10. Hóspede do bunker

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         Desde que Gun Theerapanyakul invadiu a residência da primeira família e Khorn teve que reformar as partes destruídas da mansão que ele instituiu a criação de bunkers nas três  residências principais. Os filhos e os sobrinhos devem estar seguros se alguma coisa igual aquela acontecer.

           Com a morte do irmão e a recuperação da saúde de Vegas, ele se tornou o único patriarca dos Theerapanyakul e Kittisawasd e tomou para si a obrigação de cuidar de todos. Kinn, Porsche, Pete,  Vegas, Prapai cuidam da administração das empresas da família e  ele apoia todos,  mas está operando em segundo plano.  Cada um deles tem seu ponto forte e juntos são imbatíveis. Sob sua orientação, cada vez menos necessária, eles têm gerido tudo a contento e enchido seu coração de orgulho. Os mais novos têm vivido como jovens,  mesmo que já trabalhem junto aos demais, porém  ainda sem cobranças ferrenhas. E nesse momento a jovialidade dos três têm servido de suporte para o habitante secreto.

            Macau, Kim e Chay estão  dando apoio ao jovem Sky  e por isso  ele ainda não surtou com sua nova "prisão".   Ele nunca fica sozinjo no esconderijo. Tem sempre um deles por perto.

          O bunker principal da terceira residência está localizado no andar familiar. O acesso ao andar é restrito e por isso nenhum empregado, além dos guarda-costas envolvidos no resgate, sabem da existência do hóspede do bunker.

         As primeiras horas de Sky na mansão foram tensas. Pete e Vegas praticamente passaram o dia com ele.  A noite Macau se dispôs a dormir com o jovem, depois que Prapai dispensou o treino dos veteranos exaustos.  Para o irmão de Nop assistir os treinamentos e ações internas dos guarda-costas era algo divertido. Macau o comparou a Tankhun e Porchay assistindo Doramas. O garoto estava apaixonado pela tecnologia até então desconhecida.  As telas da parede viviam ligadas e ele estava sempre comendo doces e assistindo o trabalho dos guardiões das famílias.

          Macau trouxe um usb com uma playlist jovem e quando Sky não achava Nop ou Big nas telas, ouvia música e jogava caça-palavras. Outro hábito que ele tem é a leitura e ele tem conseguido se prender nos passeios pelas páginas por algumas horas. Mas Vegas tem medo que ele se rebele.

         Ele sabe que não pode circular pela residência até a operação policial que tirará Rogov de cena seja deflagrada. Mas o tempo é responsabilidade dos oficiais e não dos Theerapanyakul e os responsáveis pelas famílias estão preocupados com bem-estar do rapaz. Que adianta estar livre se ainda está impedido de ver  o irmão e de curtir sua liberdade?

           -    Vegas, eu sei que vou ficar nervoso e sei que está preocupado, mas aqui eu me sinto seguro. É diferente de uma prisão.

           -   Tem certeza, meu pequeno?    -   Vegas e Pete estão sempre cercando o garoto de cuidados.

           -   Tenho. Você acha que eu não me sinto livre porque não sabe que naquele lugar a maior prisão não são as paredes ou algemas. O que nos adoecia ali era o medo constante de morrer ou de ser vendido para um agressor.

            -   Rogov ameaçava vocês?   -   Pete se irritou em ouvir isso.

           -   Por qualquer coisa.

           A ira estampou-se no rosto de Pete. Vegas fez sinal para ele se acalmar,  mas o marido esmurrou a parede. Sky olhou surpreso. Ninguém nunca o defendia e aqueles estranhos eram partícipes de sua dor.  Estranhos que o tinham libertado e que temiam que ele se sentisse prisioneiro ali.

           -    Viu, pī Vegas? Por isso não me sinto preso. Eu sei que vocês estão me protegendo. E agradeço.  Mas eu nunca quero irritar seu marido!   Ele é assustador.

Missão  de Ano Novo    #BigNopOnde histórias criam vida. Descubra agora