem se despedir, mas sim por ser filho de Yan.

Hanma escondeu isso de mim? Não, mas penso que sim. Porra, sabia que não íamos nos ver mais, mas não esperava que ele fosse embora.

— Ele disse o porquê dessa viagem?

— Não.

— Qual o telefone dele?

— Não posso passar essa informação, sinto muito. O senhor Yan me pediu para não interromper a sua viagem com seu filho — Velho arrombado.

— Entendo.

Ando pela praça que eu e Hanma havia estado algumas semanas atrás, lembro perfeitamente da nossa conversa perto da fonte de água cristalina. Em meio a isso, a sua confissão também vem à tona.

"— Não esperava que meu pedido fosse se realizar no mesmo dia."

"— Pedi para que você mostrasse interesse em mim, e você finalmente está mostrando."

Por que ele disse isso? Não é algo que você diria para alguém e depois abandona. Naquele dia eu fiquei tão anormal, apenas porque ouvi uma bobagem como essa.

Mas foi a bobagem que me fez ficar alegre, até porque ele, até aquela época, tinha interesse em mim. Ou interpretei tudo errado e Shuji apenas estava sendo profissional, mais do que eu.

O imbecil dessa história sou eu. Por Deus, como fui estúpido!? Não deveria ter deixado ele se aproximar tanto de mim, ter deixado me tocar e beijar. Principalmente não deveria ter respondido suas mensagens.

Toda vez é a mesma coisa: Eles vão embora.

Não consigo olhar mais para minha cozinha, porque a última vez que a usei foi acompanhado de Hanma. Ainda nem provei a sua comida.

Meu celular vibra, mas não é uma mensagem do cara que atormenta minha cabeça e sim de Yan. Envio logo uma mensagem nada a ver com a que ele mandou, mas quero falar tanto com Hanma, saber o porquê de ter ido embora.

Dependendo do que for, quero ter contato com ele. Receber suas mensagens é algo estranho, porém me deixa muito animado. Não demorou para que fosse respondido e uma onda de decepção me inundou.

Yan: Yuki me contou sobre a sua ida ao hospital, perguntando sobre Hanma. Kisaki, meu conselho é que tente esquecer meu filho, ele não vai mais voltar para Shibuya.

Impossível esquecer ele.

[...]

Faz meses, dois para ser exato. Estou constantemente procurando algum sinal de vida de Hanma, e falho miseravelmente. Decidi apagar nossa conversa, precisava seguir em frente e não ficar apegado a uma fase curta da minha vida. Porém, há uma coisa que nunca vou conseguir tirar da minha cabeça; São seus toques.

Lembro vagamente de uma mensagem de Shuji, embora já tenham completado cinco anos da sua partida.

Você me dizia para seguir meus sonhos, e novamente fui capaz de ter motivação para isso.

— Kisaki? — A voz açucarada de Sachiko ecoa pelos meus ouvidos. Ela senta de frente para mim, no mesmo restaurante que eu e Shuji jantamos pela primeira e última vez. Seu sorriso é lindo, assim como seu rosto que é moldado pelos fios pretos de seu cabelo.

Infelizmente não sou capaz de voltar no tempo e impedir a sua partida, porque esse era o meu sonho.

Só posso olhar para trás e lembrar das oitos semanas agitadas que tive por sua causa, mas foram inesquecíveis.

ONE SHOT - HANKISA.Onde histórias criam vida. Descubra agora