Capítulo 6 - Filhos Traumatizados

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As duas andam enquanto o sol descansa. Ambas encaravam o céu por um tempo até recomeçarem a conversar.

— Tá tudo bem em casa? Com a Mar?

— Tá... Obrigada, tabacuda, eu tava bem nervosa e cê me ajudou

— Nada, só fiz o que tinha que... Pera, só fiz o meu melhor... Precisa de ajuda?

— A mamãe já tá resolvendo... Meio sem minha vontade, mas ela disse que não queria me estressar, então, e você? Como tá?

— Minha irmã vem pra cá na quarta, com meus... Com meu pai e minha madrasta

— Nem conversamos muito sobre, desculpa tocar no assunto, mas você tá bem com isso? Parece tão tristinha

— Não, tô bem... Só meio estressada, eu acho, no sentido de cansada... Eu amo a minha irmã, mas o meu pai... Vai arrumar defeito até onde não tem

— Se você quiser a gente pode sair, ir pra algum lugar

— Quer ir pra praia? Aproveita e chama a Mar e a Renata, a coitada da Mar precisa descansar e a Renata... Bem, ela parece que gosta de praia

— É, concordo...

Elas chegam na porta da vila em que Amaya mora. As duas se despedem. E Milla pede um uber pra casa.

— Merda... Falei merda atrás de merda — Milla se joga no sofá — Por que eu sou assim? Ela vai me odiar, eu nunca consigo ter uma amizade normal, puta que pariu... Calma, nem foi tão ruim... Mas porra, podia ter sido melhor

Ela toma um banho demorado, um banho consumido por memórias e pensamentos ruins.

"O papai vai chegar aqui, me xingar de tudo que é nome, destruir minha saúde mental, que não tá das melhores e voltar... Eu não devia me sentir tão mal quanto a isso, ele ainda é meu pai, fez muita merda... Eu não sinto saudades, nem um pingo... Deveria sentir? Sou uma filha ruim e uma amiga pior ainda? Caralho, conheci esse pessoal sexta! Mas elas são tão legais... Por que são minhas amigas mesmo?"

Ela dorme, consumida pelas próprias inseguranças.

Depois do funeral, as irmãs entraram no carro junto ao pai

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Depois do funeral, as irmãs entraram no carro junto ao pai. As duas ainda estavam muito tristes, mas só foi chegar em casa que tudo piorou mais ainda.

— Por que, pai? O senhor odiava a minha mãe? — Milla gritava com o pai, não aguentando mais escutar ele falar

— Cala a boca, Camilla, sua mãe não tá mais aqui... Eu posso namorar quem eu quiser porque a partir de hoje essa casa é minha e eu boto pra dentro quem EU quiser

— FODA-SE! E A MINHA MÃE?

Eles brigaram e brigaram. Até Milla perceber Ágatha chorando sentada no sofá, seu pai tentou gritar com a mais nova, mandando ela ser forte do jeito mais grosso possível, Milla defendeu a irmã. O homem se trancou no quarto e as duas foram pro quarto delas.

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