IV

1.4K 131 50
                                    

Gojo investiu com força, puxando a cintura a sua frente de encontro ao seu membro duro a procura de alivio. Ele queria mais, muito mais. Ouviu a ruiva gemer mais alto pela terceira vez aquela noite e uma onda de frustração tomou conta dele. Estava naquilo há horas e não conseguia sentir satisfação real.

Era realmente só aquilo?

A mulher se desfez em seu membro coberto pela camisinha, caindo na cama logo em seguida. Gojo só parou quando gozou também, mas não permaneceu naquele quarto com a mulher sedutora pois não havia mais motivos para continuar ali:

-Ah Gojo Satoru, você é a perdição para qualquer mulher- ela dizia manhosa na tentativa de seduzi-lo.

E ele estava acostumado a tudo aquilo: os olhares desejosos sobre ele, a facilidade em conseguir oque queria, a entrega espontânea e intensa. E talvez aquele fosse o real problema:

-Ouço muito isso, meu bem- ele disse jogando a camisinha fora e se vestindo logo em seguida.

Sentindo dedos traçarem uma linha em suas costas ele suspirou chateado. Odiava o fato de que nem aquela parceira a longo prazo conseguia satisfazê-lo como antes:

-Você vai sair assim?

-Eu realmente preciso ir.

-O que há com você?

A pergunta atraiu a atenção do feiticeiro:

-Por que a pergunta?

-Gojo, você sempre é selvagem no sexo e isso é maravilhoso. Mas hoje conseguiu se superar em todos os sentidos- ela corou um pouco coma as lembranças- Me fez gozar três vezes, mas você só gozou uma. Não estou mais conseguindo suprir você?

"Não. Bem longe disso" era oque ele queria dizer, mas seria rude demais. Ela também não tinha culpa de suas frustrações:

- Não pense muito nisso, vai ficar louca.

Foi oque ele disse para ela, mas a frase era mais para ele mesmo.




Após sua proeza totalmente irresponsável ele não conseguiu se sentir bem. Se martirizando o tempo todo. Não pelo que havia feito, isso fora no começo, mas por ter gostado daquilo. Por querer mais. Havia decidido que iria tentar esquecer aquela idéia estúpida e fazer as coisas como sempre havia feito. Mas a confirmação de que tais coisas não serviam mais para ele caiu sobre si como um balde de água fria.

Ele desejava despir aquela garota, explorar cada parte de seu corpo, marcar tudo oque ele podia para que ela jamais se esquecesse do que ele era capaz, se enterrar fundo nela fazendo-a gritar e implorar para que ele lhe desse mais.

Apenas aquele pensamento o deixava duro e o obrigava a se aliviar relembrando cada momento que havia estado perto daquele corpo. Sentia-se patético por se sentir atraído por uma garota de 17 anos com estilo da terceira idade. Amaldiçoou inúmeras vezes a costumeira meia-calça que ela usava que impediu que ele sentisse a pele da coxa dela. E mesmo com tantas roupas o impedindo disso ainda sim o havia seduzido. Amaldiçoou trocentas vezes aquele olhar entediado que parecia não se animar com nada.

Lembrar da expressão dela o encarando num desafio silencioso de que ele não poderia quebrar aquela postura dela o deixava louco.

Então ele decidiu que a colocaria contra a parede. Faria com que sua presença assombrasse seus pensamentos dia e noite principalmente. Ele não a tocaria, não até que ela fosse maior de idade. Não até que ela fosse digna aos olhos dele. Não até que ela rastejasse aos seus pés desesperada da mesma forma que ele estava.

Sua maldição já havia começado a partir do momento em que ele botara os olhos nela. No segundo em que ela trombou com ele naqueles corredores estreitos demais. Ele era um feiticeiro e ela havia caído em sua maldição.

Naomi sabia que aquele homem era um demônio e que a levaria para o caminho ruim. Mas a energia que transbordara entre eles dois era algo surreal desde o início. Tudo nele era. Chegava a ser estranho pensar que seu corpo reagia a um homem cujo nem o rosto ela havia visto.

Oque ela não sabia é que seus dias a partir dali seriam um total teste para sua sanidade, pois Gojo Satoru, que ela quase não via naquele ambiente passou a ser presente ao extremo. Ele sempre aparecia quando ela menos precisava não havendo um dia sequer que ela não o tivesse visto após o ocorrido.

E ela não conseguia vê-lo como via antes, notando detalhes demais no professor que havia roubado sua atenção e sua capacidade de disfarçar quando algo lhe interessava.

O estranho é que ele não tocou no assunto. Parecia que não havia tido o menor efeito sobre aquele homem perturbador pois ele continuava petulante como sempre fora. E por alguma razão ela se sentiu incomodada com aquela falta de atenção especificamente voltada para ela.

Dias se passaram nessa situação que estava matando os dois. Satoru queria puni-la, mas não queria se segurar. Naomi queria tê-lo, mas não queria se entregar.

Mas um dia, aquilo tudo mudou para ambos.

Devido a incidentes com maldições estarem ocorrendo com muito mais freqüência deixando muito mais feridos que o habitual Naomi foi recrutada pelo time de Itadori sob a supervisão de Gojo em um dia específico.

Ela se concentrou em fazer seu trabalho de forma corretar e servir de suporte para os demais, não sendo algo difícil para ela. O que a desafiava a manter a calma era ver Gojo em ação enquanto esnobava de algumas criaturas. Mas o desafio maior era vê-lo levar as coisas a sério. Era sedutor:

-Yeeeey- ele encerrou seu combate fazendo sinal de joinha para seus alunos que pularam felizes junto com ele.

Com exceção dela e de Megumi que permaneceram exatamente onde estavam observando a cena:

-É sempre assim?- Naomi perguntou.

-Não. É daí para pior.

-Naomi-san! Vamos parar para comer em algum lugar! É tudo por conta do Gojo-sensei!- Itadori chamou animadamente.

-Sim! Você não pode recusar e me deixar ir sozinha com eles. Já cansei de ser a única dama por aqui- Nobara se manifestou.

Naomi olhou para Megumi que lhe lançou um sorrisinho indicando que não havia muito oque fazer.

Os quatro pararam numa barraca onde permaneceram por um tempo que pode ser resumido em Itadori rindo de aleatoriedades, Nobara brigando com ele, Gojo bebericando algo que Naomi não soube oque era e interagindo com seus alunos e Megumi ser perturbado pelos demais.

Apesar de achar que o clima ali seria estranho, Naomi estava enganada, as coisas correram bem e ela realmente se divertiu, notando o outro lado das pessoas ali que ela até então desconhecia. Inclusive de Gojo, que apesar de tudo que demonstrara para ela, ainda sim possuía um lado mais ameno e cuidadoso para com seus alunos.

Isso em grupo. Quando estavam sozinhos era completamente diferente.

Terminando a pequena confraternização surgiu uma questão: Naomi seria a única a não ir para os dormitórios do colégio e estava muito tarde. E foi da boca de Itadori que a idéia partiu:

-Por que o sensei não a leva para casa?

Para aqueles três não havia nada de errado na frase, pois todos concordaram, mas para Gojo e Naomi aquilo pareceu como uma armadilha terrível. E mesmo sabendo daquilo, Gojo lançou um sorriso para ela:

-Posso te levar lá se não for um incomodo.

Aquilo era um desafio. Gojo não estava sendo legal, mas sim perguntando oque ela achava dele fazer oque realmente queria. A resposta pareceu demorar séculos para surgir, mas quando surgiu foi firme e direta:

-Não será.

Amaldiçoada - Imagine Gojo SatoruOnde histórias criam vida. Descubra agora