— O furacão Uchiha chega hoje, não é? — Kushina perguntou a Izuna enquanto os dois andavam em direção a saída do metrô, e o garoto riu.
— Ela te mata se chamar ela assim, eu juro — Os dois riram e continuaram o caminho até o hospital, comentando boas lembranças da época em que a mãe de Izuna ainda vivia com ele, brigando com Kushina e Minato pelos palavrões em excesso e plantões de estudo regados em bebidas alcóolicas.
Naori Uchiha era uma mulher espetacular, era uma mãe para aqueles três patetas, e Izuna tentava todos os dias lembrar como aquela mulher incrível tinha tido coragem de casar com seu pai, o pior tipo de homem que ele conhecia. Amava seu pai com todas as forças, o homem nunca havia feito alguma coisa ruim com seu filho, mas qualquer mulher minimamente inteligente saberia que um homem que teve cinco divórcios não deveria ser um bom pretendente em qualquer lugar do mundo.
Lembrava de poucas coisas de sua infância, mas sabia que tinha sido ótima, enquanto sua mãe foi casada com seu pai ela sempre tudo que desejou, joias, roupas de grife, carros de luxo e mil babás para cuidar de seu filho, e Izuna não podia reclamar, afinal estudava na melhor escola do país e tinha os brinquedos do ano. Quando eles se separaram definitivamente, sua mãe vivia em um apartamento de luxo que havia sido dado em um divórcio, mas demorou muito tempo para que conseguisse a guarda de seu filho para si, e isso fez com que a mulher ficasse extremamente protetora com a criança.
E mesmo 20 anos depois, continuava sendo extremamente protetora, a ponto de seus amigos a batizarem de furacão Uchiha. Porque vale lembrar, a mãe de Izuna escolhera manter o sobrenome Uchiha após o divórcio simplesmente porque não conseguiria colocar seu sobrenome no filho, e preferia a morte a pessoas duvidando que Izuna fosse seu filho.
— Onde estavam? Tobirama solicitou todos os residentes, está de chefe do plantão hoje — Kagami explicou e os dois se olharam preocupados — Vocês foram até o outro lado da cidade pra conseguir café? Isso é sério?
— Os grãos são amassados na hora, vale a pena — Kushina bateu na mão de Kagami quando ele estendeu a mão para pegar um dos copos — 20 dólares.
— Isso é superfaturamento! — O garoto tentou mediar, mas a ruiva negou com a cabeça.
— Isso é o custo de transporte, é tipo um frete, Izuna e eu nos enfiamos em um metrô e depois um taxi, porque nenhum uber aceitou nos levar na cafeteria, então gastamos mais do que o comum — A mulher estendeu a mão e o Uchiha revirou os olhos, entregando o dinheiro para Kushina, que deu um risinho — Bom café, Uchiha.
— Você é uma chantagista.
— Na verdade ela sabe superfaturar em tudo, então não se surpreenda se a Kushina roubar as toucas de cirurgia e começar a vender cada uma por 50 dólares —Izuna explicou, e o residente arregalou os olhos e correu para salvar a própria touca, fazendo os dois mais velhos rirem.
Aquele era um dia comum, uma noite de plantão sem fortes emoções, apenas alguns bêbados arrumando brigas, apendicectomias e uma batida leve de carro, nenhum óbito, todos os residentes operaram e não tiveram problemas. Na manhã seguinte, Izuna e Kushina decidiram que precisavam de um café de qualidade duvidosa que conheceram na saída de uma balada em uma zona vermelha da cidade, e se aventuraram nessa enquanto Minato estava ocupado demais fazendo um parto, o que já era o suficiente para que o Namikaze não os proibisse de ir.
No meio do caminho, Izuna teve pelo menos uma cinco crises existenciais, pensando que iria tomar um tiro ou ser assaltado, mas nada disso aconteceu. E Kushina quase perdeu o cabelo na porta do metrô. Mas deu tudo certo.
Agora tinha 9 copos de café para consumir o resto do dia, ou vender para os outros residentes no mesmo estado deplorável de tédio que eles estavam.
— Bom dia, queridos amigos escravos — Izuna e Kushina entraram na sala de prática, onde todos os outros residentes estavam sendo mantidos em custódia pelo atendente, que os encarou bravo — Em nossa defesa, antes de qualquer acusação que venham fazer sobre nós, metade dos residentes nessa sala tem horas faltando nas outras áreas, só porque o Doutor Senju é um dos poucos médicos que não humilha vocês, isso não dá o direito de pensarem que podem ficar bravos porque eu e Izuna atrasamos um pouco. Deveriam parar de fazer hora na neurologia e irem escutar a Doutora Mito Uzumaki e o Doutor Ootsutsuki humilhando vocês a noite toda.
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Placebos para o amor - Tobiizu
FanfictionIzuna Uchiha, residente de cirurgia de um dos melhores hospitais do país, era simplesmente maluquinho da cabeça, o tipo de pessoa que transformava qualquer situação em um drama completo, nem mesmo psiquiatras conseguiam resolver os dilemas esquisito...