O Teste Chocante

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— Muito bem, aqui estão os freezers para você repor quando estiverem quase vazios - disse Hinata, apontando para uma fileira de freezers.

Havia tantos freezers que eu não consegui contar, mas percebi que todos estavam completamente cheios. Quem repôs fez um bom trabalho.

— É muito importante que você repor as bebidas exibindo a logo para que os clientes possam vê-las, e não de qualquer jeito - explicou Hinata.

No entanto, quando olhei para o freezer, notei que as bebidas estavam desorganizadas. Quem repôs não teve muito cuidado ou interesse em fazer um bom trabalho. Decidi que precisava me esforçar mais para ganhar pontos.

Andamos mais um pouco até que Hinata me mostrou outro dever.

— Por favor, entre aqui - apontou ela para uma porta suspeita.

Ao entrar, senti um frio intenso e tudo estava escuro. De repente, as luzes acenderam e vi Hinata bem perto de mim. Por um momento, pensei em beijá-la, mas ela começou a explicar sobre a sala.

— Aqui é onde você vai trabalhar para deixar a carne macia - disse ela, apontando para um monte de carne pendurada.

— Como faço isso? - perguntei a ela.

— Simples, dê porradas! - respondeu ela com uma voz fofa.

Fiquei surpreso, não esperava que teria que dar socos na carne. Hinata pediu que eu desse alguns socos na carne. As peças de carne eram grandes, com pelo menos 3 metros de altura ou mais. Fiquei em posição e desferi um soco com toda a força que tinha, mas minha mão quase quebrou e senti uma dor insuportável.

— PUTA QUE PARIU, AIII! - gritei, segurando minha mão dolorida.

Hinata riu e disse que havia esquecido de me dar as luvas antes. Se ela não fosse a mulher da minha vida, teria xingado muito.

— Sem problemas, não doeu tanto assim rsrsrs - menti, ainda com a mão pulsando de dor.

(...)

Hinata me mostrou apenas dois serviços até agora, e já haviam se passado 40 minutos. Ela me mostrou onde ficava tudo no mercado, caso algum cliente me perguntasse. No caminho, senti um choque elétrico no corpo, mas continuei andando. Logo em seguida, senti outro choque e chamei Hinata para perguntar sobre isso.

— Hinata... - chamei.

— Sim? - ela parou, olhou para mim e respondeu.

— Você está sentindo esses choques pelo corpo? - perguntei.

Ela ficou em silêncio, parecendo surpresa. Em seguida, caminhou em minha direção e ficou parada em minha frente com uma expressão séria.

— Vamos lanchar? - disse ela com doçura.

Eu esqueci o choque imediatamente, sua voz era tudo para mim. Acho que isso é o que se sente ao estar apaixonado.

— Claro, vamos sim - respondi, sorrindo.

Subimos as escadas em direção à área de alimentação, onde também se encontrava a sala do RH. Sentamos em uma mesa e uma senhora colocou um pão com presunto para mim e para ela em cima da mesa. Agradeci e peguei meu pão para comer. Hinata também fez o mesmo.

— Arrin, sobre o choque que você mencionou... - disse ela com seriedade.

— O que tem? - respondi com a boca cheia.

— Existe um cargo aqui no mercado onde você trabalha apenas uma vez por semana e pode receber até R$5000,00 por mês - disse ela ainda séria.

— Eu sei, é o cargo do meu amigo Maquin - disse, engolindo o pedaço de pão.

— Isso mesmo. Mas para você começar nesse cargo, você tem que passar por um teste chamado FAST-SUPA - disse ela muito séria.

— Legal, e como faço para fazer esse teste? - perguntei animado.

— Você tem que aguentar 200 volts de choque que podem te fritar por completo, por um determinado tempo - respondeu ela com seriedade.

Fiquei sem reação. Comecei a rir, achando que era uma brincadeira, mas ela não riu em nenhum momento.

— Você está falando sério? - perguntei meio nervoso.

— Não posso falar mais nada. Se tiver interesse no cargo, fale com a diretora, mas não diga que fui eu quem te indicou - disse ela, levantando-se e descendo as escadas.

Eu comecei a pensar. Por que eu teria que tomar um choque para estar apto? E, principalmente, um choque que pode me matar? Uma parte de mim achava que tudo isso era uma brincadeira com o novato, mas eu vi que o Maquin ganhava R$5000,00. Por que eu estava tão confuso? Será que realmente valia a pena correr um risco de morte para ganhar R$5000,00?

Comecei a lembrar de tudo o que minha irmã e eu já tínhamos passado e lembrei que prometi dar uma vida para mim e para ela que minha mãe sempre quis que tivéssemos. Bati com a mão na mesa. Chega de pensar!

— Vamos fazer esse teste! - disse animado e nervoso ao mesmo tempo.

Agora eu tinha que falar com a diretora, a Loirinha.

Agora eu tinha que falar com a diretora, a Loirinha

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