CAPÍTULO SEIS: Acertos de conta

18 3 0
                                    




Após um ano morando com Sophia, Nick era outro ser humano, a psiquiatra preparou-a conforme recomendações de Sam. A garota era totalmente de Sophia. A idolatrava e seria capaz de morrer por ela, pela primeira vez sentia-se totalmente parte importante de um grupo, vivia com pessoas que a entendia e que a defendia de verdade, eram irmão e irmãs.

Se no passado a adolescente era retraída, tímida e medrosa, hoje ela forte, empoderada e destemida. Vez ou outra, era levada em missões. Via seus irmãos resolverem alguns problemas e nunca questionava, ficava calada observando e aprendendo. Uma vez, ela mesma colocou as mãos na massa. Participou de uma transação liderada por Sam, Diego, Luca e mais duas soldadas, ela estava no meio do grupo por ser a novata. Um homem na casa dos quarenta anos a olhou no meio dos demais e teve a infelicidade de abrir a boca numa frase machista e racista.

— Quem é a neguinha aí com vocês? Faz parte do pacote para nossa diversão?

Sam a olhou e deu de ombro, Nick saiu do meio e agarrou o homem pela nuca batendo seu rosto oleoso no tampo da mesa de vidro rachando-a ao meio. Em seguida, a garota agarrou as bolas do quarentão e apertou com força que o homem berrou feito um bode. Depois que terminou, deixou-o gemendo no chão. Todos caíram na gargalhada.

Nick cuspiu enojada no chão dizendo:

— Porco racista, da próxima vez arranco teu membro com uma faca e meto na sua boca suja.

Sophia sempre sabia dos feitos de Nick, sentia-se satisfeita. Ela sempre soube que só precisava libertar o gênio que estava adormecido dentro daquele corpo forte.

Os meses passaram-se e, Nick sempre se lembrava da promessa de Sophia de vingar-se do padrasto, e perguntava-se quando ela iria cumprir.

Aquele ambiente habitado por homens e mulheres fortes, mudaram a mente pacifica e dócil da garota. Agora, ela odiava, era brava e sentia-se forte. Sempre ouvia dos seus irmãos, que, para viver na família precisava ser alguém forte, sem medo, capaz de fazer qualquer coisa.

Certo dia na piscina, Diego comentou:

— Escute menina, para viver entre nós, você precisa ser uma de nós.

— Eu sou uma de vocês. — respondia ela.

— É mesmo? — perguntou Sam.

— Sou sim, posso provar.

— E como? — quis saber Diego.

— Ainda não sei, mas sei que posso.

— Veremos, veremos se você é forte mesmo. — Diego comentou.

Os comentários faziam parte do treinamento e era parte do plano de Sophia.

— Qualquer dia, Nicolita, você será testada por Sophia, e se você não passar no teste...

— O que acontece se eu não passar no teste? — Nick quis saber desesperada.

— Bem, é difícil precisar o que a chefa terá em mente, no seu caso...eu não faço ideia menina, mas não gostaria de vê-la ter um fim trágico. — Diego falou baixando a cabeça tristemente.

Nick fora avisada inúmeras vezes de que um dia precisaria passar por um teste para entrar na família.

— Todos nós fomos submetidos a um teste para sermos aprovados na família. Você tem sorte que nós estamos lhe avisando, se a chefa souber, pode sobrar para nós.

— Nunca desapontarei Sophia, faço qualquer coisa por ela e por essa família.

Ela garantia que não importa qual missão lhe fosse incumbida, daria conta do serviço, por Sophia e sua aprovação, dizia ser capaz de matar pela chefa. A mulher lhe resgatará das cinzas, quando nada mais fazia sentido. Agora, ela queria viver e ter algo pelo que lutar, precisava ser útil no mundo.

Rainhas do tráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora