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Seis anos depois

Naomi estava ansiosa em estar voltando para casa após tantos anos longe . Sentia muita falta de sua privacidade, de sua rotina, de seus planejamentos dando certo da forma que ela tanto amava.

Mas não podia negar que viver tanto tempo cercada por amigas em uma república não era de todo ruim. Aquilo lhe proporcionou experiências únicas que ela jamais esqueceria. Experiências que iam desde o desespero durante o período de provas, passavam pelas ressacas após esse período e os rapazes bonitos em seu quarto.

Em seis anos ela havia se permitido desfrutar de coisas que não cogitou em seus dezoito anos de vida. E apesar de ter aproveitado cada parte, quando parava pra pensar em sua vida íntima, nenhum havia sido capaz de lhe proporcionar oque o dono de cabelos platinados fora capaz. Exatamente do jeito que ele havia dito anos atrás.

A idéia de poder se encontrar com ele era nostálgica e animadora, mas ela sabia que as chances de um homem como aquele estar casado e até mesmo ter uma ou duas miniaturas suas em sua vida eram grandes. Sabia que ele era desapegado, mas se até ela, antes considerada alguém entediante, foi capaz de mudar tanto, nada impedia surpresas da parte dele também.

Ela desembarcou no aeroporto, pegou um táxi e foi direto para casa. Fazer aquele caminho lhe despertava uma sensação muito boa. O velho apartamento estava exatamente da mesma forma que havia deixado. Sua velha amiga havia mantido a palavra quando disse que cuidaria dele muito bem.

Cansada da viagem, ela apenas tomou um banho quente demorado e se jogou no sofá confortável que tanto amava, ligando a TV para assistir alguma série aleatória. Não faria nada o restante do dia. Precisava desacelerar um pouco antes de voltar à correria frenética.

Entrando em contato com Ieiri, ela conseguiu o emprego tão desejado como médica do colégio no qual havia estudado anos atrás. Ela sabia que muitas coisas haviam mudado após os ocorridos em Shibuya assim que foi embora, e lamentou imensamente na ocasião, mas queria dar seguimento ao legado dos serviços voltados ao mundo da feitiçaria.

Ela ouviu a porta abrir enquanto lidava com o prontuário médico:

-Como posso ajudar?- ela perguntou sem olhar quem estava ali.

-Pode começar olhando para mim.

A voz conhecida que há muito ela não ouvia ressoou em seus ouvidos.

Levantando o olhar ela viu o feiticeiro em pé com as mãos nos bolsos e o costumeiro sorriso no rosto:

-Gojo!- ela sorriu- Você não mudou nada.

-Não posso dizer o mesmo.

E de fato, ela estava diferente em muitos aspectos. Os cabelos antes mais curtos e que viviam trançados estavam soltos e maiores que antes, ela havia ganhado alguns quilos de forma saudável e parecia se vestir de forma adequada para sua idade.

Mas os olhos entediados continuavam ali. Acompanhados de um sorriso sutil e atraente que lhe dava um atraente:

-Espero que tenha sido um elogio.

-Foi sim. Se me lembro bem você costumava me chamar de sensei.

-Ah, isso é coisa do passado.

Gojo fez um breve silencio e ela percebeu que ele estava analisando a nova pessoa que seria sua colega de trabalho:

-Deixou o passado totalmente para trás?

Aquela pergunta possuía indícios fortes de que, ou Gojo continuava exatamente o mesmo de anos atrás isso incluía seu desejo por ela, ou ele havia se tornado o típico homem casado traíra. Naomi baixou os olhos tentando encontrar uma aliança que comprovasse aquilo, mas as mãos em seus bolsos não permitiam:

-Algumas coisas- ela voltou os olhos para ele novamente.

-Eu não sou tão ruim assim, sabia?- Gojo fez questão de erguer suas mãos para lhe mostrar a ausência de algo que representasse um compromisso.

-Você pode simplesmente ter tirado- ela arqueou uma sobrancelha.

Com aquela ação, Satoru percebeu o quanto havia sentido falta daquela mulher e que mesmo que ela mudasse até o próprio DNA ele ainda sim iria desejar algo dela:

-Por que a insistência em pensar que tenho alguém agora?

-As pessoas mudam Satoru.

-Algumas não.

-Você também está ficando velho, deveria encontrar alguém antes de ficar calvo.

Gojo gargalhou muito com aquilo:

-Muito obrigada por me lembrar disso.

Eles conversaram um pouco sobre o destino dos antigos alunos até que Ieiri chegasse pronta para expulsá-lo por incomodar a nova funcionária com seus flertes. Lembrando Naomi de que agora ela era uma jovem adulta agora.

Antes de sair Gojo a encarou fixamente antes de dar um sorriso malicioso que foi a confirmação de que a presença dela ainda era para ele algo semelhante à presença dele para ela. Desde que ele havia adentrado o espaço ela soube de que se tratava, pois era nítida a atração que sua energia propiciava a ela:

-Precisa ser mais firme com ele Naomi, ou ele a perturbará sempre- Ieiri disse desinteressada.

-Eu serei.

E ela foi, pois Gojo Satoru não exigiria menos dela. Naomi não sabia se aquilo era devido ao longo tempo longe ou se ele só havia arrumado uma forma de superar na cama. O homem era simplesmente insaciável.

Mas como ele mesmo havia dito mais cedo, ela havia mudado. Invertendo as posições ela o cavalgou de forma forte que arrancou dele gemidos altos demais. Mas toda vez que ela percebia que ele estava próximo de jorrar seu prazer ela diminuía o ritmo a ponto de quase parar, vendo Gojo bravo:

-Naomi- ele rosnou seu nome.

-O que?- ela perguntou rebolando lentamente.

-Me deixe gozar.

-Quantas vezes você me privou dessa libertação anos atrás?- um sorrisinho maldoso se formou na face dela.

Gojo estava num misto de excitado, bravo e surpreso:

-O que fizeram com você lá?- ele a sentiu aumentar novamente- Oh céus.

-Não foram eles Satoru- ela se aproximou do ouvido dele apenas para sussurrar- Foi você.


''Eu não preciso de uma dúzia de rosas

Você não tem que me impressionar com vinho e jantar, não

Eu não preciso de um lindo poeta

Oooh, ficando todo emocional

Você tem que implorar, implorar por isso

Eu quero ver você olhando para cima

Querido, vou precisar que você implore. ''


Gojo precisava admitir que aquela postura dela ainda iria levá-lo a loucura. Ele adorou ouvir seu nome sussurrado por aquela voz doce e sensual. Mas a doçura se limitava a ela, pois Naomi o privou novamente do orgasmo, e só permitiu que ele se aproximasse de novo quando ele passou a pedir por aquilo desesperadamente. Apenas quando ela não aguentava mais o próprio limite sendo testado que a permissão para o alívio dele surgiu.

Parecia que o feitiço havia virado contra o feiticeiro.


''Porque nós somos animais

Querido, isso é primitivo

E antes de eu te deixar andar, vai ter que me mostrar como você rasteja. ''

Amaldiçoada - Imagine Gojo SatoruOnde histórias criam vida. Descubra agora