Favores engraçados e carros, não de um jeito bom

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— E sabe, é o primeiro grande hospital de Konoha, as pessoas ainda estão receosas, mas já temos recebido bastante gente, é divertido se você olhar por outro lado, as pessoas fofoqueiras estão fazendo de tudo para conhecer os médicos novos — Tobirama prestava atenção na estrada enquanto ouvia Hashirama, a janela de sua sala dava uma ampla visão do trânsito que em breve ele teria que pegar — Mas vai ser bom ter um chefe da Neuro aqui, os residentes estavam ficando malucos porque precisavam mudar de hospital para fazer as horas de neuro.

Estava pensando seriamente se aquela havia sido uma boa ideia, sair de Londres, de sua vida estabilizada e tranquila, para vir a Konoha ajudar seu irmão no novo hospital.

Bom, precisava ficar mais tempo com a família de todo jeito, então era aquela a mentira que havia encontrado.

— Hashirama já está falando em sua cabeça? Pensei que te daria um tempo para se adaptar primeiro — Se distraiu com o barulho da porta, seu cunhado entrava com um sorrisinho — Perdão por não ter dado o desgosto de ir te buscar no aeroporto. Eu estava fazendo uma correção endovascular de um aneurisma na aorta e perdi a hora

— Você consegue fazer cirurgias? Pensei que só pessoas com cérebro poderiam fazer isso — Tobirama provocou, e Madara se irritou, abrindo a boca para rebater, mas foi parado pelo marido.

— Então Tobi, já tem lugar para ficar? Temos um quarto vago lá em casa — Mudou de assunto, tentando evitar uma briga entre o irmão e o marido — Somos somente nós, Obito e Izuna, o irmão mais novo de Madara.

— Itama e Kawarama não moram com você? Eles também trabalham aqui, afinal.

— Eles preferem dividir um apartamento mais perto do hospital, internos e residentes precisam de disponibilidade 24 horas, você sabe como isso funciona, passamos por isso também — Madara explicou com um pequeno sorriso — Além disso, querem levar bebidas e mulheres pra casa e transar loucamente, e com Obito por perto jamais poderíamos permitir isso.

Sabia que Hashirama era bem desligado para perceber que aquilo era um mau exemplo para seu filho, então só podia concluir que era Madara quem cuidava de criar regras de convivência.

Ainda bem, porque quando eram jovens e seus pais saíam e deixavam Hashirama no comando, as coisas nunca davam certo.

— Mamãe odiaria saber disso se estivesse viva, seus bebês levando mulheres para casa seria como dar um tiro em seu coração — Tobirama trouxe a lembrança de sua mãe, a qual seu irmão e ele compartilhavam como algo muito precioso desde que ela havia os deixado, num infeliz acidente de avião.

— Não deixamos que eles façam isso o tempo todo, apenas... Não acredito! — Madara encarou uma das telas da sala do marido e cruzou os braços — Eu vou matá-lo imediatamente.

— Mada, calma, o que... Não acredito! — Hashirama observou a tela que dava acesso a câmera da recepção do hospital e gargalhou.

Tobirama se aproximou para ver também, mas a única coisa que conseguiu ver foram médicos, residentes e enfermeiras correndo de um lado para o outro.

— Qual o problema, Madara? — Perguntou ao cunhado que bufou, furioso, e apontou o dedo para tela.

— Aquela criatura de cabelo solto, scrubs azul claro, patetando de um lado para o outro empurrando a cadeira de rodas daquela senhora que tem um bebê no colo é Izuna — Não era completamente nítido, mas Tobirama conseguia observar pequenas semelhanças com Madara, mas a maior diferença era que os lábios daquele residente se mexiam rapidamente, mostrando como estava envolvido na conversa, e ele sorria muito, completamente, absolutamente, infinitamente diferente de Madara — E aquele bebê no colo dela é o Obito, que deveria estar em casa dormindo porque daqui a pouco tem sua festa de três anos!

Placebos para o amor - TobiizuOnde histórias criam vida. Descubra agora