Cuatro

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Maldito seja o dia de fragilidade que Belinda teve, sempre foi a menina mulher forte que não se abalava com nada, ou que negava ajuda, que não precisava de aprovação ou qualquer coisa, se ela podia, fazia, se não podia, dava um jeito e sempre foi assim e era um motivo de orgulho para ela, ser por ela mesma.

Mas sua avó, era um ponto fraco, sentia falta, e como naquele momento ela se deixou ser frágil, mas parecia que o destino gostava de brincar com a sua cara, como era possível no meio de mais de dez mil habitantes de Punta del Leste ela encontraria justamente ele, não tinha planos de se envolver ou de ter uma paixão de viagem quando colocou algumas roupas na mala e saiu às pressas de casa.

Mas um encontro? Que merda Joaquin estava pensando? Ela tinha cara e jeito de pessoa que gostaria de ir a um encontro? Bom ela até queria ter essa faceta de frágil, mas sabia que não tinha, só depois de a conhecer muito a fundo pra saber que ela era um mar de sentimentos, imensidão.

Bufou jogando a blusa que tinha escolhido, nada era tão romântico de fato para ir a um encontro, não tinha o estilo que usasse roupas desse tipo, era prática, gostava de tudo um pouco, mas jamais imaginou em sua vida receber um convite de um cara que mal conhecia para sair, e o pior ela tinha aceitado.

Revirou a bolsa de viagem mais um pouco e quase deu um grito de felicidade ao encontrar um vestido, era finalmente uma peça aceitável, nada muito vulgar, mas nada recatado demais, era simples, mas estava perfeito, correu para o banho pois já estava atrasada e ainda precisava secar os cabelos e terminar de se arrumar, mas deu graças a Deus (Gracias a Dios!) não aceitar a carona de ida até o restaurante assim ela poderia se atrasar um pouco.

Joaquin batia os pés no chão de madeira inquieto, o pensamento era nela e se ela seria capaz de o deixar ali como besta, dar um bolo nele, era maldita enigmática, ela não seria capaz seria? Escreveu em uma mensagem rápida que trocava com a irmã, que achava graça da inquietude do irmão, até parecia que nunca tinha conhecido alguma amiga dela e se envolvido.

Tomou mais um gole da água com gás e limão que pediu, dessa vez não queria beber, não queria álcool no sangue, quando desistiu de esperar e se levantou com raiva da mesa por ter levado um fora de Belinda, a viu.

Estava conversando com o garçom da entrada, estava linda, ele nunca foi de notar roupas e cores mas ela vestia um vestido branco que contornava seu corpo, os cabelos soltos e quando a mesma chegou um pouco mais perto ele sentiu o perfume floral que usava.

- Achei que você não viria - disse cumprimentando ela com um beijo no rosto, sentiu o sorriso.
- Acredite, foi quase - ela brincou.

Se sentaram na mesa, ambos decidiram que não beberiam, escolheram um prato de frutos do mar, combinava com o clima da cidade, a conversa fluía, ela percebeu o quão inteligente e simpático ele era, ele conseguia por fim ter uma opinião mais concreta e menos suposição sobre ela, mas não deixava de ser encantadora, a hora se passou e ele só se tocou que estava tão entretido na sua companhia quando uma criança veio até a mesa pedindo uma foto a ele, as vezes na sua cidade ele esquecia que era um jogador famoso.

Era doido por crianças, tirou a foto, brincou e conversou com o pequeno, que se dizia penãrol de corazon mas que assistia o futebol brasileiro para o ver jogando, nessa hora piquerez se sentiu importante de fato, logo a mãe da criança veio a buscar e ele voltou a atenção a um par de olhos que observava tudo com total atenção.

- Desculpe, isso as vezes acontece - se justificou.
- Defina "As vezes" - Belinda perguntou curiosa
- Você sabe, quando se está na mídia tem esse tipo de assédio.
- Como assim na mídia?

Foi aí que ele percebeu que ela não fazia noção de quem ele era, se ele jogava bola, se ele era jogador do melhor time da América, se ele jogou na seleção do seu país, começou a rir, mas riu por que achou graça e não por que se ofendeu dela não ter a mínima noção de quem ele era.

- Do que você está rindo? - Ela perguntou
- Você realmente não sabe quem sou eu? Digo no que trabalho?
- Geralmente quando escolho transar com alguém na balada eu não me interesso pela vida dela - disse seca.

Essa doeu, que mulher.

- Sou jogador de Futebol, eu jogo no Brasil, Palmeiras, em São Paulo.
- Minha família te odiaria - ela comentou com desdém.
- Por que?
- São corinthianos - respondeu olhando nos olhos dele.
- E Você? - perguntou interessado
- Também, mas não sou fanática, relaxa.

Suspirou e riu, cada vez mais ela o confundia, como uma pessoa no século vinte e um não gostava de redes sociais, como uma pessoa fugia tanto de falar sobre si, e da sua vida, e como isso a tornava estranhamente atraente.

- Preciso ir ao banheiro, você me dá licença? - perguntou a ele
- Claro.

Com a deixa, pagou a conta, já se passavam das onze da noite, nem parecia o calor da cidade nos dias de janeiro era insuportável, esperou por ela no balcão do restaurante e novamente achou graça quando ela ficou levemente irritada em saber que ele não dividiu a conta por dois, a levou até o carro, queria tanto a beijar, mas não sabia se podia.

A viu se encostar na porta do passageiro, colocando o cabelo atrás da orelha, será que ele podia se aproximar? Ela era tão linda, o perfume ainda estava como se fosse recém passado, só percebeu que tinha se aproximado quando sentiu as duas mãos pequenas em seus ombros.

Grudou os lábios como os dela, e diferente daquele dia não tinha pressa, não tinha afobação, queria sentir seu gosto e assim o fez, chupando sua língua e sugando seus lábios para si, queria sentir seu corpo e assim o fez passando a mão por toda a parte que queria, não interessava se podiam estar sendo obscenos, ele perdia o controle com ela, recuperou o controle quando apertou a sua bunda coberta pelo vestido e a ouviu gemer, puta que pariu.

Se separaram, os lábios dela tinham a cor vermelha pelo beijo, ele queria mais, será que ela queria? Não sabia se podia, não tinha essa certeza, com ela era tudo um mistério.

- Quer me levar embora? - ela perguntou

Era o que ele precisava ouvir

(...)
Cadê os comentários e likes? Ou só eu com essa obsessão  maluca por esse uruguaio rival? Aí aí piquerez sorteia uma fã.

PUNTA DEL LESTE - JOAQUIN PIQUEREZ (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora