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Um castelo em ruínas ao longe sendo escondido pela névoa densa. Corvos voando e grasnando alto. Asas negras fechadas em volta de um corpo adormecido. Olhos vermelhos abrindo, encarando o fundo de minha alma.

"Corra garotinha, corra para seu destino"

𓅬

Me levantei súbita com o coração acelerado, os nervos elétricos, respiração desregulada, as mãos suando frio e o líquido escorrendo pela testa. Estava encharcada. Draco acordou assustado pelo movimento repentino.

— O que houve? Katrina? - tentei respirar para ao menos tentar falar algo.

— Eu não sei, acho que um pesadelo... - passei a mão no rosto tirando o excesso de gotículas salgadas. Me sentei na cama tentando raciocinar o que acabei de ver, era tão claro e tão real, parecia perto, perto de mim. Mirei relógio cuco que marcava 4:00 a.m, cocei meu cabelo sentindo os nós de horas atrás, segui pro banheiro.

— Um pesadelo? É isso que você acha? - questionou o loiro sonolento.

— Acho que sim. - molhei meu rosto, tirando aquele grude do suor. Olhei meu reflexo no espelho, lembrando dos terríveis eventos marcado em mim pela falta do comprimento do cabelo e presença de alguns cortes causados do feitiço. Sem contar as cicatrizes passadas, estavam mais brilhantes, vívidas, como se tivessem sido feitas recentemente mas não doíam ou ardiam, o que estava doendo naquele momento eram os pequenos chupões e algumas mordidas em todo busto e parte do pescoço...

Deixei de lado meus pensamentos impuros, andei pelo quarto inquieta enquanto o loiro de bruços me olhava pelo canto.

— Está me deixando nervoso. - Ignorei. Não tinha como resolver, eu estava mais que agitada precisava gastar um pouco ou distrair minha mente.

— Snape! Tenho que vê-lo. - peguei um moletom grande, vesti um short. O loiro me olhou duvidoso.

— Por que o Snape?

— Ele tem uma poção pra dormir mais rápido. Nos vemos mais tarde Draco.

Corri as escadas da comunal as pressas, precisava conversar sobre as visões já não havia mais alternativa ou escapatória, o Barão Sangrento entrou na minha frente me impedindo de ir em direção da sala dele.

— O que faz acordada a essas horas, senhorita Swan? - a voz sombria ecoou.

— Indo na sala do Snape.

— E sobre o que quer falar?

— Não se preocupe, não é sobre o senhor, agora licença. - respondi ácida.

Continuei andando ignorando os resmungos dele. Bati algumas vezes na porta e sem resposta, abri lentamente colocando o rosto para dentro da sala. Cheia de montanhas de livros, caldeirões flutuantes, tubos de ensaio e outros tipos, semelhante a um laboratório trouxa. Entrei procurando o mais velho, ele estava dormindo em uma cadeira, com um livro em seu peito — provavelmente dormiu lendo ou estudando o mesmo —,  sua expressão era calma e tranquilo, respiração suave. Me abaixei ao seu lado.

— Professor...? - um toque - Professor Snape...? - dois toques. Pelas barbas de Salazar, que sono pesado. - Severo...? - finalmente um olho se entreabriu, visualizando-me. Não se moveu.

𝙎𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 𝙋𝙧𝙖𝙩𝙖 - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora