Vinte e oito de março...
Maya.Me perco em meus pensamentos apenas observando cada gotícula de água escorregar pela janela.Uma por uma. Meus dedos curiosos deslizam pela chave que encontrei no quarto secreto da vovó.
Tenho que descobrir o que isso abre!
Eu até iria ,mas esse clima chuvoso está me deixando com uma preguiça maior que o tamanho desta casa. Dou risada disso.
Vamos lá Maya! Você está muito curiosa!
3...2...1!
Me levanto num rápido impulso e me arrependo na mesma hora por isso, pois fez minha visão ficar acinzentada. Me fazendo dar alguns passos para trás e agarro em qualquer coisa. Me recomponho e, só agora ,percebo que deixei a chave cair no chão.
Ótimo! Agora vou ter o trabalho de me abaixar, esticar o braço e arranjar forças para me levantar!
Me abaixo contra minha vontade e agarro a chave. Quando estou voltando para cima a porta se abre bruscamente me fazendo dar um pulo e um gritinho abafado.
- Oh! Me desculpe não queria assustá-la. - Diz aos risos - Fiz pipoca você quer?
Ponho a mão no coração, tentando acalmar as batidas dele e voltar a respirar normalmente. Escondo a chave possuída pela minha mão, atrás da minha perna direita.
- Por que está assustada? Você não fez nada de errado para estar assim.
Abro minha boca sem conseguir fazer com que saia algum som, troco para um sorrisinho tímido.
- Quer a pipoca? Podemos assistir um filme, também.
- Claro que quero!
- Precisa de ajuda com alguma coisa?-ela semisserra os olhos.
Ela está desconfiando!
Faço que " hum hum" com a boca fechada ,em sinal de negação.
[...]
Melo meus dedos no sal que estava no fundo da vasilha, procurando algum resquício de pipoca. Mas não encontro.
Pelo menos tenho refrigerante!
Levo o copo com refrigerante até minha boca umidecendo e fazendo com que, aquele líquido com gás, desça pela minha garganta.
Minha curiosidade está maior que essa casa!
Decido fazer a coisa mais arriscada que eu poderia fazer.
- Vó... - As palavras saem trêmulas de minha boca - digo com a intenção de que a mesma se mantenha em alerta ao que estou prestes a fazer. - Tem alguma porta ou algum porta-joias, que você tenha perdido a chave por aí? Sei lá, algo que esteja trancado?
Por um momento, pensei ter visto um sorriso. Deve ser coisa da minha cabeça!
- Pensando bem, tem sim. Um pequeno baú com joias que está trancado faz um tempo!
Até que perguntar não matou ninguém!
- Onde está?Não está emperrado não, né? Ainda dá para abrir? - pergunto - ,mas percebo que pareci exaltada demais - minhas bochechas ganham um tom rosa claro.
- No meu quarto! - ela se levanta. - Vou pegar pra você!
Ela sobe as escadas. Assim,que, percebo que não está mais no meu campo de vista, minha testa franze em uma expressão confusa.
Tão fácil assim?
- Claro que não! - Digo meu pensamento em voz alta, afastando essas ideias. - Mas, e se..
- O quê? - Reprimo um grito que saia da minha garganta e saio de meus pensamentos.
- Nada! - Solto o ar que nem sabia que estava prendendo.Ela sorri.
- Querida, me dê essa chave que está no seu bolso!
Como assim ela sabe?!
Faço de meus pensamentos palavras saírem em voz alta.
- Como a senhora sabia?
- Senhora não, eu ainda sou jovem.
- Me desculpe senhora! - Gargalhadas saem de minha boca - meus olhos sorriem.
Vovó me dá tapinhas leves no meu braço me fazendo tombar de lado e, dá início a risadas.
- Voltando ao assunto, como Dona Laura, como sabia que a chave estava no meu bolso? É uma maga ou algo do tipo? Acho que tô começando a acreditar no sobrenatural! - Digo me ajeitando naquele sofá macio.
- Tenho meus fetiches. Uma senhora como eu tem seus segredinhos. - Ela me dá uma piscadela.
- Tô de olho! - Semisserro meus olhos.
Tiro a chave do bolso e entrego a ela, que, logo a pega e abre o 'bauzinho', relevando uma chave e uma caneta, mas não qualquer caneta.
A minha caneta rosa com brilhinhos!!!
- A caneta que eu usava para escrever em tudo quando era criança!Eu amava. Por que ela está guardada e trancada aí? E essa chave..eu não entendo!
- A caneta que você usava era da sua bisavó, ela amava essa cor. Não queria que você gastasse toda a tinta e depois jogasse fora. - Seus olhos um pouco enrugados desviam para a caixa. - A chave é de uma biblioteca daqui da cidade.
Isso está muito mal contado!
- Quê? Pere, está tudo confuso! E...biblioteca? Qual? Onde?
- Acalme-se. A chave abre a porta da maior biblioteca da cidade!Que fica na casa dos avós do seu namorado.
- Vó! - A repreendo. - Ele não é meu namorado! - meu rosto enrubece - toco suavemente com as mãos, as laterais do meu rosto.
- Ainda não!
- É-é ,voltando ao assunto, por que você tem uma chave da biblioteca que fica na casa dos avós do Henry?
- Sou muito amiga deles ,então, como eu gosto de ler livros de receitas e remédios caseiros para a saúde, eles me deram a chave para acessar a biblioteca sempre que eu quiser.
- Mas não tem outras bibliotecas por aqui? Por que não pode ir nelas?
- A da casa dos avós do Henry tem mais variedade!
- Hum.
Algo me surpreende. Ela pega a chave e estende o braço me entregando. Observo cada detalhe dessa chave e, só depois, levanto meu olhar para minha avó.
- A caneta. - Digo apontando para a mesma. - Posso ficar com ela?
- Claro!
Ela agarra com sua mao direita a caneta e me entrega. Vários sentimentos percorrem em mim, mas o que mais ocupou lugar foi o sentimento de nostalgia.
Estou me sentindo ansiosa!
Decido fazer mais uma grande pergunta perigosa, com receio.
- Você deixou a porta do quarto dos meus bisavós aberto de propósito?
Ela fecha a caixa e fica uns segundos em silêncio até resolver quebrá-lo.
- Tudo depende do que você acredita! - Ela me dá uma piscadela.
Se levanta e vai até a cozinha, me deixando com meus pensamentos a mil.Ainda não processei toda a informação.
[...]
🤫
Não ficou um capítulo
muito grande ,mas aos
poucos eu vou melhorando!
Consegui 1007
palavras.
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Meu Vigia Noturno II Continuação..
ParanormalAntes de tudo eu gostaria dizer que é apenas uma continuação da história original. Todos os direitos reservados para a autora original @Lena_Tk . Leia o aviso⚠️ " Era para ser apenas uma experiência agradável ao lado de sua avó, ao lado da pessoa qu...