Capítulo 14

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    A lua que momentos atrás brilhava agora não brilha mais. As nuvens á abraçaram e acabaram ofuscando o seu brilho. Ouve-se um estrondo no céu e um show de luzes.

  Parece que haverá uma tempestade.

  Eu amo dias chuvosos, mas ao contrário de mim, minha avó detestava. Ela vivia reclamando sobre os barulhos que os trovões faziam, sem contar a maneira de como a água caia forte contra o telhado.
  Eu amo os sons que eles fazem. Eles me lembram de quando eu era mais nova. No dia em que ela morreu eu passei a ama-los. Eles eram como os gritos que eu nunca permiti solta-los, a chuva era como as lágrimas que eu não deixava cair e os raios, eles eram os meus favoritos, eles iluminavam aquilo que a escuridão apagou,suas formas deformadas no céu,eram encantadoras.  A tempestade me soa como os gritos de libertação de uma pessoa que sempre viveu presa, como uma andorinha engaiolada.

  O vento bate tão forte em minha janela que me vejo na obrigação de fecha-las para que a água não entre em meu quarto.

  Me deito em minha cama esperando que o sono me embale e os trovões acalmem a minha mente. Atento meus ouvidos para ouvir o gotejamento  da chuva indo de encontro com brutalidade contra meu telhado.

  De repente tudo se torna um borrão, estou finalmente em meus sonhos....

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   A tempestade se foi e agora a única coisa que posso ouvir são os cantos alegres dos pássaros.   Abro meus olhos ainda sonolenta. Me alevanto de meu leito e coloco um vestido verde para começar o meu dia. Ele ia até o joelho e era rodado e um pouco curto. Após vestir meu vestido coloco um short preto colado. Faço minha higiene pessoal e desço as escadas na esperança de encontrar a minha mãe na cozinha.

  A decepção logo bate na porta de meu peito, pois minha mãe não estava lá, apenas um bilhete mostrando o motivo de sua ausência. 

''querida,peço perdão por não poder tomar café contigo e muito menos de dar um beijo de boa noite ontem, tive uma emergência no trabalho e tive que voltar, me desculpe. "

                                                                                                                 -Mamãe.

   Algo caí em cima de seu bilhete, minhas lágrimas mancham o papel.

-poxa mãe...você prometeu que ia ficar comigo essa semana..-sussurro decepcionada.

  Seco o restante das lágrimas e vou preparar o café.

  Depois de pronto, tomo o café na esperança de poder renovar meus ânimos. Aprecio o gosto amargo e a quentura descer por minha garganta. Coloco a xícara na pia da cozinha e preparo minha bolsa com alguns potes de vidros para coletar um pouco de água da cachoeira e para fazer um terrário. Levo também um livro de plantas e os outros que peguei da biblioteca do senhor Alfred. Coloco meu tênis que estava na porta e já me encontro pronta para sair, mas quando estou prestes a sair pela porta me lembro que não estou com a adaga.

( Droga...o lobo a destruiu...) Pensei comigo mesma.

   Saio da casa e tranco a porta atrás de mim. Com as lembranças do incidente com o lobo. Entro na floresta com um pouco de medo. Que é a única coisa que me resta...

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