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Pov Luísa

Acordo mais cedo para editar as fotos que eu estou montando, já que minha vida amorosa está sendo agitada e eu não estou conseguindo focar no meu trabalho. Maiara está dormindo em cima de mim, como sempre, seu rosto está entre meu pescoço e meu ombro, enquanto a sua respiração bate quente no meu pescoço. Tiro ela devagar de cima de mim e pego meu notebook da cômoda, indo para a sala para não acordar a minha mulher. Sento no sofá e começo a ver as fotos pendentes que eu não tinha editado as fotos, até ver meu celular tocando.

- Oi, João.

- Oi nada, você não vem trabalhar mais não?

- Eu estou trabalhando agora - Falo rindo - Editando as fotos que você mandou.

- Tá... Tessa esteve aqui hoje, ela estava te procurando.

- Ela disse o porquê?

- Por que você acha, Luísa? - Ele pergunta irônico - O único motivo que ela sempre quer tirar fotos com você.

- Ah...

- Pois é... mas mudando de assunto, o que você e a aquela modelo Maiara, tem?

Respiro fundo e penso como contar a nossa história para ele de uma maneira abreviada.

- A gente namorou no colegial, terminamos e fazia sete anos que não nós falávamos.

- E vocês voltaram então?

- É... estamos indo com calm-

Quando vou terminar de falar, Maiara entra na sala, com o pijama amassado, a cara brava e um bico no rosto. Ela se aproxima de mim e tira o notebook do meu colo, sentando em cima de mim e deitando a cabeça no meu ombro.

- Bom dia, Mai...

- Você me deixou sozinha - Ela fala magoada - A cama é muito grande sem você.

Até esqueço que estou falando com meu amigo, quando volto a prestar atenção na chamada, ele está dando risada de mim.

- Indo devagar, sei, sei - Ele fala rindo - Eu vou desligar, aproveita a sua lua de mel.

Ele desliga a chamada e eu volto minha atenção para Maiara, que já está dormindo nós meus braços novamente. Passo meus braços pela sua cintura e puxo ela para mais perto, pegando meu notebook novamente e voltando a editar as fotos. Deito minha cabeça na da morena e continuo passando as fotos. É estranho pensar que semanas atrás, eu negaria em todas as línguas que eu ainda amava essa mulher, que não queria ver ela por nada nesse mundo, mas só bastou uma bebida, que eu me entreguei para ela novamente. Mês passado eu era cobiçada, dormia com todas, tinha uma para cada dia da semana e agora eu sou uma pessoa apaixonada, que é obrigada a fazer a janta toda noite, porque a mulher da minha vida não sabe fazer nem macarrão instantâneo, quem diria.

- Quero carinho - Ela resmunga ainda com os olhos fechados.

- Eu estou trabalhando, Mai - Falo olhando para ela - E estou usando as duas mãos.

- Mas eu quero carinho.

Reviro meus olhos e começo a acariciar a sua cabeça, fazendo ela sorrir com isso.

- Amor... você vai ter que ir comigo buscar o Léo, hoje eu vou passar o dia com ele.

- Tá bom, amor...

Ela coça os olhos e continua com a cabeça deitada no meu ombro, sem abrir os olhos pelo sono.

- Mai... vai deitar na cama.

- Mas eu não gosto de dormir naquele quarto grande sem você.

Olho para o notebook, depois para ela, depois para o notebook novamente e penso que eu posso entregar essas fotos depois. Pego Maiara no colo e levo ela até a nossa cama, aonde eu deito com ela, ainda sem acordar a morena. Quando penso que deveria estar trabalhando, também penso que eu fiquei seis anos, trabalhando todos os dias, para manter a minha mente ocupada, então eu posso tirar alguns dias para curtir a minha mulher.

Olhos Castanhos (Mailu)Onde histórias criam vida. Descubra agora