Não me lembro muito bem do que aconteceu, mas recordo-me de estar em um estado em que minha adrenalina estava a mil. Meus olhos estavam diferentes, como se a eletricidade estivesse dentro deles. Os raios pairavam ao meu redor como se fossem atraídos por um ímã de eletricidade.
Começo a despertar...
— Onde estou? - pergunto a mim mesmo.
— E aí, mano, você tá bem? - ele estende a mão.
Tento abrir mais os olhos para ver quem é, era o Maquin. Olho e vejo mais duas pessoas atrás dele.
— Muito bem, seja bem-vindo, novato. - disse ela.
Olho para trás para ver quem era e era a Diretora. Fico meio chocado, pois minha mente começou a pensar que todos naquela sala vieram tentar me matar, já que eu não morri com a eletricidade. Levanto-me rapidamente e tento correr, mas, num piscar de olhos, o Maquin está na minha frente.
Fico confuso e olho para trás. Ele estava lá um segundo antes, como veio para cá na minha frente tão rápido? Fico mais nervoso e acabo caindo no chão tentando desviar do Maquin que apareceu na minha frente.
Tento correr para o outro lado, mas, novamente, num piscar de olhos, outra pessoa aparece na minha frente. Um cara com o rosto enfaixado, com um olhar de psicopata.
— Para onde vai, seu pedaço de estrume? - disse ele, com uma voz assustadora.
Caio no chão novamente, mas não me levanto mais. Tento me acalmar e começo a respirar devagar. Lembro-me da adrenalina que senti antes, da dor que os raios me causaram, concentro-me em tudo o que senti naquela hora e trago tudo de volta.
Meu corpo faz uma pequena faísca de raios, meus olhos voltam a ficar como antes, agora só falta verificar se consigo correr naquela velocidade.
Num piscar de olhos, levanto-me e corro a uma velocidade incrível para trás do psicopata e acerto um chute na sua cabeça. Mas algo acontece.
Ele desvia do meu chute e me encara com um sorriso macabro. De repente, ele está do meu lado. Eu não vi ele fazer nenhum movimento, então quer dizer que ele também consegue correr a essa velocidade?
O psicopata ia me dar um soco na cara, mas foi impedido pelo Maquin, que, sem eu perceber, estava na minha frente. O que está acontecendo? Todos aqui têm uma super velocidade?
Aproveito o momento para tentar sair pela porta, que estava bloqueada pelo Maquin. Corro em alta velocidade em direção à porta, mas sou impedido pela Diretora. Diferentemente daqueles dois, eu vi um rastro de luzes brancas pelo caminho que ela passou para chegar à frente da porta. Ótimo, todos aqui são rápidos para caramba.
A diretora me para, colocando sua mão sobre meu ombro. Essa garota baixinha não é fraca. Com apenas uma mão, ela segurou meu impacto nessa velocidade. Isso é incrível!
Ela me faz sentar em uma cadeira que estava bem atrás de mim - estranho, pois não tinha nada lá antes. Então percebo que Maquin não está mais no mesmo local, então foi ele que pegou a cadeira e a colocou ali em questão de um segundo, praticamente.
— Muito bem, agora que você comprovou que não é uma tentativa de assassinato, podemos continuar - disse ela, olhando-me nos olhos.
— O que está acontecendo? - pergunto nervoso.
— Este é o resultado de ter passado no teste. Você adquiriu super velocidade para ajudar nos seus afazeres aqui no mercado - ela responde.
— Você não acha perigoso? Com uma super velocidade, alguém é capaz de destruir a cidade inteira! - falo ainda nervoso.
—Você pode tentar, mas sua velocidade não funciona fora deste mercado. Graças ao aparelho que te deu esses poderes, você só consegue usá-lo se estiver perto o suficiente dele. Entendeu, garoto? - ela responde, esnobando-me.
De repente, o psicopata aparece do meu lado e chuta a cadeira em que estava sentado, me jogando contra a parede. Ele aparece na minha frente logo após a cadeira bater na parede.
— E se você pensar em matar todo mundo aqui, tem eu aqui para te matar primeiro, seu estrume - ele fala meio que rindo, igual um psicopata.
Num piscar de olhos, estou novamente de frente com a diretora. Já estou ficando enjoado, nem sei o que aconteceu.
— Agora que já entendeu como as coisas funcionam, vou te explicar melhor - disse ela.
— Sou todo ouvidos.
— A eletricidade que você suportou entrou no seu corpo e criou o que chamamos de 'Blink'. Trata-se de um sistema elétrico que fica dentro do seu corpo, mas só é ativado quando você estiver perto de uma grande quantidade de energia, que, no caso, é o nosso aparelho que existe apenas em nosso mercado. Como seu corpo agora é uma fonte de eletricidade, você consegue aumentar o fluxo. Quanto mais rápido você for, mais seu fluxo elétrico irá aumentar. Entendeu tudo? - ela explicou.
— Entendi. Uma pergunta: se eu quiser me demitir, posso?
— Pode sim, claro... - ela dá uma pausa na fala - Mas você não conseguirá mais emprego em nenhum outro lugar. O mercado garantirá manchar seu currículo para que você morra pobre, sem comida, sem água, sem vida.
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SUPA - MERCADO PECULIAR
ActionO livro conta a história de Arrin, um jovem que enfrenta dificuldades financeiras em uma parte pobre da cidade. Após perder sua mãe em seus braços, Arrin consegue um emprego como estagiário no mercado SUPA, onde conhece Hinata e se apaixona por ela...