|TATUAGEM|

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ANA SOLTOU O AR preso nos pulmões, deixando os dedos longos correrem pelo peito de Richarlison, coberto por um moletom grosso

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ANA SOLTOU O AR preso nos pulmões, deixando os dedos longos correrem pelo peito de Richarlison, coberto por um moletom grosso. Eles estavam deitados na cama do mais velho, envolvidos por um edredom fino, esquentando um ao outro com seus próprios corpos.

Era o dia do tão esperado jogo e a recomendação permanecia a mesma: o dia livre para descansar os músculos e evitar novas lesões.

No andar de baixo os organizadores que Richarlison contratou traziam os aparelhos de som e as estruturas para o pagode que aconteceria mais tarde... a notícia meio que se espalhou, e por fim, até Antony viria de Manchester para curtir com o amigo.

"Valeu, Emerson!" - Richarlison pensou.

Mas completamente fora da atmosfera de festa, Richarlison se encontrava demasiadamente apreensivo. Ana dedilhava seu tórax, em silêncio, contemplando de relance seu rosto preocupado.

- O que 'tá te atormentando? - ela pergunta, encaixando a perna direita no quadril dele, apertando mais o abraço ao redor de seu peitoral.

- Como assim? - responde, enrolando uma mecha dos cabelos castanhos dela ao redor de seus dedos.

- Você 'tá tenso. Aconteceu algo?

Richarlison balançou a cabeça devagar, pensando se deveria dizer ou não. Olhou para o rosto gentil de Ana fitando a parede do fundo, suas bochechas espremidas e vermelhas embaixo de seu corpo. Suspirou fundo e acariciou sua testa, limpando a garganta antes de falar.

- 'Tô com medo. - ele diz, com a voz meio embargada, uma ardência ruim chamegando no coração.

Ana franziu o cenho, confusa. Se levantou, apoiando o peso do corpo nos cotovelos que afundavam na cama macia. Seu rosto estava literalmente colado com o dele, o que permitiu que frio casual se espalhasse por seu ventre. Richarlison olhava para todos os cantos do quarto, procurando fugir dos olhos apreensivos da morena, em vão.

- Medo? - ela murmura, subindo mais, ficando coladinha nele. - Mas medo de quê?

Medo de estar dando uma festa contando com a vitória, medo de não se sair tão bem quanto o esperado, medo de se lesionar....

- Medo de perder, Ana. - ele fala por fim, tocando de leve a carne do braço quente dela, sentindo a queimação emocional descer dos olhos para o nariz. - Medo de perder...

Silêncio. Richarlison encarou a belezura de mulher apoiada em seu corpo. Ele se perdeu na íris dela por um tempo, mas voltou para o mundo real quando aquele sentimento de perda retornou a lhe assombrar outra vez.

Tinha medo de perder, simples assim.

Da última vez que jogou uma partida decisiva, voltou para casa aos prantos, condenado por uma torcida frustrada e uma mídia cruel.

Mas ele ainda tinha Ana. Ana olhando bem no fundo de sua alma, o encarando em um silêncio profundo enquanto analisava cada expressão do rosto dele. Ela se revirou no colchão, mordeu os lábios, pensando no que poderia dizer para acalmar aquele coração. Seria uma péssima psicologa, pensou.

Disritimia - RICHARLISONOnde histórias criam vida. Descubra agora