Sob Suas Asas

3. Começo da jornada.

&. Escutar a música e ler a letra para melhor experiência.&

Respiro ofegante, olhando enquanto a água do lago volta a ficar estática.

— Quantos mais eu vou matar?

As almas a minha volta me olham resmungando, e depois voltam a olhar o lago.

— Preciso ficar perto do meu corpo, perto do Zack.

Com essa ideia em mente, volto a anda em direção ao meu cemitério, ao castelo da rainha.

Chegando na floresta em frente ao castelo, sinto uma dor profunda em minhas costas, a tanto tempo não sentia dor assim.

Abaixo-me no chão, tentando com minhas mãos alcançar o que quer que fosse que estava machucando entre as minhas asas. Sinto sangue em minhas mãos. Quando puxo ela, vejo um formato em minha mão que formou com a impressão dela sobre a ferida, uma cruz.

— Uma pequena cruz...

Tento ignorar minha nova cicatriz, e só quero voltar para o meu garoto, ver se meu corpo está bem.

Chegando no castelo, vejo Zack discutindo com a rainha.

— Você disse que iria me ajudar, ajudar ela, como pode dizer agora que não sabe o que fazer.

Ela anda de um lado ao outro de braços cruzados tentando escapar dele, porém ele a segue.

— Eu sei o que fazer, mas não sei onde o objeto está.

Ela para encarando Zack frente a frente.

— Está bem, mas antes preciso averiguar algo garoto.

Os dois parecem bem irritados, vou ficar escondida por enquanto, não quero precisar correr da besta tão cedo.

Vejo a rainha pegar um papel e uma caneta-tinteiro. Ela abaixa perto da porta do castelo e escreve algo nele. Depois levanta e recita um encantamento.

— Ela sabe usar magia.

Aproximo-me dela, ela percebe minha presença, mas parece não querer fazer alarde para o Zack.

— Que bom que está bem...

Ela sussurra para mim.

Então se vira para o Zack novamente.

— Você fica com esse papel para você. Com ele ela poderá avisar você que está bem sem levantar suspeita.

Ele segura o papel olhando a escrita antiga nele.

— Mas como isso vai funcionar?

A rainha revira os olhos, acho que ela está cansada de explicar as coisas para ele.

— Quando quiser saber se ela está perto de você, deixe o papel no chão, ela vai passar por ele, e não interagir, assim o papel vai brilhar.

Ele balança o papel, tentando entender.

— Esse encantamento detecta a presença dos mortos, não é necessário interagir com ele.

Ele assente com a cabeça.

— E se ela demorar de mais para responder, o que faço?

Ela olha para mim e sorri.

— Não se preocupe, ela estará sempre com você. Mas caso algo ocorra ela virá até mim para dar notícias, e você pode vir perguntar se a sua garota entrou em contato.