Jesse estava apenas existindo. O piloto automático dominava sua vida já tinha um bom tempo, e ele precisava mudar isso. O rapaz de 21 anos havia vivido tão pouco e já se encontrado perdido em todas as áreas possíveis da sua vida, e tudo o que ele qu...
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Quando Jesse abre os olhos, após ter certeza de que o chão que estava era o do terraço e não o do estacionamento de seu prédio, ele se depara com dois olhos assustados o encarando.
- De onde você veio? - A dona dos olhos escuros, agora desconfiados, perguntou distanciando-se.
Confusa. Essa era a palavra perfeita para descrever como Diana estava naquele momento. Desde quando garotos bonitos caem do céu? Tudo bem que, ela sempre foi um ímã para o sexo oposto, mas a situação não costumava chegar a esse ponto.
- Está muito perto, isso pode ser considerado assédio, sabia? - Diana estreita os olhos na direção do garoto que ainda não havia saído de cima do seu corpo, e ele se apressa a se levantar.
- Como você veio parar aqui? - Foi a vez dele de perguntar.
- Alto lá! Eu perguntei primeiro. - Ela aponta. - Você quase fez inhoc de mim! - Ela tinha uma fala diferente, e sua postura confiante (até demais!) o fez ligar os pontos e descobrir rapidamente. Ugh, Americana.
Após se levantar, seus olhos a analisam de cima a baixo. Seu corpo era coberto por tatuagens, algumas bobas e coloridas, outras pretas e de desenhos mais complexos. Ela vestia um top cinza que deixava a maior parte da pele de seu tronco a vista e o piercing em seu umbigo. Suas pernas eram cobertas por jeans escuros repletos de patches e bordados de símbolos de bandas, e políticos. Mas ao chegar aos seus pés e encarar seus coturnos com cadarços coloridos que seus olhos reviraram. Ele merecia.
Não o levem a mal, seus pais eram Punks e militantes políticos também. Cresceu aprendendo sobre todas as formas possíveis de lutar contra o sistema e quebrar os diversos padrões impostos a nós pela sociedade. Mas ele... Só não estava com cabeça para aquilo no momento...
- Pois a culpa é toda sua. Ninguém manda fazer o ar condicionado dos outros de encosto. - Jesse cruza os braços, e encara com tédio a feição da garota mudar de confusa, para chocada. - Além disso, nunca te vi por aqui, como posso saber que não é uma intrusa? - Seus olhos passam a ficar desconfiados.
- Você é muito abusado mesmo, não é garoto? - A morena diz com ar de riso, e imita sua postura. - Além de me amassar no concreto, é grosseiro, e ainda me acusa de invasão. - Ele levanta as sobrancelhas em descrença. - Além do mais, por que eu invadiria um prédio, onde a maioria dos habitantes são mais velhos que a própria Inglaterra?
- Atrás da aposentadoria deles, talvez? - Ao ouvir aquilo, Diana não conseguiu segurar a risada, e o mais engraçado era que ele estava falando sério! "É cada uma que me aparece, viu." ela pensa, ao olhar pro céu sem acreditar, mas ao voltar seus olhos pro garoto, eles logo voltam a se arregalar ao perceber que...
- Ah, Meu Deus, sua mão está sangrando! - Ela esbraveja ao pegar a mão do garoto e a fechar.
- O quê? - Jesse abre a mão para ver. Mas... Ele não tinha sentido nada. - Merda, deve ter sido na rabiola daquela maldita pipa. - Seus pensamentos escapam da sua cabeça pelo buraco da sua boca.
