Capítulo 2 - As boas vindas à tripulação

32 4 25
                                    

Apesar do olhar de menosprezo de Bakugou, Fumikage foi permitido no Bakusquad. Shouji teve que envolver o homem-pássaro em seus braços direitos, quase cobrindo-o por completo, para protegê-lo dos olhares e perguntas curiosas da tripulação. Felizmente, o capitão anunciou seu grande evento e metade do pessoal se foi para preparar os explosivos. Claro que o Dynamight podia explodir a embarcação apenas com sua individualidade, mas quanto mais pólvora envolvida, mais épica era a explosão.

Nesse meio tempo, Hagakure avaliou Fumikage na enfermaria, mas tirando algumas escoriações e sintomas de desidratação, ele estava bem. Em momento algum ele se manifestou, exceto para agradecer timidamente pelos cuidados recebidos. E por um bom tempo, ele também não foi forçado a dizer nada. Pelo menos não até o capitão entrar na enfermaria e confrontá-lo após seu show.

Até então, Shouji tinha ficado no lado oposto da sala, deixando o homem-pássaro descansar em paz numa das camas. Porém, quando Bakugou entrou na sala com o resto do bando, ele automaticamente se moveu para o lado do recém-chegado, mantendo-se de pé próximo a cama, com a postura quase ereta e braços para frente, mas o pescoço se curvou para manter a cabeça longe do teto.

- Certo, papagaio. Desembucha. Quem é você e o que estava fazendo naquele navio? - O capitão perguntou aborrecido, jogando-se na cadeira do lado oposto da cama e cruzando as pernas.

Os outros permaneceram próximos da entrada, dentro e fora da sala, exceto o imediato, que se posicionou ao lado da cadeira, imitando a postura de Shouji.

Sentado na cama, de frente para seu inquisidor, o homem com cabeça de pássaro respirou fundo, reunindo coragem, e começou a falar com uma voz baixa, mas firme:

- Meu nome é Tokoyami Fumikage. Eu era apenas um criado de bordo em um navio comercial que foi atacado por piratas. Alguns dos tripulantes foram feitos prisioneiros, como eu, e nos fizeram trabalhar no barco até uma confusão começar... Acredito que alguém tentou se rebelar contra os piratas e, no fim... Eu fui o único que sobrou.

- Você ficou no navio destroçado por muito tempo? - Kirishima perguntou com suavidade depois de um momento de silêncio.

- Uns três dias... Eu suponho...

- Que bom que te encontramos logo. - O imediato sorriu com sinceridade, então perguntou mais sério. - Qual sua individualidade?

Tokoyami hesitou, apertando suas mãos com ainda mais força, mas explicou:

- Eu o chamo de Dark Shadow. Ele é como um espírito conectado a mim... E ele reage ao meu emocional e à luminosidade a que é exposto.

- Demonstre. Mas é melhor não tentar nenhuma gracinha. - Bakugou ordenou, parecendo um pouco mais interessado que dois segundos atrás.

Shouji observou Tokoyami respirar fundo novamente, bastante trêmulo, mas chamar pelo nome da criatura com uma voz poderosa e firme. Uma sombra viva com cabeça de pássaro e olhos amarelos brotou da sua barriga e se enroscou ao seu redor protetoramente. A tripulação arfou de surpresa, e o capitão se inclinou para frente, com um sorriso louco. Shouji observou o ser, pasmo, e foi encarado de volta pelos mesmo olhos brilhantes de antes.

- Isso está vivo? É inteligente? - Bakugou questionou, puxando a atenção de todos sobre si novamente, inclusive da criatura.

- "Ele", por favor. - Tokoyami corrigiu um pouco irritado. - Dark Shadow está vivo e é, sim, bastante inteligente, podendo pensar e agir por si mesmo, apesar de se submeter a minha vontade. E ele não gosta de ser chamado de "isso".

- Não vou fingir que me importo. - Bakugou sorriu maldosamente, semicerrando os olhos, enquanto analisava os dois. - Se ele pode agir e pensar por si próprio, imagino que ele possa te desobedecer também. Estou correto?

Unidos pelo MarOnde histórias criam vida. Descubra agora