𝙎𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 𝙋𝙧𝙖𝙩𝙖 - Draco Malfoy

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Nessas três semanas que cheguei, já queria férias. Havia esquecido das aulas do Snape. Na verdade, nem queria lembrar.

Estávamos fazendo as lições de sua aula, poções e feitiços mais complicados. Minha cabeça latejava de tão difícil que estava aquela porcaria. Ron e o outros estavam na outra mesa, e eu e os outros sonserinos do outro lado da sala.

— Psiiiuuu - olhei ao redor pra ver onde o Snape estava, virei os olhos pro loiro que me perturbava.

— Que foi Malfoy? - falei baixo.

— Difícil aí? - apontou com o queixo.

— Um pouco, não lembro do último ingrediente pra poção do morto-vivo - ele se aproximou de mim, escrevendo no na parte em branco do meu caderno, discretamente pro professor não ver - "Infusão de losna"?

— O último ingrediente da poção Morto-Vivo... - me olhou de canto com um sorriso arrogante.

— Incrível como alguem igual a você sabe disso. - pendi a cabeça pro lado onde ele estava.

— Eu sei de muitas coisas, inclusive, é dessa matéria eu manjo - passou as mãos em alguns fios rebeldes pra trás.

— Uhhh o grande gênio da arte de poções. - ironizei, mas estava impressionada, acho que nem Mione era tão boa. Acho.

— E como anda o seu príncipe o quadribol? - continuou falando baixo com as costas da mão no queixo, escrevendo preguiçoso.

— Muito bem, e como anda as suas saias? - o olhei de canto.

— As "saias" não sei. - deu de ombros.

— Bem do seu feitio, comer e largar. - bufei, continuando a escrever o resto das tarefas.

— Olha aqui, se eu não te conhecesse diria que está com ciúmes - disse tomando a pena da minha mão. Quando virei pra ele, seu rosto estava bem próximo do meu. Aqueles olhos cinzentos iam até o fundo da minha alma.

— Pois não me conhece de verdade.

Franzi o nariz e sai irritada. Entreguei meu caderno para Snape e fui embora. Os olhos dele ainda me queimavam. Andava pelo corredor até ouvir uma voz conhecida. Oliver. E ele veio correndo com a vassoura na mão e todo sujo de grama e suor.

— Katrina, pensei que não ia te ver hoje - minha dúvida se sobrepôs a minha face.

— Bom, mas era só me procurar nos corredores, assim como agora.

— É, mas... O treino de quadribol me consome.

— E então? Como foi o treino de hoje? - disse com total curiosidade.

— Difícil, três horas de treino não é pra qualquer um.

Sorri soltando uma risada nasal. Tirei uma grama que estava em seu rosto, me aproximei para dar um selinho, mas ele se afastou rápido. Estranhei. Franzi as sobrancelhas, e ele... Estranho mais ainda. Não parece o mesmo a duas noites atrás. Tentei desviar desse momento constrangedor.

— Por que não apareceu esses dias?

— Sabe como é, o jogo e os estudos. E esse é meu último ano. Já vou.

Apertou de leve minha bochecha e saiu. Plantando uma dúvida e uma incerteza na minha cabeça.

Deixei de lado e fui atrás de Liane. Estava aonde sempre seria encontrada, na biblioteca. Cheguei perto me encostando em uma prateleira de livros, olhando aquele pontinho de prata ler e estudar sobre a história das casas. Era terapêutico. Ver que aqui é o lugar de paz dela. Me trazia mais calma.