O início da luta: da academia à rua

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- Aaaaaah - Caí no chão.

Me levanto ao perceber que caí da cama. Devo ter sonhado com algo muito ruim.

Me chamo Arrin, tenho 16 anos e sou apaixonado por academia e esportes. Meu físico é até musculoso, eu diria. O ponto é que, mesmo sendo assim, não significa que minha vida seja um mar de rosas.

Moro no bairro mais pobre da cidade, onde sempre ocorrem mortes e assaltos, mas como esta é a casa de uma mãe solteira (eu acho que é esse o motivo), ninguém veio nos assaltar ou mexer conosco até hoje.

Minha mãe trabalha duro em um mercadinho, como empregada, limpando o chão e fazendo café para as pessoas. Todo final de mês, ela compra comida para nossa casa, nunca deixando eu ou minha irmã passar fome. O problema é que nunca sobra dinheiro para suas roupas ou sua própria alimentação.

Enfim, tenho que ir para a escola se não quero chegar atrasado. Pego meu uniforme, coloco tudo pronto em cima da cama e vou tomar um banho. Depois do banho, me visto e bora correr até a escola, que fica a apenas 5 km daqui.

(...)

- Segura essa bola, seu filho da puta! - Diz um garoto chutando a bola em minha direção.

Ele estava mirando em minha cabeça, mas infelizmente, eu não sou um personagem que sofre bullying...

- Desse jeito? - Seguro a bola com apenas uma mão.

Me preparo e com apenas uma mão jogo de volta com toda a força, fazendo o garoto cair de bunda no chão.

De repente, o time inteiro do garoto em que arremessei a bola estava me cercando, ok... Não sou o Homem de Ferro, não tenho chances. Corri o mais rápido que pude, mas acabei tropeçando em algo e caindo no chão. Todos que estavam me perseguindo chegaram até mim e começaram a me encher de chutes.

(...)

Final da aula. Não sei como isso é possível, mas não houve uma garota que me chamou a atenção. Talvez eu não seja hetero, afinal, tenho só 16 anos de idade ainda. Volto para casa correndo.

Sabe o motivo de não pegar a Van para me levar e buscar? Porque sou pobre até a alma, simples assim.

Chegando em casa, vejo pregado na minha porta um "Aviso de despejo". Arranco essa placa e a jogo para longe. Entro dentro de casa e vejo minha mãe caída no chão. Corro até ela e percebo o quão magra ela está.

- Mãe, o que aconteceu? Está tudo bem? - Pergunto, muito preocupado. Mas ela não me responde.

Não pode ser.

- MÃEEEEEEEEE! - Grito com os olhos cheios de lágrimas, pois percebi que minha mãe havia morrido de fome.

Nesse momento, minha irmã sai do quarto e vê essa situação.

- Maninho... O que houve com a mamãe

(...)

Dois meses se passaram desde a morte da minha mãe.

O dono da casa apareceu e, apesar de ver minha mãe morta em meus braços e minha irmã chorando enquanto me abraçava, disse que teríamos que sair dali se não pagássemos o que devíamos e retirar o cadáver que começaria a feder em breve. Eu nunca vou esquecer aquele dia. Quis socar aquele desgraçado com toda a minha força.

Confesso que a depressão tomou conta de mim e minha aparência também mudou.

Estou procurando emprego para sustentar minha irmã e para sairmos das ruas e voltarmos a ter um lar

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Estou procurando emprego para sustentar minha irmã e para sairmos das ruas e voltarmos a ter um lar. Para mim, dois meses morando na rua não significam muito, mas não vou permitir que minha irmã passe por isso e, mãe, prometo que vou dar a mim e a minha irmã uma vida que você sempre sonhou para nós.

SUPA - MERCADO PECULIAROnde histórias criam vida. Descubra agora