16 - BEBEDEIRA

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P.O.V
[S/N]

Enfim, o sábado.

Não sei ao certo como a semana passou tão rápido para mim. Talvez o fato de os dias terem se tornado monótonos e chatos, todo dia a mesma rotina de acordar, ir para a escola, voltar para casa e dormir até o outro dia.

Nunca achei que minha habilidade de ignorar alguém pudesse ser tão boa assim. Os únicos momentos em que eu e Vincent nos víamos era no café da manhã, quando íamos para a escola e às vezes quando trombávamos nos corredores, mas era algo rápido e seco.

Respirei fundo, olhando para a roupa que eu usaria hoje.

Decidi ir fantasiada de mim mesma, estou sem nenhuma criatividade.

Eu não estava nem um pouco animada para essa festa, o motivo principal é que eu o veria hoje mais do que o vi a semana toda.

Me surpreendi quando soube que meu pai e Virgínia liberaram a festa, até porque a última vez não foi a melhor ideia que os irmãos tiveram. Mas parece que liberaram porque eles queriam viajar sozinhos, e essa foi a condição.

Me desenrolei da toalha e logo comecei a me vestir. O vestido era preto com uma pequena fenda que realçava minhas coxas, o vestido era um pouco justo, mas nem tanto. Não tinha decote, mas as alças eram finas, então peguei uma jaqueta preta de couro, a qual eu nunca usei, e a coloquei. Coloquei uma meia-calça transparente preta e nos pés eu calcei um coturno preto. Por fim, soltei meus cabelos, que estavam com ondas.

Pensei em fazer uma maquiagem forte, mas tudo que fiz foi passar um gloss transparente na boca e passar um perfume.

— Posso entrar, Praga? — Adam bateu na porta.

— Entra, aí — Disse, e ele entrou, me fazendo rir na mesma hora.

— Que porra é isso? — Digo, ainda rindo. Adam estava com uma fantasia do Peter Pan, não estava feio, mas ainda assim quis rir da sua cara.

— Pelo menos eu tô fantasiado — Ele disse, me fazendo parar de rir.

— Ei, quem disse que eu não estou fantasiada? — Me defendi e girei em 360°

— Estou fantasiada de mim mesma, ué.

— Dá para ver que você entende muito sobre festa e fantasia — Adam disse.

— Você é que não entende de fantasia — Digo, fingindo uma falsa irritação.

— Tá bom, Praga. Te chamei para descer junto comigo — Adam disse, e eu assenti, caminhando junto com ele para fora do meu quarto.

Acabo batendo minha cabeça em algo duro e me irrito com isso.

— Porra, quem colocou uma parede aqui? — Digo, massageando minha testa, mas logo olho para frente e encontro Vinnie.

O mesmo estava com uma blusa preta, tendo por cima a mesma jaqueta de couro preta que usou na última e tenebrosa festa que fomos. Uma calça preta e um tênis preto também, os cachinhos dessa vez não estavam compridos, já que recentemente ele cortou o cabelo. Ficava ainda mais lindo assim.

— Parece que vocês pensaram na mesma coisa — Adam disse, prendendo o riso, mas eu nem consegui focar muito nisso. Meus olhos estavam presos nos dele como ímãs que dificilmente se desgrudariam. Porém, eu desviei os olhos primeiro, seguindo para o andar da festa, já encontrando as decorações até que bem arrumadinhas.

Adam desceu logo em seguida, colocando a música alta para poder tocar. Por sorte, eu ainda ouvi a campainha e logo fui abrir a porta.

Assim que abri, eu vi Renata vestida de Marilyn Monroe. Ela usava um vestido branco soltinho e uma peruca loira curta e encaracolada. Revirei os olhos e fechei a porta novamente.

𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋||  ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴ.Onde histórias criam vida. Descubra agora