CAPÍTULO NOVE: Reencontro, questionamentos e diversão

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— Pois bem. Se eu lhe disser que há uma garota com as mesmas descrições que você me relatou, nesse mesmo instante, está na minha casa trançando o cabelo afro de Nick. — falou Sophia.

    — Puta que as pariu, não é o próprio inferno na terra? — Angelina cuspiu espantosamente as palavras.

— Segundo a história que chegou ao meu ouvido, foi minha mãe que as pariu, e elas carregam o DNA do seu pai.

— Por Deus, Bar, isso é nojento.

Angeline entortou o rosto todo em repugnância.

— Concordo totalmente, minha mãe é uma dama para um homem como o seu pai. — retrucou Sophia.

— Meu pai é um homem bonito e bom, sua vadia plastificada. — alterou-se Angeline solvendo de um só gole o líquido da taça.

— Se essa história é real, o que faremos com as pequenas criaturas? Eu não estou preparada para ser mãe. —  perguntou Sophia arrepiando-se toda com a última frase.

— Você tem um exército em sua casa e vem me dizer que não quer ser mãe?

— São apenas funcionário, apenas isso, os tratos bem e só.

— Se você assim diz...só sei de uma coisa, daqui desse útero nunca sairá nada, há alguns anos tratei de fazer a cesariana, pelo Julius, foi esse o pacto, nenhum bebê. E você Bar, já interrompeu por aí?

— Oh, oh, não, não quero marcas de faca nessa barriga, basta aquela facada que levei daquele infeliz que quase me matou, paguei uma fortuna para remover a cicatriz.

— Eu não me incomodo, uma marca a mais uma a menos, que diferença faz?

— Julius, o que faremos com ele? Não podemos esconder um assunto desse, uma hora todo mundo acabar sabendo...— Sophia comentou apoiando o cotovelo nas pernas e descansando as têmporas na palma da mão.

— Julius não é a primeira preocupação, mas sim saber a história toda que está por trás dessas duas meninas. Há muitas perguntas e nenhuma resposta concreta. Eu já mandei fazer o teste de DNA, e o resultado... oh, preciso atender uma ligação. — falou Angeline pegando o celular que vibrava em seu bolso da calça cargo.

Angeline levantou-se e foi atender o telefone celular um pouco afastada da prima enquanto o vento balançava os longos cabelos ondulados. Angeline era uma mulher bonita de pele levemente bronzeada. Os braços musculosos faziam a combinação perfeita com o abdômen firme e malhado, assim como o resto do corpo atlético. Media um e setenta e sete de altura e como Sophia, era treinada pelos melhores professores de lutas e artes maciais, o que a ajudava na definição do corpo. Angelina tinha o nariz marcado por brigas, sendo motivo de orgulho. Em cima da sobrancelha, havia uma cicatriz, além de várias outras espalhadas por toda a face e que ela não fazia questão de esconder. Raramente usava maquiagem, apenas em ocasião especial. O uso de batom realçava a beleza lábios carnudos espalhados que se alinhavam perfeitamente com aquele rosto grande e quadrado de maçãs marcadas que formavam um triângulo com a linha do bigode chinês. Tinha 38 anos e aparentava a idade que tinha. Orgulhava-se das rugas que se formavam naquele rosto claro. Devido a idade, a pálpebra estava mais caída em comparação a tempos atrás. A sobrancelha arqueada lhe proporcionava um olhar de altivez. Seu rosto tinha uma expressão sério e carrancudo.

Angelina voltou a sentar-se em sua cadeira guardando o celular.

Encarrou Sophia relaxando o maxilar e esticando o pescoço para falar:

— Não precisa mais se preocupar, minha cara Bar. Será que é meio tarde para dizer que ganhamos duas irmãs? O que mais me preocupa agora é saber como nossos pais sabem nossa localização, visto que, nem o FBI consegue nos achar. Alguém anda nos espionando todos esses anos, será Julius?

Rainhas do tráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora