Ter que encontar um novo local para morar em 1 mês? Sim, Naya achou que seria um desafio. Mas o verdadeiro desafio é ter que dividir casa com um garoto.
Naya Martins, 20 anos, tem uma vida misteriosa aos olhos dos outros, porém tem a vida que todo...
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Já passou mais de uma semana que a Naya simplesmente saiu de casa sem data para voltar.
Minha irmã já sabe de tudo, ou melhor, quase tudo. Eu falei para ela que eu segui a Naya e que não consegui seguir até ao fim porque ela me viu, brigou e daí tudo isso aconteceu.
Zoe não parava de me encher todo o dia que chegava para jantar, falou que eu sou culpado e que se a Naya decidir sair daqui que eu vou sustentar a casa sozinho.
Eu sei que eu fui culpado, tenho perfeita noção do que fiz. Eu me culpo por ser tão curioso, cabeça dura e sempre levar minhas ideias até ao fim. Eu sei que eu preciso recuperar a Naya nessa casa, sinto falta da garagem cheia, das comidas maravilhosas que ela faz, falta de puder irritar ela e talvez um pouco de falta dela também.
Eu apenas a via de longe na escola e me matava querer ir falar com ela mas sei que preciso deixar ela respirar. Ela é surtada.
Hoje é quarta e a faculdade toda se reuniria no auditório para finalmente saber que projeto os nossos queridos professores nos prepararam.
E já cá estava eu, ao lado da minha irmã, do outro lado minha turma e atrás de mim a Emma.
Olhei para a entrada no exato momento em que Naya estava entrando junto com a sua amiga.
Emma: você ainda não falou com ela? - perguntou.
Bryan: ela precisa do espaço dela. - falei ainda olhando para a Naya, nossos olhares se cruzaram e ela revirou os olhos voltando a atenção para a sua amiga. - viu.
Zoe: mas tentar contacto não custa, não seja chato e insistente, só tenta.
Concordei.
Um tempo depois já tínhamos os professores todos no palco e prontos para dar a notícia que seria dita pelo diretor do colégio.
Diretor: primeiramente, bom dia alunos. - foi respondido por um coro vindo da parte de todos nós. - como vocês sabem estamos perto do segundo período de férias mais concretamente, um mês. Em conjunto com os outros professores, decidimos fazer algumas avaliações diferentes para além das provas, claro. E tivemos a ideia de fazer um trabalho em grupos.
Um grande burburinho começou pelo auditório alguns felizes outros tristes, enfim o mesmo se sempre.
Diretor: aqui deixo um exemplo de como vai funcionar. - apontou para a imagem do telão e prosseguiu. - a turma de administração do primeiro ano irá ser dividida em grupos de 5 pessoas e para cada grupo irá ser disponibilizado um grupo de 2 alunos da turma de fotografia e audiovisual. O trabalho é sobre o tema que os próprios alunos decidirem entre vários termas do seu curso e para os de fotografia, como é lógico é a parte visual. Terá um prazo de 3 semanas para ser entregue e na última semana de aulas será a apresentação de casa grupo aqui no auditório. Cada apresentação não poderá conter tempo máximo de 40 minutos e mínimo 15. - ele falou por mais uns 5 minutos e logo deram início à apresentação dos grupos.
(...)
Diretor: terceiro grupo do segundo ano de direito, Cynthia, Helen, Luke, Naya e Simon. - pausou- serão acompanhados por Abigail e Bryan do segundo ano de fotografia.
Puta que pariu, que ironia do destino do caralho. Como que a gente vai fazer essa porra mano. Eu tenho mesmo que conversar com a Naya.
Zoe: essa é sua deixa, garanhão.
(...)
No final da reunião os grupos começaram a se juntar, ficou um caos.
Abigail: licença, Bryan. Como vamos achar nosso grupo? - perguntou.
Abigail é uma garota do tipo nerd mas muito bonita é a melhor da turma e estuda para caralho.
Bryan: relaxa, eu conheço, vamos?
Procurei por naya e logo encontrei ela no meio do seu grupo.
Cynthia: ah olha, o Bryan. - acenou. - você deve ser a Abigail, certo? - a mesma concordou.
Depois de um tempo conversando e decidindo como iríamos fazer quando os professores nos disponibilizassem o tempo demos por encerrado o nosso encontro de hoje e eu decidi que estava na hora de falar com a Naya.
Bryan: ei- chamei a atenção dela. - a gente pode falar?
Ela olhou em volta e concordou.
Naya: te espero em casa, eu tenho que ir lá mesmo.
(...)
Aqui estou eu, ansioso, preparei um pequeno café da tarde para a gente e aqui estou eu, pensando em quais palavras eu poderia usar.
Ouvi barulho na entrada e só poderia ser ela.
Naya: Bryan, cheguei. - falou alto.
Bryan: aqui, na sala. - logo ela entrou e olhou a mesa. - preparei para a gente.
Naya: obrigada. - sentou na poltrona. - o que você quer falar?
Bryan: então, primeiramente eu queria te pedir desculpas. Eu sei que eu fui invasivo, estúpido, cabeça dura e tudo o que você quiser me chamar. Eu não tenho uma explicação plausível e boa para isso mas estou sendo sincero, eu não fiz por maldade ou coisa do tipo, eu só queria saber. E não estou tentando me livrar de ter sido um escroto e tirando a culpa de mim. Mas por favor, me desculpa.
Naya: cara - respirou fundo - eu confiei em você, nunca me passou pela cabeça que você iria ser tão intrometido assim. Você nem ao menos chegou e perguntou sobre as paradas que achava estranho, só foi lá e fez merda. Isso me manchou, porque eu confiei em você. Não estou chateada por você saber do meu "segredo" - fez aspas com o dedo - mas achei correta sua atitude de me chamar e esclarecer as coisas, de me ter dado meu tempo e tudo isso. Obrigada.
Bryan: então me perdoa? - perguntei tentando esconder a empolgação.
Naya: talvez.
Bryan: volta para casa? Sinto sua falta. - o que eu acabei de falar. - digo, a zoe sente e eu acho que essa casa sem você não é a mesma.
Naya: eu vou pensar no seu caso. - vi que ela já estava melhor e fiquei feliz.
A gente comeu, arrumou, falou sobre o trabalho que iríamos fazer um monte de coisa e quando vimos já era tarde.
Insisti com a Naya para dormir aqui mas a mesma alegou que não podia, porque os pais da sua melhor amiga ficariam preocupados e que ela queria evitar problemas.
Naya: bom, então até sexta. - o dia combinado para o grupo se encontrar.
Bryan: até. Vai com cuidado e me avisa quando já estiver em casa da sua amiga.
