Capítulo dois: sarah era inofensiva.

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"Eu não me importo, de decepcionar você facilmente, mas só espere, se não está doendo agora, bem, só espere, espere um pouco."

~Paramore





KIARA



— Essa situação está insustentável Kiara, apenas volte para casa. Jesus Cristo!

Alguém dia ela teria de comentar com a mãe que a quantidade de vezes que ela se utilizava do nome de Deus e variantes para situações ridículas já deveria ter garantido um lugar no inferno.

— Sua mãe está certa, te demos um tempo para ver por si mesma como isso não faz sentido, mas você se recusa a colocar a cabeça no lugar.

Ela contou até cinco mentalmente e depois disso deu mais uma garfada no risoto a sua frente, é fez tudo com a maior vagarosidade possível, tudo para que a irritação se dissipasse um pouco enquanto realizava tais atos.

—  Eu não vou explicar mais uma vez a vocês porque precisei ir embora, não quando se esforçam para não entender.

Havia dois meses que saíra da casa dos pais, depois de ter de abandonar a faculdade foi a única escolha que teve no momento, mas a sensação de piedade vazia que eles exalavam e as cobranças silenciosas ‐ e as vezes extremamente verbalizadas- se tornaram insustentáveis para ela, já estava na merda e perdida o suficiente para ainda ter que lidar com esse tipo de coisa. Então em determinado dia engoliu qualquer dose de orgulho que pudesse ter e pediu abrigo a tia que teve a lhe oferecer a casa da piscina em troca de serviços quaisquer que ela tivesse necessidade de alguém.

As atividades variavam entre ser responsável pela bom funcionamento de eventos dela, e perpassavam por momento de ser babá de hayley, as vezes coisas ridículas. Mas ela não conseguia reclamar, porque não importava qual fosse a tarefa era menos pior do que estar com os pais.

Não que Mike e Anna fossem pessoas ruins, longe disso, apenas não eram as pessoas certas para ela conviver naquele momento, para ela era algo simples, mas eles pareciam se esforçar para não compreender.

— Eu falei com a minha irmã, ela não vai mais te aceitar na casa dela, você é nossa filha e é conosco que precisa estar agora. Nós podemos sentar depois e descobrir juntos como vai ser sua vida a partir de agora.

Ela piscou uma, duas e três vezes numa tentativa de realmente assimilar o que foi dito pelo pai, porque tudo pareceu muito absurdo para ser real.

— Não pode ter feito isso, por favor diga que é uma piada. — pediu num misto de incredulidade e fúria controlada.

O pé direito batendo nervosamente contra o chão, ela estava a ponto de explodir com aquilo.

Novamente, eles não eram pessoas ruins, mas porra, por que precisavam ser tão difíceis?

—  Foda-se isso. — optou por aceitar que não havia como ficar calma com aquilo.

— Não fale assim com sua mãe! — Foi repreendida pelo pai.

Na Pior Das Hipóteses, Eu Não Te Prometi Nada || JIARAOnde histórias criam vida. Descubra agora