Livro Outono da Série #TINAS
Quando se conheceram ainda crianças, Luca e Terence compartilhavam muitas coisas em comum: desde a vida no hospital onde moravam, até mesmo os sonhos. A aproximação repentina e as várias tardes que passavam juntos trasnf...
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Algumas poucas lágrimas deslizavam pelo rosto de Graziela.
Do lado de fora da UTI ela observava com um aperto no coração e um nó enorme no estômago o filho que permanecia entubado ainda e sendo analisado por Adriano. O médico estava todo coberto por uma vestimenta própria para a entrada na UTI pois qualquer coisinha, por mínima que fosse, trazida do lado de fora daquela sala seria o suficiente para agravar o estado delicado em que Lucas se encontrava.
Graziela tinha sido informada de que infelizmente não poderia entrar e o sentimento de culpa estava corroendo-a por dentro. Graças a esse sentimento a mulher havia passado as últimas horas se martirizando e torturando-se enquanto seu eu interior lhe dava uma bronca dizendo a si mesma de que ela deveria ter dado mais razão ao seu lado de mãe protetora e ter levado o filho de volta para o hospital.
Adriano conseguiu tirar Graziela de seus pensamentos quando abriu a porta. Ele abaixou a máscara que cobria sua boca e a proteção de acrílico do rosto para poder falar com ela.
── Por favor, me diga que meu filho vai ficar bem.
── Tendo em vista o estado em que Lucas chegou eu posso te aliviar um pouco dizendo que ele teve uma melhora significativa. ── Adriano respondeu, olhando algo na prancheta em suas mãos. ── Alguns dos sinais vitais estão normalizados mas ele ainda está com dificuldades na respiração.
── E o que isso quer dizer? Ele vai ter que continuar na UTI ainda? ── ela insistiu, necessitando de uma resposta mais clara que aquela.
── Quero dizer que se tudo continuar ocorrendo bem ele vai poder voltar para o quarto ainda hoje, mas vai precisar do auxílio de uma cânula nasal para respirar. ── ele concluiu, abrindo um sorriso para tentar confortar a mente de Graziela.
Aquilo funcionou um pouco. Ela deixou seus ombros tensos relaxarem, soltando a respiração prendida.
── Não posso acreditar que uma coisa dessas está acontecendo. ── murmurou, encostando a cabeça no vidro.
Adriano se aproximou e repousou sua mão no ombro dela.
── Graziela, seu filho estará bem dentro de alguns dias. Devemos levantar as mãos para o céu e agradecer ao Renato. ── ao ouvir o nome daquele homem ela girou a cabeça e direcionou um olhar de indignação para Adriano. ── Não me olhe assim, sabe que o que estou dizendo é verdade.
── Eu não tenho que agradecer nada a ele! Isso não teria acontecido se eu não tivesse deixado minha razão de lado para permitir que meu filho ficasse lá com eles. ── ela revidou. ── Escute bem doutor Adriano; Eu não quero que esse menino ou o pai dele voltem a se aproximar do Lucas novamente.