O Bicho Papão

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“O BICHO PAPÃO”

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“O BICHO PAPÃO”

Ouvi trombetas a cantar, sepulturas ou quem saiba aviso de calamidades a vir. Acordei-me em meio a suspiros e transpiração, coração estava como tal frase “Prestes a sair pela goela”, gritos horripilantes se estenderam dentro do antigo quarto da minha mansão.

Meu nome era mencionado aos ventos!

___ Sebastian! Sebastian! Sebastian! — -Como sussurros em meus ouvidos, foram se esgueirando entre minhas entranhas, fazendo-me tremular
Coloquei-me de pé o mais rápido possível, num repelão repentino e brusco do corpo com calafrios a espinhas, mente confusa, sons vinham de ambos os lados, trovões marcavam o compactar das trombetas em minha cabeça, perturbada. Entreguei-a minha vontade mutua de desespero de joelhos vim por terra…

___Alguém? Quem disse meu nome?

Nada fora respondido, os ventos que vinham forte contra a janela de madeira, fazia estremecer em rangidos a casa de época. Com as mãos suadas me apoiei sobre as ripas que outrora já furaram meus pés, com suas ferpas desprendidas por conta da idade. Escorreguei-me.....

Com a face ao chão, olhos pelo reflexo breve perdido, fechados com a pancada o gosto de sangue a boca era eminente ao palato.
Algo quente escorria de minha testa, me fazendo refletir momentaneamente por onde eu havia acordado, com os olhos pressionados, sobre a testa franzida, algo quente fora escorrendo e eu escutei seus pucos pingos se dissipar entre os vincos das ripas do chão.
Com medo do que poderei a encarar, continuei de olhos fechados, minha mente a devaneios, procurando por respostas do que havia acontecido.

Outro barulho!

Mas agora de tons de deferentes, igual a animal faminto, uns grunhidos em trepidação veio de baixo da cama de adornos que pareciam silhuetas em arremedos, fazendo menção honrosa a “arte-sacra”, com mãos em posição de oração no final de seu adornamento.

Abri o olho direito, dei-me de frente ainda com o chão, agora molhado de cor vermelho vivo, iluminando-se com relâmpagos que deixavam rastros de sombras em ligeira sincronia com o chão de madeira esguia. Entre angústias e temores, meus olhos foram em direção do lado que se vinha o rosnado, apenas a fileta da base do estrato do colchão e os pés da cama eu enxergava, parecia que algo não deveria estar ali…
Igual à noite mais tortuosa e negra que poderei se quer recordar de ter vivenciado, onde deveria ser espaço vazio, algo mais negro de opacidade aos olhos, parecia mais denso que a própria escuridão, como se fosse tomando de formas demoníacas minhas vistas em estado imbróglio. Obscuridade de meia luz, foi se desgrudando dos véus enegrecidos da ausência de meia luz e se juntando, dando movimentos a pelos negros, garras fora surgindo em minha direção e antes que eu percebesse.
Um sorriso com dentes grandes e tortos foi se abrindo, de inquietude de noção que eu havia perdido.
Isso foi a única coisa que deu cor a tudo!
Eu em respiração descompassada com estado tardio de perca de movimentação, foi-se apenas ouvido os despregar de suas pálpebras meladas com algo grudento remelando os cantos, com a mais calma possível e esbanjando soberania a cada segundo que se devorava de minha sanidade.
Seus olhos poderiam iluminar os piores pesadelos que já habitei em noites tortuosas, sozinho. Gigantes olhos amarelos em completo estalar de pálpebras com rebarbas de vermelho de veias a pulsar.

Um trovão seguido de relâmpago, deu-me o último deslumbre do que outro-rá já se foi homem.

___Soo… Soco!

Antes que eu pudesse terminar de cair em ânsia de homem, a criatura avança em gritos e a única coisa que se fora ouvida aquela noite, foi de uma alma em lampejos de desespero, gritando a quem queira ouvir, mas os rasgar de carnes a frio foram mais altos que qualquer grito já expelido por sua garganta.
Igual a felino após se banquetear com entranhas de pequenos servos do mato, voltou de ré para baixo da cama com um ronronar de quem estava satisfeito…

(Sussurros Do além)-”O Bicho Papão” 1°©7° - CarlosOsti

Sussuros do Além - Coletânea De Contos De HorrorOnde histórias criam vida. Descubra agora