CAPÍTULO CINCO: Treinamento

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Maicon e Mel, eram os professores de luta particulares de Nick.

Obrigatoriamente a garota tinha quatro aulas na semana, alguém ia leva-la e trazê-la na academia, isso quando Sam e Diego não iam pessoalmente treinar junto e ver o desempenho da nova integrante da família. Nick jamais saia desacompanhada.

— A garota de vocês melhorou bastante, no início estava receosa em querer bater e chutar alguém. Não sei o que houve, mas ela melhorou. — Mel comentou com Diego e Sam.

— Foi os socos que ela levou em casa, não foi Sam? Cansou de apanhar, provavelmente. — disse Diego para Sam, e os dois caíram numa gargalhada estrondosa.

— E aí Nick, já consegue me acertar um soco? Vamos lá garota, vamos para o ringue. — chamou Diego.

— Vamos lá, idiota. — aceitou Nick.

— Ohhh, muito bem garota. Olha só Sam, ela me chamou de idiota, tá melhorando a língua, o que você me diz? — zombou Diego socando de leve o braço da adolescente.

— Eu tô vendo, ela tá melhorando, outro dia mandou, Rafa ir a merda. — comentou Sam rindo.

— Eu o mandei se foder, você está suavizando. — Nick corrigiu a outra mulher.

Os dois subiram no ringue, Mel assoprou o apito e a luta foi travada. Primeiro um golpe de Diego, depois um de Nick, e ficaram por cinco minutos numa luta morna, até que Sam perdeu a paciência e gritou:

— Anda sua vadiazinha, acaba com esse filho da puta, isso foi tudo que aprendeu até agora?

Nick estava nervosa, já pegará uns e outros socos de Diego, além dele ser bonito, o que a deixava envergonhada e tímida. Ela começou a investir uns golpes mais violentos, porém, para Sam, não era o suficiente.

— Essa fedelha está desperdiçando nosso tempo, — comentou em voz alta, e mais baixo apenas para ela mesma ouvir: — não sei porque Barbie investe tanto nela, não sei se valeu a pena resgata-la do viaduto, pelo amor de Deus, já não aguento mais ver isso. Olha como ela bate, parece uma criança. — concluiu Sam irritada.

— Alguns levam mais tempo para pegar a prática...— Mel respondeu a primeira frase de Sam na tentativa de aliviar a barra de Nick.

— Tempo? Não temos todo o tempo do mundo, estamos investindo caro nessa garota e ela brinca de caratê? Por Deus, não. — rosnou Sam.

Não é que Sam não gostasse de Nick, pelo contrário, só esperava um maior esforço da parte da menina.

— Isso é tudo Nick? É assim que você vai bater no papai, hum? Olha que ele pode gostar. É por isso que ele fazia o que fazia, aposto que você gostava, não é mesmo? — Sam falou se referindo aos estupros que Nick sofreu.

Sam, era um apelido, o seu nome real era Cristina. Tornara-se conselheira de Sophia, tratava-se de uma mulher parda, tinha traços indígenas bastante acentuados, media 1.78 m de altura, exibindo uma boca sensual, os cabelos eram de um ondulado invejável quando grande. Há anos, usava sempre curtíssimo impossível de prender. O maxilar forte a deixava muitas vezes com uma expressão masculina, especialmente quando sob as pálpebras caídas, costumava mover apenas os olhos para olhar seu interlocutor, deixando a cabeça imóvel e fazendo uma camada de vinco na testa.

— Sam? — gritou Diego em desaprovação.

— Aaarrr — rugiu Nick.

— Isso! — motivou Sam. — Será que você consegue acertar as bolas do filho da puta, ou vai quer acaricia-las quando o encontrar novamente, hum? Que tal treinar no Di, vamos Nicolita.

Rainhas do tráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora