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O dia amanheceu bonito naquela manhã

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O dia amanheceu bonito naquela manhã. Uma fina camada de orvalho, recorrente da garoa saudosa durante a madrugada, banhava toda a vila. Um nevoeiro ameno caía sob Awa'atlu como um edredom confortável, dando aquela sensação gostosa de paz, e apesar do céu não estar naquele azul límpido e gritante, o sol do eclipse não deixou de brilhar, lançando suas faixas de luz por todo o litoral.

Dentro do pequeno bosque, o corpo de Ao'nung descansava na grama, as costas apoiadas nas raízes espessas da árvore não lhe causava incômodo, apesar da posição pouco aconchegante. Em cima do seu, um outro corpo repousava ali. Arw'ana tinha a cabeça na curvatura do pescoço do garoto, os braços rodeavam seu tronco e suas pernas estavam entrelaçadas.

Ao'nung foi quem despertou primeiro dos dois. Seus olhos ainda estavam um pouco pesados e ele se sentia um tanto sonolento. Tentou se mexer, mas ao sentir um peso familiar lhe impedindo, não se preocupou em conter um sorriso bobo nos lábios.

Com uma das mãos, Ao'nung começou a mexer nos cabelos de Arw'ana, fazendo um carinho singelo no couro cabeludo e também na nuca. A respiração pacífica dela batia na pele sensível do seu pescoço, lhe causando pequenas ondas de choque pelo contato.

Sua mente divagou e memórias da noite passada refletiram em sua consciência, Ao'nung sorriu contente e uma euforia domou seu interior, Arw'ana finalmente era sua companheira.

Depois de tudo o que aconteceu, quem poderia imaginar? Quem pensaria que o filho de Tonowari se apaixonaria perdidamente pela filha de Toruk Makto?

Ela simplesmente chegou e adentrou em sua vida, arrombou a porta do seu coração e decidiu ficar. Ela veio refugiada da floresta, fugindo de pessoas que nem ao menos passavam dos 1,80 de altura, mas que estavam caçando sua família como raposas caçam coelhos. Eywa a abrigou, e a fez encontrar morada com ele.

Eles eram tão diferentes um do outro, suas histórias de vida, costumes, línguas e até mesmo as manias. Ela voava em ikran, ele nadava em Ilu. Ela usava arco, ele usava lança. Seus cabelos eram trançados como cordas, já os dele eram enrolados como as conchas do mar, nem suas cores de pele eram parecidas.

Mas agora, nada disso importava mais, pois estavam unidos em um só corpo e em um só espírito.

Suas reflexões foram impedidas quando a garota em cima de si começou a se remexer minimamente. Um murmúrio dengoso escapou da garganta, e ela se enroscou ainda mais no corpo alheio, se sentimento demasiadamente confortável.

- Bom dia, amor... - Ao'nung sussurrou, sentindo seu coração palpitar quando viu um sorriso nascer nos lábios femininos.

- Bom dia, querido...

As bochechas de Ao'nung ruborizaram com valentia, não estava acostumado com esse tipo de apelido, mas em seu âmago ele havia adorado a experiência.

Arw'ana se levantou de meio corpo, permanecendo sentada no chão. Ela coçou os olhos com uma das mãos e bocejou, seu corpo estava preguiçoso, por quanto tempo havia dormido?

Heɑven Eyes | ɑo'nung Onde histórias criam vida. Descubra agora