CAPÍTULO 9

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- Vocês estavam aí esse tempo todo???? - diz Juan indignado

- Não parece óbvio? - Apolo respondeu enquanto vestia a camisa

- Ok, Ok... vocês acabam isso depois, porquê preciso da Meggie agora.

- Por qual motivo estou sendo solicitada, senhor? - Brinquei em um tom culto

Juan não respondeu com palavras, apenas apontou para algum canto. Segui seu dedo e vi Adônis super mal, vomitando e chorando, enquanto Luan tentava ajudá-lo a andar até algum lugar que não sei bem qual.

- Puta merda, deve ser zoeira com a minha cara - Resmunguei e sai correndo em sua direção e pude ouvir Apolo me seguindo.

Quando chegamos perto de Adônis, ele se levantou cambaleando e quase caindo novamente. Deu um empurrão no ombro de Apolo e tentou se armar para uma possível luta.

- Vem, filho da puta. Vamos decidir isso como homens! - falava tão embolado que quase não dava para separar as palavras - Tá com medo?

Apolo me olhou com um olhar de "só não bato porque é covardia". Fui até Adônis e o coloquei sentado na sarjeta e me agachei atrás dele, o deixando apoiar em meus joelhos.

- Abaixa tua bola, você tá morrendo. - Adônis voltou a vomitar, coloquei as mãos em sua testa, não o deixando cair para frente - Alguém traz uma coca ou uma água pra ele?

Luan saiu em busca de algo enquanto Apolo me perguntou se precisaria de alguma ajuda além da que Luan estava buscando. Fiz que não com a cabeça e ele voltou para a festa.

- Sabe... Eu tenho ciúmes de você. - Adônis disse num tom mais sóbrio.

- Por favor, não vamos falar disso agora. Você tá bêbado e...

- Eu sei muito bem o que estou falando, Mégara. - me interrompeu sério. - Infelizmente não é de hoje que penso isso, mas parece que para você, nunca passei de só um lance. Desde o inicio, você sempre teve à mim e mais um ou outro. Nunca nem fez questão de tentar negar ou esconder. Sempre me feriu sem nenhum pingo de responsabilidade afetiva. - apenas o ouvi calmamente. 

- Ok. Me desculpe, mas para mim, "responsabilidade afetiva" não passa de ser sincero com a pessoa, e sinceramente, fui sincera a todo tempo. Mesmo que eu esteja errada sobre o que é, nem sabia que havia tamanho afeto sobre mim. 

- Como não, Meg? Jura pra mim que nunca nem se perguntou?

- Não é bem assim...

- Olha nos meus olhos e jura que não sente nada. - me interrompeu - jura que nunca engoliu um "eu te amo" nem que seja no meio do sexo. Jura que não se pegou me admirando uma vez sequer. Ou pelo menos jura que nunca ouviu Jão pensando na gente.

- Desculpa... Mas não sinto nada disso... - menti

- Jura? - me perguntou com os olhos marejados

Neste momento, minha cabeça estava de revirada com tudo isso. Luan chegou e eu não consegui responder. Adonis enxugou os olhos com raiva e bebeu em silêncio a água que Luan trouxe. Juan chegou tentando agitar a situação:

- Meus amores, vamos voltar para a festa. Já melhorou, loirinho?

- Já. Mas não vou voltar pra festa, vou embora.

- Não. Você não vai dirigir assim. - falei preocupada

- Cuida da sua vida. Estão vindo me buscar. - respondeu estupidamente

Eu apenas assenti, me levantei e voltei para a festa com Juan.

- Qual a daquele cara? Por que ele falou assim com você? - Juan perguntou curioso

- Ah, Ju... Longa história... Não quero falar sobre agora...

Ele apenas assentiu e seguimos a festa normalmente. Após alguns minutos, Luan se uniu a nós, mas após alguns minutos me tirou para um canto.

- Me explica o que rolou com o Adonis.

- Ah, mano... Complicado demais isso...

- Eu tenho tempo e você também tem que eu sei. Pode começar, porque ele tentou me explicar e só me confundiu mais. - então, expliquei todo o diálogo que rolou e aproveitei para contar o que tinha rolado antes com Apolo.

- Agora entende? - perguntei após tudo.

- Sinceramente? Não. Bom, na verdade, entendo o que aconteceu, mas não entendo onde você quer chegar com isso. - senti minha visão borrada pelas lágrimas - Ah, meu amor... Você não sabe o que está fazendo, né?

- Sinceramente? Não faço ideia... - Luan me abraçou - mas amanhã vou chamar Adonis para uma conversa sóbria. Vou aproveitar o restinho de hoje que me resta.

- Vamos! - meu melhor amigo me puxou pela mão e curtimos como nunca.

Quando a festa estava no fim, ajudamos Juan a juntar a maioria das bagunças e fomos para dentro. Na sala de tv, Juan jogou uns três colchões de casal, que couberam perfeitamente já que a sala era enorme.

- Pirralha, ouvi dizer que você vai deitar comigo hoje... - Apolo falou enquanto mostrava um espaço vazio ao seu lado.

- Amiga, você tá de boa com isso? - Luan questionou e fiz que sim com a cabeça. - ok, então vou dormir no quarto do Juan. Ele falou que cabe umas cinco pessoas lá.

Até onde eu sei, o quarto dele só tem uma cama de casal e uma escrivaninha que toma todo o espaço, mas ele pode ter redecorado né... Enfim me deitei ao lado de Apolo, que me puxou para um abraço fofo. Mal consegui dormir. O moreno ficava me puxando para selinhos e me pedindo coisas a mais a noite toda, mesmo com mais pessoas ali por perto, isso quando ele não estava apenas falando algo aleatório bem pertinho do meu ouvido para me desestabilizar. Funcionava? Sim. Mas mesmo assim eu queria dormir.

Cheguei ao ponto de dar as costas para ele e fingir que estava dormindo, mas ele não parava. Não dormi a noite toda, pois quando ele finalmente dormiu,  roncava com um volume semelhante a um show punk.

Me levantei antes que ele acordasse, quando Juan passou pela sala acompanhado de Luan. Fui com eles até a cozinha, logo já fomos embora.

Cheguei em casa e dormi profundamente até umas 14h. Quando acordei, meu celular estava lotado de mensagens e notificações. Dentre elas:

"Adônis: Podemos nos ver para conversarmos sobre ontem?"

"Apolo: Foi embora sem nem dar tchau... mas a noite foi muito boa"

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⏰ Última atualização: Mar 26 ⏰

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