Volte!

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O coração é um órgão vital.
Mesmo pequeno ele é capaz de fazer coisas incríveis que surpreendem a medicina diariamente.

Ele bombeia sangue por todo nosso corpo e bate aproximadamente 72 vezes enquanto faz isso.
É estranho pensar que o ser humano não satisfeito com as coisas incríveis que o coração é capaz ainda insiste em inseri-lo em histórias de amor,era isso o que Wednesday pensava enquanto saía da sala de cirurgia.

— Doutora Addams-A enfermeira atrás da morena chama— Sua agenda hoje acabou.
— Certo,obrigada-Ela respondeu cansada,tinha que dar aulas em poucas horas e seu corpo estava exausto, devagar foi em direção ao vestiário, precisava trocar de roupa rápido se ainda quisesse chegar em casa a tempo de tomar café e ver sua filha.

— Ela é tão incrível-Pode ouvir ao passar por umas enfermeiras.
— Nem pense-Outra afirmou— Ela não é o tipo de mulher que se apega, muitas enfermeiras e até mesmo médicas já ficaram com ela,mas ela jamais entra em relações sérias e deixa isso muito claro.

— Ela realmente não tem dó de quebrar corações-Outra enfermeira brincou— Se você pensar é irônico porque ela os conserta no dia-a-dia profissionalmente e os destrói quando sai do hospital.

Não era bem assim,Wednesday nunca deixou as pessoas no escuro,toda e cada mulher que se deitou em sua cama sabia que aquilo não iria durar,ela deixava claro desde o princípio mas não discordaria das enfermeiras,fora de sua vida profissional ninguém ali tinha o direito de dar opinião no que ela fazia.
Respirando fundo, ela foi ao vestiário se preparar para o dia.

Enquanto isso no outro lado da cidade...

Enid sente suas costas encostarem no colchão macio,os lençóis fazem barulho enquanto mãos firmes seguram sua nuca.
Ela geme encantada enquanto se afastava sorrindo.

Aquele beijo era inesquecível,ela pensou.
Não protestando quando a mulher o aprofundou, nem quando notou que sua mão deslizava por detrás para desabotoar o sutiã,seu cheiro era encantador e reconfortante para a loira.
Era isso que ela queria.
Que ansiava.
Deslizando a mão por seus cabelos negros ela sente a morena aranhar sua pele.
Quem era ela? Enid se perguntava

A mulher deixou com que a loira passasse a mão por seu corpo.
— Espere! Essas são minhas mãos?-Sinclair perguntou confusa.

— Somente me diga o que quer. Farei o que queira que faça.-A voz doce afirma.

Tragando a saliva e entre abrindo os lábios,Enid sorri ansiosa arqueando o corpo como resposta.

— Quer que te beije aqui?-Ela sussurra com ternura enquanto passa os lábios pelo colo da loira até parar em meus seios.

— Eu te amo-Sinclair afirma sorrindo e fala devagar—Willa.

­
A moça acordou suando.
Acabava de ter aquele sonho de novo.
O sonho em que ela aparece...
Enid tinha tido esses sonhos a mais de um ano e recentemente, quase todos os dias.
Devia haver algo errado com ela...

A mulher de seus sonhos tinha olhos gentis, e também era bonita.
A morena parecia ama-la muito e a fazia feliz em meus sonhos.
Willa,Enid se lembrava de chama-la.
Aquele rosto era é tão familiar, mas ela não conseguia se lembrar.
Afastando esses pensamentos da mente,a loira seguiu seu dia.

Agora parada em frente aos enormes portões da universidade, ela tentava se convencer de que podia fazer isso.

Tendo nascido com um problema no coração que a única "cura" era um transplante, que poderia dar errado,Enid Sinclair crescerá grudada em uma cama com pais e um irmão super protetores.
Sem a autorização para fazer a cirurgia, ela só pode realizar tal feito ao atingir a maioridade.

Jamais estudara em um colégio ou brincara com outras crianças que não fossem o irmão e os filhos dos empregados,pois os remédios lhe deixavam exausta.
Suas lições eram dadas por tutores que vinham em horários desregulados dependendo de seu estado de saúde.

Quando completara dezoito anos e pode responder por si mesma decidira fazer a cirurgia.
Morrer não era uma má escolha se isso fizesse com que a dor parasse, mas a operação foi um sucesso.
Um ano depois pode sair de casa, mas seu irmão insistiu que não trabalhasse, dinheiro não era problema e ele não queria que ela se preocupasse.

Agora estava enfrentando seu primeiro desafio.
Observando todos os jovens de sua idade, que passavam por ela em direção ao enorme prédio da faculdade, sem a notarem.
Era início de semestre e havia muitos calouros como ela, deslocados e perdidos.

Enid não sabia o que fazer.
Jamais havia estado em um lugar com tantas pessoas antes,pensou em desistir.
Era exatamente o que ia fazer quando uma voz tão conhecida e estranha ao mesmo tempo a imobilizou.

— Assustador não é? -O som reverberou por todo seu corpo, o coração dando saltos em meu peito.
A morena parou a seu lado,sorrindo.
As mãos nos bolsos da calça.

— Ei! Addams! Está atrasada! -Uma mulher com uniforme de inspetora gritou seus cabelos loiros voando com o vento.

Wednesday deu um último sorriso a Enid e caminhou na direção da mulher.

— Meus alunos não vão explodir a sala se eu me atrasar uns minutos.

— E por acaso não foi isso que aconteceu no semestre passado?-A mulher riu colocando a mão na cintura da morena

"Volte!" Enid queria gritar "Quem é você? Volte!"

— É melhor você se apressar se quiser pegar a primeira aula- Um homem disse parando ao lado da loira,em seu terno estava bordado Dr.Petropolus— Você é a filha dos Sinclair não é? Seu irmão nos ligou.Recebi recomendações específicas sobre você. Estava te esperando.
Suspirando Enid sacudiu a cabeça.

É claro que estava.
Seu irmão tinha bastante dinheiro para fazer até mesmo com que está universidade se curvasse a seus caprichos.

— Aquela mulher, quem era ela?-Perguntou a loira

— Você quer dizer a doutora Addams,a cirurgiã cardíaca? Ela está aqui como professora.

Isso fazia sentindo.
Pensando enquanto o inspetor continuava a despejar um balde de elogios a Addams.
Enid devia ter visto ela em algum hospital antes ou ...
Sério? Aquela pessoa nos seus sonhos era mesmo sua professora?

Por causa de seu encontro inesperado com Dr.Petropolus que não parava de falar Enid acabou chegando atrasada na primeira aula e ficou vermelha de vergonha quando o professor lhe chamou atenção.

Sentando na última fila e se encolhendo.
Todo o ambiente era novo e estava tão nervosa com a primeira vez que ia estudar com outras pessoas que não havia dormido bem na noite anterior e quando por fim cochilou teve sonhos bem pervertidos com... Só em lembrar nisso seu rosto esquentava.

Pensar sobre isso a fazia recordar do que ouvira uma vez sobre as pessoas só sonharem com rostos conhecidos.
Não! Isso devia ser coincidência, mesmo que o rosto seja parecido com a "Willa" de seus sonhos.
A verdade é que ela gostaria que aquele mulher dos seus sonhos existisse no mundo real.

Em que ela estou pensado?!
Essa é a primeira vez que não conseguia prestar atenção nos estudos por causa de alguém, mas também não é como se tivesse conhecido muita gente, passara muito tempo presa a uma cama.

Entre sua casa e o hospital não é como se pudesse conhecer muita gente.
E tendo esse pensamento em mente Enid resolverá prestar atenção na aula mas era um assunto básico que ela já conhecia.
A voz do professor era monótona e lhe dava sono, apesar da euforia do primeiro dia Sinclair não conseguia se manter acordada,devagar ela deitou a cabeça em cima de seu caderno...

A Cada Batida- WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora