O Problema de Lizzie

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     Lizzie não foi para a escola no trem como as outras meninas de sua idade. O professor Dumbledore e seu pai decidiram que seria melhor para ela ir para Hogwarts com o pai em sua moto e pular a seleção das casas.

     O fator que foi responsável por esta escolha foi que dois dias antes das aulas começarem a magia de Lizzie ficou novamente estranha.

     Desde o incidente com os garotos trouxas, a menina nunca mais apresentara alterações em suas habilidades mágicas. Entretanto tudo mudou quando, duas noites antes do dia primeiro de setembro durante uma crise repentina de choro, Lizzie fez as roseiras que ficavam entorno da casa crescerem tanto que simplesmente cobriram todo o prédio impossibilitando a saída ou entrada das pessoas.

     Após resolvido o problema da roseira, Lizzie transformou todos os sapatos da casa em patos por puro acidente ao espirrar. E toda vez que tossia, pétalas de flores saiam de sua garganta.

     Na manhã do dia seguinte Lizzie fez nevar dentro de casa e ao invés ovos com linguiça para o café da manhã, a menina acabou transformando toda a comida em borboletas.

     O mais peculiar de tudo era que Lizzie não precisava de varinha para executar tais feitos e nem parecia acionar o ministério da magia ao fazer os feitiços por acidente.

     Dumbledore então achou melhor que evitasse o trem e fosse com o pai para a escola. Ele mesmo anunciaria que teriam uma nova aluna e se encarregaria de uma desculpa plausível para sua ausência. A seleção do chapéu seria feita no escritório do diretor em particular.

     Lizzie não poderia ter chegado à Hogwarts de maneira mais desastrosa. As chuvas do outono haviam começado um pouco mais cedo naquele ano e uma motocicleta não era a melhor maneira de se viajar na chuva.

     - Por que o senhor não enfeitiçou um carro ao invés de uma moto, papai?! - esbravejou Lizzie quando finalmente aterrizaram no terreno lamacento de Hogwarts.

     Lizzie estava completamente molhada, suas roupas estavam ensopadas e até mesmo suas malas pareciam inundadas. O pai desceu apressadamente e logo começou a desamarrar as malas. A menina desceu da moto quase chorando de raiva e por muito pouco não escorregou na lama.

     - Motos são mais legais do que carros. - disse seu pai - E, além do mais, tem jeito mais legal de chegar em Hogwarts?

     Lizzie olhou extremamente zangada para o pai.

     - O professor Dumbledore me pediu para ficar calma, mas o senhor não está ajudando! - ela gritou, sua voz sendo acompanhada por raios.

     Assim que os dois entraram no hall vazio, Lizzie agradeceu a Deus por terem chegado após o jantar. Ela e o pai estavam tão molhados que deixaram um longo rastro de água pelo lugar. A menina tremia de frio e o pai de animação.

     Um homem velho, muito magro e de aparência horrenda e sofrida veio mancando na direção dos dois.

     - Filch! - bradou Sirius - Você ainda trabalha aqui?!

     - Sim, e seria bem mais feliz se não tivesse que ver você por aqui de novo. - ralhou o homem.

     Lizzie ficou surpresa com a grosseria do sujeito.

     - Eu não teria voltado se não tivesse um bom motivo. Minha filha irá estudar aqui.

     O velho fez uma careta, virou de costas e saiu andando.

     - Deveriam haver leis que proibissem pessoas como você de procriar. - o velho resmungou baixinho.

     - O que disse? - perguntou Sirius.

Lisianthus, O Conto dos Dois IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora