Pov Maiara
- Luísa, nem pensa nisso - Falo abaixando a minha camisola e volto minha atenção para o meu livro.
- Preciso passar meu tempo - Ela fala entediada e tenta levantar minha camisola novamente.
- Existe outras formas além de transar comigo - Falo afastando ela com as mãos - Ler um livro, lavar uma louca, qualquer coisa e você nem vai precisar tirar a sua roupa.
Luísa resmunga nervosa e tenta tirar minha camisola novamente, mas eu afasto ela com o pés, arrumando minha camisola no meu corpo. Por seu emprego ser em Los Angeles, quando estamos aqui, ela não tem nada para fazer e isso deixa a minha noiva estressada e entediada.
- Não tenho nada para fazer - Ela resmunga cabisbaixa - Já fiz tudo que poderia fazer.
Olho para ela e não consigo deixar de rir pelo bico no seu rosto. As meninas saíram com o Léo, eu saí mais cedo para algumas fotos e Luísa ficou aqui, imagino o quanto ela deve estar entediada.
- É por isso que eu não gosto daqui - Ela resmunga baixinho - Quero voltar para o meu trabalho.
- Lu... já conversamos sobre isso.
Luísa revira os olhos e saí da cama, indo para fora do quarto. Quando vou ir atrás dela, alguém toca a campainha, fazendo eu estranhar, já que as meninas não estão aqui. Desço as escadas e vejo Luísa paralisada na porta, me aproximo dela e engulo seco quando vejo a minha sogra na porta.
- Lu... o que está acontecendo? - Pergunto atrás da minha noiva.
- Eu vim trazer um presente para a bebê - Dona Ruth mostra a sacola - Para a filha de vocês.
- Não queremos nada de você - Luísa fala nervosa - Muito menos para a nossa filha.
- É só um presente, filha...
- Filha? Anos e anos eu fui tratada como lixo e você não fazia nada.
- Seu pai iria me punir igual a você, Luísa - Ela tenta segurar a loira, mas Luísa tira as suas mãos.
- Sim... então você ficava quieta enquanto eu apanhava.
- Minha filh-
- Eu não sou a sua filha - Luísa cospe as palavras - Não sou a sua filha, nem absolutamente nada que tenha relação a você e aquele homem.
Luísa fecha a porta nervosa e passa por mim, indo para o quarto. Sei que a grosseria é a sua forma de autodefesa, desde adolescente, por isso sempre tive muita paciência. Quando escuto ela batendo a porta do quarto, eu abro a porta para a sua mãe.
- Oi, ela não quis falar isso - Falo me aproximando da mulher - Ela... está um pouco nervosa.
- Eu não sabia o que meu marido tinha feito com vocês duas - Minha sogra fala estendendo o presente - Eu sinto muito.
Pego o presente e sorrio fraco, sem saber o que dizer, é a primeira conversa que temos de verdade.
- Tem roupas da Luísa de quando ela era bebê e alguns brinquedos que ela brincava e algumas roupinhas que eu comprei.
- Muito obrigada - Sorrio fraco.
Ela se afasta e eu me sinto mal por deixar ela ir assim, mesmo que eu entenda o lado da minha esposa, ela é uma mãe e eu senti verdade nela, não queria que a sua relação com a sua filha fosse assim, principalmente porque eu sei que dói muito em Luísa. Respiro fundo e volto para dentro da minha casa, consigo ouvir o choro da minha mulher no andar de cima e eu vou para o nosso quarto.
- Lu... vamos conversar - Falo abrindo a porta.
- Eu quero ir embora, Maiara - Ela fala soluçando - Eu quero ir embora.
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Olhos Castanhos (Mailu)
Fiksi PenggemarUma história que começa no passado, vive o presente, mas talvez não tenha o futuro. Duas adolescentes que se apaixonaram em meio ao mundo tão cruel e indiferente, que decidiram viver seu amor e não se importar com opiniões e relacionamentos passados...