CAPÍTULO 1

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SOMENTE ALGUMAS OBSERVAÇÕES:
•Tanto o primeiro quanto o segundo capítulo são APENAS para contextualizar vcs sobre tudo. Só depois vou começar a contar o que acontece no "agora" da história.
• Mégara, a protagonista, tem uma evolução drástica dos seus 15anos aos seus 17. Tenham paciência com ela.
• Narrada em primeira pessoa
• Com hots e gatilhos (+18)
• algumas coisas ficam sem sentido, mas são explicadas com o correr da história:)

BOA LEITURA<3

Sabe aqueles beijos de balada? Beijos que não passam de beijos sem sentimento algum? Todo mundo já deu pelo menos um beijo de balada na vida, inclusive eu. Já dei muitos beijos de balada, até mais do que eu deveria, mas eu me prendi a um de uma forma que não foi muito legal para mim.

Ele é cinco anos mais velho que eu. Hoje tenho dezessete e ele vinte e dois, na época que isso aconteceu eu tinha quinze e ele vinte.

Cabelos negros cacheados e pele branca demais. Alto, olhos claros e uma cara de quem não vale nada. Apolo era seu nome, como o do deus grego.

Nós nos conhecemos num círculo de amigos e desde o início nos demos muito bem. Não sei se é porque sempre houve interesse, ou se realmente foi por termos personalidades compatíveis.

Ele foi um dos últimos amigos a entrar na roda, então era praticamente desconhecido de alguns. Meu pai não gostava disso. Não ia com a cara dele e me dizia para não confiar em homem que não conheço, ainda mais por ele ser muito velho para mim. Não tinha sentimentos por ele. A única coisa que eu tinha era o desejo de tocá-lo, não sei como explicar.

Enfim, a 'culpada' por fazer a gente ficar foi uma """amiga""" da época. Ela era muito interesseira e se aproximou só porque estava sozinha em vários sentidos, depois que se ajustou me jogou de lado como se eu não fosse nada. O apelido dessa garota era Tatá.

Um dia, Tatá me chamou para ir à sua casa só sentar e beber à toa. Na época, eu não tinha quase nenhum amigo. Tinha uma, que não saia de casa nem por um milhão de reais, e essa falsa da Tata que me trocou logo depois, então eu fiquei muito animada com o convite. Me sentia sozinha noventa por cento do tempo, me arrumei rapidamente e fui.

Fazia só algumas semanas que eu falava com Tatá mais proximamente, quando cheguei à sua casa, eu já soube que era puro interesse dela. Meu irmão, Murio, no auge da sua vida solteira, ficou bêbado e beijou ela, e ela se aproximou de mim sempre para saber algo dele. Azar o dela que meu lema é "Confie em mim para tudo. Menos para desmentir meu irmão."

Mas voltando ao assunto, nesse dia eu falei para ela que eu tinha interesse no Apolo, e ela, bêbada, ligou para o melhor amigo dele, Juan, que também era amigo meu, mas nada próximo o suficiente para eu falar sobre isso com ele, e Tatá disse para ele sobre tal interesse no Apolo.

Quase morri de vergonha, mas na hora recebi uma das mensagens mais empolgantes que podia receber no momento:

"Apolo Pagano - Eu topo a hora que você quiser..."

Eles estavam juntos, o que era meio óbvio, já que era sábado à noite e eles são melhores amigos, e a ligação de Tatá foi ouvida por Apolo, por isso da mensagem.

Trocamos algumas mensagens e memes pelo Instagram, mas não passou disso.

No outro fim de semana, Tatá se ofereceu para ir à minha casa, já perguntando se meu irmão estava. Como eu estava iludida com a falsa amizade dela, topei. Quando ela chegou, ficamos um tempo sentadas no meu quarto e, do nada, Tatá se virou com uma mensagem assustadora no celular:
Ela tinha mandado a localização da minha casa para o Apolo, e ele já estava a caminho.

Na hora, me arrumei e saí no portão para esperar. Não havia avisado minha mãe, pois ela estava com o meu padrasto perto, e quando ele está, eu não gosto de conversar coisas íntimas com ela...

Quando vi seu carro chegando, mandei uma mensagem rápida:

"Vira a esquina e para o carro lá, minha mãe não sabe que você está aqui"

Então, sentados na carroceria da camionete do meu irmão, pedimos esfihas doces e conversamos por horas, eu, Murio, Apolo e Tatá.

Passado algum tempo, Murio foi dormir e Tatá teve de ir embora, pois estava ali escondida dos pais e eles estavam quase chegando em casa. Ou seja, sobrou apenas eu e Apolo, na carroceria da camionete e uma noite estrelada nos assistindo.

Conversamos sobre tudo. Falamos mal de algumas pessoas desgostosas em comum, falamos sobre ex e situações estranhas com ficantes, sem tirar o sorriso do rosto nem por um segundo sequer.

Seus olhos sempre fixos nos meus. Meus olhos sempre envergonhados, quebravam o contato visual.

Nossas risadas se calaram por um tempo, fazendo com que o silêncio reinasse entre nós. E neste momento, não senti vergonha ao ser encarada por ele, mantive o olhar fixo em seus olhos que deslizaram até meus lábios. Eu, como sempre, não soube controlar minhas palavras:

-Vamos ficar só na conversa mesmo? - Senti sua mão delicada e um pouco fria tocar minha nuca e me puxar delicadamente para frente.

- Como quiser... - respondeu sussurrando para os meus lábios.

E pronto. Aquilo estava realmente acontecendo. Iniciamos um beijo romântico incomparável. Sentia meu coração disparado no peito batendo forte.

Seu lábio era quente e firme, não queria sair dali de forma alguma. Seus dedos se enroscaram no meu cabelo delicadamente. Ele dava selinhos e sorrisos durante o beijo, até que um desses selinhos me mostrou o fim.

- Uau... - Apolo resmungou com um riso soprado

- O que foi? - questionei insegura

- Não imaginei que você fosse assim...

- Assim como?

- Esquece - falou desprendendo seu olhar de mim e mirando o céu.

Ficamos abraçados apenas conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Depois de alguns minutos, ele foi embora, e eu entrei em casa. Não sabia pensar em outra coisa.

Trocamos mensagens todo dia de lá em diante. Gostava disso, mas a todo momento eu tinha a sensação de estar fazendo alguma coisa errada. Uma sensação que era rapidamente ignorada e substituída por borboletas na barriga. Talvez esse sentimento de estar fazendo algo errado seja pelo fato do meu pai não gostar muito dele.

Algumas semanas depois, a gente ainda não havia se visto depois daquele beijo, então Tatá foi até a minha casa novamente, mas dessa vez, eu avisei minha mãe que alguém viria.

Apolo e Juan apareceram e ficaram lá com a gente, eu e Apolo agíamos como um casal, sentávamos perto e trocávamos cantadas disfarçadas.

Juan, como sempre, ficava jogando seus encantos para cima de Tatá, mas ela era um pouco mais venenosa que ele, o que fez ela não ter interesse.

Assim, ambos foram embora por diversos motivos, e novamente estávamos eu e Apolo, apenas com o céu estrelado e a lua cheia nos assistindo.

Quando Apolo teve de ir, correu até o carro e pegou uma blusa de frio que sempre deixava lá.

- Considere isso uma promessa de que vou voltar. Nem que seja só para pegar a blusa. - apenas assenti enquanto ele me entregava o moletom com seu cheiro.

Um sorriso de canto malicioso surgiu em seu rosto, seguido de um beijo de tchau. Nunca dormi tão bem em toda a minha vida.

CONTINUA...

Um conto de fadas, sem fadas.Onde histórias criam vida. Descubra agora