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No dia seguinte, enquanto arrumava minha mochila pra escola, tirei a página do mural, e encarei por alguns segundos.

O desenho mostrava uma espécie de câmara. Arredondada, parecia feita de pedra, com sete tronos espalhados. E o maldito símbolo do raio no meio.

Joguei uma das alças da mochila no ombro e desci até a cozinha, onde minha mãe estava fazendo café antes de ir trabalhar. Eu adorava café, sempre adorei. Mas odiava comer ou beber qualquer coisa de manhã. Então ela não se importou em oferecer ou algo do tipo.

-Ei, mãe? -Chamei. -Você sabe algo sobre esse desenho?

Ela se virou e encarou o desenho por alguns segundos antes de dar uma risada e pegar da minha mão:

-Era... Seu pai tinha uma história esquisita. De que ele foi chamado por um mago que disse que ele precisava ser puro de coração e... Que ele foi testado. Ele jurava que era real. Mas obviamente foi só um sonho que ele teve.

-Mago? -Perguntei, começando a ligar os pontos.

-É, um mago. -Ela continuou rindo, como se fosse a coisa mais idiota do mundo. -Seu pai sempre acreditou que magia existia, sabia? Ele sonhava acordado, igual a você.

-Mas e se... Ele tivesse falando a verdade?

-Hilary, não tem como ser verdade. -Ela me devolveu o desenho.

-Sei lá, o Superman vem de outro planeta. Aquaman vem de Atlântida. Mulher-Maravilha é filha de Zeus. Talvez magia não seja tão impossível assim.

Ela suspirou, então eu sabia que era hora de parar de insistir.

-Até mais tarde. -Falei enquanto colocava o desenho em uma pasta, e devolvia à minha mochila. -Te amo.

-Também amo você. -Ela deu um sorriso cansado enquanto eu saía.

Andei até a frente da rua, atravessei a avenida, e entrei na próxima rua, até chegar na casa dos Vazquez. Como de costume, eles estavam esperando na frente. Mas eu e Freddy não fomos na frente nesse dia, que nem nós sempre fazíamos. Puxamos Billy e ficamos em último, porque eu disse que precisava contar uma coisa.

-Eu acho que consigo descobrir a origem dos poderes do Billy. -Sussurrei, mesmo que os outros estivessem muito mais à frente do que nós.

Pra minha surpresa, nenhum dos dois perguntou "como" ou "o que". Eles só ficaram completamente em silêncio, esperando que eu começasse a explicar. Respirei fundo.

-Ontem eu sabia que conhecia o símbolo do uniforme de algum lugar. Quando eu cheguei em casa, eu descobri de onde eu conhecia. Eu... Tenho algumas páginas do caderno de desenho do meu pai no meu mural. Uma delas tinha um desenho... Parecia um templo ou sei lá. Tinha o raio na parede. Aquele raio.

-Você trouxe o desenho? -Billy perguntou no momento em que eu terminei de falar.

-Trouxe, eu... Tá na minha pasta.

-Eu posso dar uma olhada depois? Quero... Checar uma coisa.

-Tá, tá, muito legal toda essa coisa de detetives e tal. -Freddy interrompeu -Mas... Billy, você ainda vai me ajudar com aquele negócio, não vai?

-Vou, fica tranquilo.

-...eu vou me arrepender de perguntar isso. O que vocês vão fazer? -Perguntei suspirando.

Billy sorriu, de um jeito que me assustou um pouco, porque era o tipo de sorriso que alguém dá quando está prestes a fazer algo estúpido.

-Você vai ver.

Lightning Before The Thunder (Shazam)Onde histórias criam vida. Descubra agora