𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋|| ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴ.

49 - LINDA

Capítulo 20
P.O.V[ S/N]

QUATRO DIAS DEPOIS.

Depois de ter ido para Brighton quatro dias atrás, decidi que me mudaria de forma definitiva para Londres.

Estava frágil demais para ficar sozinha com Elisa. Acabaria entrando em depressão e não conseguiria criar minha filha de maneira saudável. Aqui, ela teria meu pai, Virgínia e o pai dela.

Tentaria focar na minha própria cura, mesmo sabendo que essa ferida jamais cicatrizaria por completo.

Estava deitada na cama, lutando contra as lágrimas, quando a porta do quarto se abriu.

Levantei a cabeça e, ao ver que era Vitória, me levantei rapidamente. Corri em direção à morena e a abracei com todas as minhas forças, deixando que as lágrimas finalmente escorressem.

— Eu sinto muito, S/n — disse Vitória, retribuindo o abraço.

Era como estar em um refúgio, um lugar seguro onde eu podia mostrar meus sentimentos sem medo da falsidade — e ela também.

Talvez almas gêmeas não sejam sempre um casal.

Me afastei, fungando.

— Achei que ficaria por uma semana — falei.

— A Virgínia me ligou, e eu e o Adam concordamos em voltar o mais rápido possível — respondeu.

— Não... Vocês ainda deveriam estar lá. Não deveriam ter voltado por minha causa — retruquei.

— S/n, você é minha melhor amiga. A sua dor é a minha dor. Sem contar que você faria o mesmo por mim — disse, me abraçando novamente. — Agora vem, que eu vou te distrair.

A morena me puxou de volta para a cama, e eu revirei os olhos.

— Ariel? — perguntou Vitória.

— Rapunzel — respondi, fazendo Vitória rir junto comigo.

— Meninas, com licença... — disse Sofie, entrando no quarto.

— Junta aqui, Sofie. Afinal, éramos um trio, né?! — disse Vitória.

— Na verdade, só vim entregar para você o meu convite de casamento — disse, e aquilo foi como levar outro soco no estômago.

Vitória se levantou, visivelmente desconfortável e um pouco irritada.

— Sofie, esse não é um bom momento — respondeu de forma ríspida.

— Por quê? — perguntou a loira, confusa.

Ela não sabia.

—... Eu perdi um bebê — falei, e vi os olhos de Sofie se arregalarem enquanto as duas pequenas caixas que segurava caíam ao chão.

— Eu não sabia, S/n — disse ela, se aproximando e segurando minha mão. — O Vincent não me falou nada, eu...

— Tá tudo bem — menti. — Você não tinha como saber.

— Me perdoe — pediu, pegando as caixas do chão. — Finjam que eu nem estive aqui.

Assim que Sofie saiu, Vitória se virou para mim, irritada.

— Nem começa. Você conhece a Sofie, ela não faria isso — falei, vendo Vitória revirar os olhos.

— Eu tenho minhas dúvidas — respondeu.

— Estamos falando da Sofie, Vitória. Nós a conhecemos.

— Não sei... ela pode ter mudado nesse tempo longe — murmurou. Olhei para ela, desconfiada.