- o que porra pensam que estão fazendo? - Kimiko exasperou ao ter os seus braços levados para trás e algemados - sabem que eu sou?
- sim, você é uma pessoa de merda. - eu a respondi.
- o que caralhos estão fazendo? O meu filho está internado, vocês não tem acusações nenhuma contra mim, o que vocês querem afinal?
- sinceramente? Eu quero que você queime no inferno, mas enquanto isso não acontece, eu quero que pague na terra.
- do que está falando? - ela estava claramente nervosa, me alegrava a ver daquela forma.
- você usou o Tooru, de forma nojenta e repugnante, eu sinceramente espero que você apodreça na cadeia.
- você não tem provas - ela debochou da minha cara.
- você tem razão, eu não tenho, mas ela tem - dei a brecha, Rose entrou como um tornado no quarto, eu enviei todos os áudios de Oikawa para ela assim que eles saíram da casa, Kimiko foi na ambulância e eu fiquei na casa com Rose, nós começamos a procurar por qualquer prova, precisávamos tirar Tooru daquela situação, uma policial ficou conosco para nos ajudar após termos a explicado o motivo daquilo, e nós conseguimos.
Quase em frente a janela do quarto dele tinha uma câmera de segurança, ela gravou cada ato, cada toque, cada expressão de horror, eu chorei tanto quando vi aquilo, Tooru estava ali, sofrendo em silêncio ao meu lado e eu não fiz nada, eu não fiz absolutamente nada para o proteger, eu não estive ao seu lado como eu prometi quando éramos menores, eu o vi sofrer e fiquei em silêncio.
Quer dizer, eu estive ao seu lado, mas do que adiantou se eu não o ajudei? Quando alguém cai em um poço, não adianta de nada você sentar do lado de fora e ficar olhando, então, eu fui atrás de ajuda para ele, eu não podia fazer sozinho, mas eu fiz. Não sozinho, mas fiz.
- vocês não podem fazer isso comigo - ela se debatia enquanto era praticamente arrastada para fora do quarto, nunca me senti tão orgulhoso assim de uma ação minha.
- o que..- Oikawa murmurou baixinho atrás de mim, me virei para ele pronto para ser recebido pelo que quer que fosse que ele teria para me dizer.
Menos para aqueles olhos.
Aqueles olhos cheios de dor como nunca estiveram.
As lágrimas dele não eram de alegria.
Ele não tremia de euforia.
Ele tremia de medo.
Medo..
De mim?
- Oikawa..- eu tentei me aproximar, mas parei ao o ouvir dizer baixinho me olhando nos olhos.
- sai daqui.
- mas.. eu - não tinha o que explicar, acho que já estava tudo bem claro - já está tudo bem, ela não vai te atormentar nunca mais, nós já sabemos de tudo, absolutamente tudo, Rose me ajudou - apontei para a senhora ao meu lado que apenas concordou com a cabeça preocupada - vai ficar tudo bem.
- não, vão embora, por favor - as lágrimas já molhavam as suas bochechas pálidas. Agora, pela roupa do hospital, todas as marcas em seu corpo estavam bem amostra, tudo, absolutamente tudo.
Os pulsos machucados, além dos hematomas ele também tinha leves tracinhos retos.. ele se cortava.
Alguns estavam brancos, outros vermelhos, o seu pescoço manchado, ele com certeza tinha muitos outros machucados.
No seu braço tinham alguns fios e agulhas amarrados sendo segurados por uma fitinha em sua pele.
Oikawa odeia agulhas.
Por baixo daquele lençol.. ele com toda a certeza está ferido. Até mesmo em seu nariz um aparelho o ajudava a respirar, os seus olhos estavam tão fundos que pareciam até mesmo serem pretos.
Me desculpe por não te proteger Oikawa.
- nós estamos aqui para te ajudar - tentei explicar tendo a todo momento a concordância de Rose que estava bem aflita e nervosa.
- por favor, vão embora - a sua voz estava baixa e calma, mas o seu coração estava acelerado, conseguia ver pela máquina que apitava ao seu lado - eu estou sujo, eu não quero que vocês me vejam assim.
- mas- tentei novamente, sabia que seria em vão, mas mesmo assim, eu não posso simplismente aceitar, virar as costas e ir embora.
- por favor, eu não quero que me veja assim, eu estou sujo.
Oh céus.
Rogo pelas almas perdidas.
Pelas almas que não tem salvação.
Mas principalmente,
Rogo pelas almas das crianças,
Que se perderam em meio a jornada.
Que não encontraram a luz certa.
Que perderão a sua luz.
Que já não esperam por nada.
Que não tem mais esperança.
Esperança de salvação.
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I do not need help
Fiksi PenggemarOikawa, na visão de iwazumi, ele era apenas um garoto esnobe e chato de sua sala, um riquinho mimado que tinha tudo o que desejasse em mãos, herdeiro de uma família perfeita, egocêntrico, egoísta, e vários outros insultos eram direcionados em sua me...