afundar

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Oikawa mente, Oikawa mente muito, ele apenas não mentia para mim, mas agora eu estou fora da sua lista de pessoas que ele não deve esconder as coisas

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Oikawa mente, Oikawa mente muito, ele apenas não mentia para mim, mas agora eu estou fora da sua lista de pessoas que ele não deve esconder as coisas.

O Oikawa que eu conheço jamais se rebaixaria a apanhar de um outro garoto, e mesmo que ele apanhasse, ele se defenderia ou viria correndo me contar, e eu então, eu iria e resolveria tudo, como sempre foi.

Mas agora..

Oikawa tem a cada dia mais machucados, ele já chegou aqui até mesmo mancando, ele esconde tudo por baixo de uma forte camada de maquiagem que é tão grossa ao ponto de ser claro que existe algo de errado por baixo.

- Oikawa, eu posso te ajudar - ensistia novamente, estávamos na minha casa, jogando videogame como nos velhos tempos, mas apenas o seu corpo estava ali, a sua alma e mente estavam longe.

Longe de mim.

- acho que eu deveria terminar com ele - foi tudo o que disse.

- não acha mesmo que eu acreditei nessa historinha de namorado não é mesmo? Eu te conheço Oikawa - soltei o controle me sentando de frente para ele.

- por favor, não começa, não agora - ele parecia chateado, triste.

- tudo bem, mas por favor, saiba que eu estou aqui - apoiei a mão em seu ombro para chamar a sua atenção - eu não vou te julgar, não importa o que seja que você tenha feito, eu estou do seu lado.

- valeu - ele sorriu pequeno para mim, por mais que tenha sido minúsculo, acho que esse foi o primeiro sorriso verdadeiro que ele deu hoje

- vamos lá, eu vou passar uma pomada nisso aí que você chama de cara.

Q.d.t.


Eu estou afundando, como se estivesse boiando em água quente e ao mesmo tempo fria, não tenho nada que eu possa apoiar o meu corpo para subir de volta a superfície, é como se tivessem cordas pesadas de ferro me puxando para baixo, fazendo com que eu afunde ainda mais.

Eu não sei nadar.

Eu não consigo respirar.

A água parece a cada segundo mais convidativa e tentadora, sinto vontade de simplismente me entregar a água e deixar que ela me afogue, que retire o resto de oxigênio que ainda restou em meus pulmões.

Mas não posso.

- eu sabia! - falava comigo mesmo na rua - ele não acreditou nessa merda, quem acreditaria? Eu não acreditaria! - era dia de domingo, minha mãe tinha me mandado voltar para casa, já não confiava em Iwa-chan, ainda mais sabendo de todos os riscos que tinha dele descobrir algo, mas eu não o contaria, sinto medo que ele não acredite em mim, ou que acredite, e sinta nojo, apenas a ideia de que ele tenha nojo e se asfaste de mim faz com que o meu estômago se revire por completo - pensa Oikawa! Pensa, você é inteligente caralho, aqueles seus prêmios não são atoa não.

As ruas estavam praticamente desertas, era domingo afinal.

Quando menos percebi, já passava pela porta do colégio, por que mesmo eu estou aqui?

- que porra - reclamei ao bater de frente em alguém - olha por onde anda. - normalmente eu não sou mal educado assim, mas hoje não estou com muita paciência, nem comigo e nem com ninguém.

- calminha fada purpurina - disse a voz em tom debochado, não pude evitar um revirar de olhos ao a reconhecer - o que foi? O gato comeu a sua língua?

- não me enche o saco Terushima, hoje não - planejava ir simplesmente embora sem olhar para trás, entretando, uma ideia brilhante surgiu em minha cabeça - ei, você pode me ajudar.

- poder eu sempre posso, o problema é "eu quero?" E a resposta é não, eu não quero - o vi já voltando a caminhar para onde iria inicialmente.

- por favor, eu nunca te pedi nada. - sim, eu estou desesperado ao ponto de me humilhar para este filho da puta.

- você é chato hein - contorceu a cara desgostoso.

- cala a boca e apenas aceita.

- depende muito.

- do que?

- do que eu ganharei em troca, o que foi? Pensou mesmo que eu simplesmente fizesse favores de graça? - riu da minha cara, a minha vontade de o socar apenas aumentava ainda mais.

- tá vai, o que você quer? - me rendi, cruzei os meus braços na altura do meu peito em forma de mostrar que não abaixaria a cabeça para qualquer coisa, ainda sou Oikawa Tooru, dinheiro nunca foi e nunca será um problema para mim, posso pagar o que ele quiser.

- não sei..- olhou para cima parecendo pensar, me surpreendeu, afinal eu não sabia que ele tinha essa capacidade - que tal.. - os seus olhos pareciam me avaliar de cima para baixo - você?

- eu? - não pude evitar de rir, aquilo era patético.

- não você por inteiro, não me entenda mal, eu não quero amor ou palavras fofas, eu não estou interessado nesse tipo de coisa, eu quero apenas.. - a sua mão se estendeu até que tocasse o meu cabelo, a retirei de lá pelo pulso - quero te comer, é isso, eu quero o seu corpo nu em uma cama, não quero que diga que me ama nem nada disso, apenas quero saber da sensação de transar com um cara.

- você é nojento.

- você está dentro ou não?






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