Placebos para o amor - Tobiizu

Plantão de fofocas, porém com fofocas falsas

— Criança de doze anos, caiu do brinquedo do parque, baque forte, duas paradas durante o caminho e braços e pernas quebrados, convulsionando — O paramédico gritava enquanto estava encima do paciente, realizando massagem cardíaca, e os médicos do plantão se olharam horrorizados.

O melhor cardiologista e o melhor ortopedista daquele hospital estavam viajando, então o que eles poderiam fazer?

Existiam de dois a três médicos especializados em cada área do hospital, mas Madara e Hashirama monopolizavam cirurgias difíceis, eram muito rápidos e ágeis em seus trabalhos, então os outros médicos saiam do hospital em busca de oportunidades melhores, já que jamais teriam a oportunidade de crescer ao lado daqueles dois.

O maior problema era que não tinham reposto esses funcionários ainda, como geralmente faziam.

—  SAI DA FRENTE — Minato gritou, empurrando um dos médicos que estava ali, assustado com o caso — ENCAMINHA PRA UMA TC E ECO E DEPOIS SALA 6, CHAMEM O NEURO. CHAMEM A PEDIATRIA E MAIS UM RESIDENTE.

— Com licença — Izuna sorriu gentil para o paramédico, que saiu de cima do paciente para que um interno conseguisse intubar, e em seguida correu junto a maca para o elevador — SE VÃO FICAR PARADOS AÍ COMO UM BANDO DE INÚTEIS, É MELHOR IREM PARA CASA

Quando o elevador fechou, a emergência inteira ficou em silêncio pela surpresa.

Izuna e Minato sempre foram os maiores respeitadores da hierarquia daquele hospital, nunca metiam o nariz onde não eram chamados e respeitavam seus professores (e estavam sempre juntos, fazendo tudo isso). Então todos ficaram assustados ao verem os dois garotos tomando a frente com toda aquela postura.

O comportamento das outras pessoas do hospital foi o mesmo enquanto realizavam os próximos procedimentos, e ninguém ousou se meter na frente dos dois, nem mesmo quando entraram sozinhos na sala de cirurgia (o que deveria ser proibido para residentes).

Se equiparam para a cirurgia e esperaram, um de cada lado da maca, aguardando um Staff entrar para começarem a abrir o corpo.

— O que vocês dois pensam que estão fazendo? — Mito entrou na sala de cirurgia, e os dois congelaram com o olhar bravo da mulher — Essa criança deve ter pai e mãe, porque estão enrolando para começar a cirurgia? Se gabam por serem "os melhores internos desse hospital". Então salvem a vida dessa criança logo. 

A pediatra disse brava, e os dois começaram, Izuna e Mito reparam as lesões internas enquanto Minato arrumava os braços e as pernas do jeito que tinha aprendido naqueles meses inteiros ao lado do Senju, os três nervosos esperando o neuro chegar.

— A função cerebral não está se normalizando, Doutor — Uma enfermeira comentou, e os três se olharam.

Mito estava tentando diminuir os danos internos enquanto Izuna segurava duas possíveis emorragias, e Minato estava naquele exato momento tentando colocar ossos despedaçados em seu exato lugar.

— Nós assumimos daqui — Ouviram uma voz grossa entrar na sala e o coração dos três se acalmou, mas apenas por uns segundos, pois a criança começou a convulsionar, e os três médicos na mesa a seguraram firme, de modo que seus trabalhos não fossem mais prejudicados.

— Se essa pirralha estraçalhar todos os ossos que eu juntei eu juro que mato ela — Minato reclamou, segurando o braço e tentando evitar os movimentos naquela região. E Izuna concordou, nervoso por estar com a mão no coração de alguém pela primeira vez de algum tempo.

— Calem a boca, é uma criança, não um robô, estão cuidando da saúde dela, não fazendo um experimento medicinal astronômico — Mito exclamou e os dois se calaram — Se forem servir de alguma coisa, que sirvam desde agora, médicos cirurgiões tem o dever de salvar vidas, não de reclamar.