Um conto de fadas, sem fadas.

CAPÍTULO 8

Eu congelei e tentei fingir naturalidade sendo que era praticamente impossível.

- Ahm... É realmente eu tenho q ir resolver isso... Desculpa, Apolo...

O moreno apenas assentiu e entrou no banheiro. Corri até Luan desesperada.

- Como assim? Quem foi o infeliz que convidou ele? 

- Não sei. Só sei que você se fodeu legal...

- É. Bom, nem tanto... Apolo já me viu junto com o Adônis e o Adônis quase ouviu da minha boca que eu já fiquei com o Apolo. Então acho que não tá tão ruim. - Luan fez uma careta - Tá ruim?

- Ruim tô eu, gatinha. Isso tá péssimo! - Fiz uma carinha triste e meu melhor amigo cedeu - Ok, olha. Você precisa escolher o que fazer. Vai esconder um do outro a festa toda? Impossível. Vai ficar com um e fingir que nem viu o outro? É uma opção. 

- Acho que o ideal seria escolher um de uma vez. - Luan me olhou com uma cara de "obviamente sim" - Ou...

- Mégara, não começa! - fiquei em silêncio com cara de criança arteira - Tá bom. O que quer fazer? 

- Eu vou flertar com os dois meio que ao mesmo tempo, o que tiver mais atitude pega. - me olhou com desaprovação.

- Todos nós sabemos quem vai ser...

- "Exatamentchy" - respondi o arrastando para  o meio da festa novamente.

Abri mais uma lata e dancei algumas músicas com Luan e Frank. Sempre com os olhos atentos, mas em nenhum momento vi Adônis pela festa. Depois de umas três ou quatro músicas, Juan apareceu me puxando para o canto.

- Gatinha do tio, algumas pessoas vão dormir por aqui mesmo. A casa é grande, tem espaço para todos. Mas tô chamando só os VIPs.

- Ah, muito obrigada, mas não vai dar não... Tenho q voltar com o Luan pra casa... - falo triste, mas sabendo que o melhor é mesmo ir embora.

- Relaxa, chama ele também. Só não chama esses amigos estranhos dele. - falou gargalhando de forma sarcástica.

- Ok. Vou falar com ele.

Quando fui voltar para o meu grupinho do início, percebi Adônis conversando com Luan super bêbado. Respirei fundo e enfrentei o que eu já sabia que teria que enfrentar.

- Oii, Donii. - falei super empolgada - não sabia que você vinha.

- Oi, amor. Vim de última hora com uns amigos - enquanto respondia algo genérico, consegui ver de canto de olho Luan com uma cara de nojo sarcástica enquanto resmungava a palavra amor.

- Pelo jeito você já conheceu meu primo Luan - falei apontando para o mesmo que parou com a graça na hora.

- A gente já se conhecia - respondeu Luan se apoiando no ombro de Adonis para não cair.

- É. Estudamos no mesmo colégio, eu só era um ano mais novo, aí as amizades eram praticamente as mesmas...

- E o senhor nem se deu ao trabalho de me contar isso? - Indaguei Luan que ficava cada vez mais aéreo por conta da bebida.

- A culpa não é minha que esse cara mudou até o DNA em três anos que não vi ele. Nem reconheci.

- Ah nem mudei tanto assim, vai... - Doni reclamou.

- Não mudou? - questionou indignado - Meggie, esse moleque era estranho. Magrelo, uma cara de nerd, andava com umas roupas nada a ver. Aí volta com um corte de cabelo da hora, bombado e todo tatuado.

- Calma aí cara, aí você me difama também - o loiro reagiu rindo - Não era tão ruim quanto ele fala.

- Era sim - rebati deixando Adonis confuso - Se esqueceu que fui na sua casa?