Capítulo 5

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Escrito Por:
Gissy Makoto & Daniel Fernandes

Irmã Ana nos mostrou todas as acomodações e várias crianças da instituição, inclusive crianças recém nascidas alegando ser as mais procuradas entre os casais candidatos a futuros pais.

Aquelas crianças são lindas e é impossível não se encantar por elas, mas a pequena Sophie não me saia da cabeça um só minutos.

-Com licença! -disse a mesma noviça de antes. -Telefone para senhora irmã e parece importante.

Dei graças a Deus, aquele telefonema veio no momento certo. Queria conversar a sois com meu marido.

Ela se desculpou e saiu para atender novamente.

-Amor fala. -diz Carlos Daniel franzindo as sombracelhas.

-Você me conhece mesmo não é? -dei um sorriso timido. -É que a Sophie não sai da minha cabeça, acho que encontramos nossa filha.

-Ela também me cativou com seu jeitinho, mas ela é o oposto do que você queria. Ela já é grande e você vai perder uma parte importante da infância como os primeiros passos, as primeiras palavras, a troca de dentes. Você não queria um bebê?
-Isso é verdade, e eu realmente queria um bebê mas essa menina me conquistou. Meu coração diz que é ela, e também ela precisa de amor e carinho tanto quanto um bebê, não devemos excluir essa possibilidade só por que ela já é grande.

-Eu concordo com você meu amor, e quando ela foi embora senti como se uma parte de mim tivesse me deixado. Eu nutro mesmo sentimento que você por ela. Se quiser podemos conversar com o responsável e adota-lá.

-Sim eu quero. Nossa filha amor, nosso sonho de ter uma família está enfim se realizando. Algo dentro de mim me diz que a partir de agora tudo será diferente.

Assim que a irmã voltou falamos com ela sobre nossa decisão. Ela ficou feliz e um tanto quanto surpresa.

Como temos entrada no processo com antecedência não demorou muito para podermos ir buscar a nossa filha. Horas que foram esperadas com muita e esperança é um pouco de insegurança. O medo dela não se adaptar ao novo lar, que fato de ter uma família me consumia. Ela viveu a vida toda num orfanato, pra ela será uma grande mudança, tudo será novo e espero que ela se acostume afinal convivência não é nada fácil.

Estamos eu e Carlos dentro do carro parados na porta do orfanato.

-Preparada? -pergunta ele beijando minha mão já gelada e trêmula pelo medo de uma possível rejeição.

-Há muitos anos.

Respiro fundo e entramos na orfanato. Sophie já nos esperava com uma mochila nas costas e de mãos dadas com uma irmã que não conheço. Ela é morena e aparenta ter por volta de 24 anos, apesar do véu e da roupa percebe-se que é uma mulher muito bonita.

-Vocês chegaram!!! -diz Sophie correndo ao nosso encontro e nos abraçando.

Neste momento sento um grande alívio e soltei o ar que nem tinha percebido que tinha prendido. Eu sei que ainda tem muita coisa pra acontecer mas é como uma batalha vencida.

-Sim viemos. Estamos muito feliz que você vira morar conosco. -digo dando um beijo em sua testa.

-Eu sabia que vocês viria e também estou muito feliz, mas antes de ir quero pedir uma coisa.

-Claro o que quiser minha querida. -diz meu marido.

-Eu sei que agora vocês serão meu pai e minha mãe e vamos formar um família, mas eu queria vim visitar meus amigos que estão aqui por que eles também são minha família. -meu Deus essa menina e um anão só pode. Como esperta e inteligente essa pequena. Diante de tanta fofura não tem como dar outra resposta a não ser sim. A psicóloga disse que era para afasta-lá do seu passado para que ela tenha uma adaptação maior a sua nova realidade, mas acredito que essa quebra de laços pode ocorrer aos poucos para ela não sofrer muito.

Depois de seu pedido, ela se despediu de seus amigos e das irmãs e viemos embora. Durante todo o caminho ela parecia fascinada com a cidade e suas casas coloridas. Seus olhos atendo a tudo através das janela do carro como se tivesse indo a Disney.

Assim que chegamos ela parecia medir cada metro quadrado do jardim frontal da casa com os olhos. Assim que a porta foi aberta toda minha família a esperava com balões e apitos, além de grandes faixa escritos "BEM VINDA SOPHIE" mas acredito que ela ainda não saiba ler.

Por incrível que pareça em um primeiro momento ela se intimidou e se escondeu atrás de Carlos, mas logo entrou e comprimentando um a um.

A festa foi incrível! Ela correu e brincou. Sem contar que ela adorou as filhas de Lay já que estão com dois anos os gêmeos Ayla e Bernardo (acho que não tinha comendado esse detalhes antes. Ela foi muito abençoada), mas ela brincou e se deu bem com todos. Como nada é perfeito, minha mãe não conseguiu esconder os desdém pela menina, mas ela foi devidamente ignorada.

Já se passava das 18:00 horas quando todos os convidados foram embora e então chegou a hora de conhecer seu quarto. Ela subiu as escadas contados os degraus.

-Um, dois, três, cinco, oito, quinze... Por que essa casa tem uma escada tão grande? Onde eu morava tinha rampas. A irmã falava que escadas são perigosas. E olha que tamanho de perigo esse aqui. -diz colocando a pequena mão no próprio rosto.

-A casa fica maior com essa escadas meu anjo, mas se você for cuidadosa não tem perigo nenhum. Só não pode correr na escada e pisar em todos os degraus sem pular nenhum.

Logo chegamos em seu novo quarto. Ela girou a maçaneta com cuidado como se fosse encontrar um tesouro lá dentro. Assim que ela pode ver o seu interior seus olhos brilharam e um lindo sorriso tomou conta de seu rosto.
O quarto era grande e todo personalizado com princesas da walt Disney. As paredes pintadas em tons de rosa e com grandes princesas pintadas, na primeira eram Bela, Branca de Neve e Cinderela. O guarda roupa era branco com a Elsa e Ana na porta, sua cama era grande e com a cabeceira em formato de castelo e com um mosquiteiro que dava um ar de encanto; ao lado da cama há dois criados mudos (um de cada lado). Ao lado há um banheiro adaptado para criança todo rosa. Ao lado da porta do banheiro existe uma enorme estante que vai do chão ao teto repleta de brinquedos.

-Meu Deus que lindo!!! Posso entrar?

-Claro! Esse quarto e seu agora.

-Olha que linda?! Disse me mostrando uma das bonecas da estante. Correu por todo o quarto analisando cada mínimo detalhe. Sua felicidade preenchia todo ambiente e era quase palpável, seu sorriso era como uma dádiva pra mim.

Como é bom ter Sophie em minha casa, sua felicidade nos contagia. Hoje eu só tenho a agradecer a Deus, por conseguir constituir minha família. Antes eu tinha tudo que uma pessoa pode querer: um marido apaixonado, uma situação financeira equilibrada, mas não era feliz porque o que eu mais sonhava não podia ser comprado é dado de graça, é um presente divino e cabe no sorriso de uma criança.

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