ALICE
Mais um dia amanhecia, e hoje não era meu dia de sorte. Além de acordar atrasada, perdi o ônibus e tive que ir correndo até a doçaria. Não era muito longe, mas o ônibus passava na rua do prédio e parava no ponto ao lado do meu trabalho. Durante o percurso fui desejando que hoje saísse como no dia anterior.
No primeiro dia meu cronograma me ajudou muito e consegui bater a meta estipulada, cheguei no apartamento me sentindo tranquila e todo aquele medo e nervosismo havido ido embora, era como se tirasse um peso das minhas costas.
Estava mais confiante, mas ao abrir o armário me deparo com o pote de farinha vazio.
— Não acredito!
Alguém usou toda a minha farinha, mesmo que ontem eu tenha usado uma grande quantidade, ainda havia o suficiente para hoje. Apoiei minhas mãos na bancada, fechando meus olhos para não pirar.
Ainda com raiva e suspeitando de algum funcionário, precisei ir ao mercado com o dinheiro que meu chefe deixava para emergências como essas.
Ao chegar entrei com passos largos e a cabeça abaixada, estava irritada com toda a situação e para piorar, acabei esbarrando no indivíduo que estava no meio do corredor, fazendo com que ele derrubasse o vidro de azeite no chão, deixando assim, o piso todo molhado e escorregadio, com pequenos cacos de vidros.
— Desculpa. — Mesmo sem jeito com a situação segui até a prateleira em que fica os pacotes de farinha.
— Cuidado para onde anda, jovenzinha!
— Já pedi desculpas, apenas não o vi, não fiz de propósito. — Respondi ao virar-me de frente para o rapaz.
Nunca fui de reparar muito nas pessoas, mas algo naquele homem, mexeu comigo. Ele era diferente, não parecia nenhum galã de novela ou algo do tipo, mas tinha algo naquele olhar sério, ou no jeito que ele passava a mão no cabelo, mostrando de forma definida seus músculos do braço, apertados pela manga da camisa polo branca que usava... Ele começa a reclamar, tirando-me completamente dos meus pensamentos.
— Agora terei que pagar por dois azeites e só levar um — bufou — Se olhasse por onde anda, isso não aconteceria.
— Que saco! Deixa o azeite que eu derrubei por minha conta e seja feliz com seu outro vidro. — Revirei os olhos, voltando para a prateleira em que ficava os pacotes de farinha.
Lindo, porém meio chato.
Naquele momento o homem já estava no caixa, e eu só desejava sair dali o mais rápido possível, pois já perdia muito do meu precioso tempo e ainda tinha que preparar os quinhentos cupcakes do dia. Falta muito para esse dia desastroso terminar?
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Amor & Cupcake
RomansaUm simples esbarrão pode mudar o destino... Alice havia acabado de se mudar para São Paulo e estava focada em realizar o seu sonho de ser uma excelente confeiteira. Do outro lado da grande capital estava André, um recém-formado em educação física. ...